Cuidados paliativos na emergência: revisão integrativa

Medeiros, Maria Olívia Sobral Fraga de; Meira, Mariana do Valle; Santos, Jacilene Santiago do Nascimento Trindade dos; Pedreira, Larissa Chaves; Fonseca, Anelise Coelho da; Silva, Rudval Souza da

doi:10.1590/1983-80422021292479

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Sumário

PESQUISA • Rev. Bioét. 29 (2) • Apr-Jun 2021 • https://doi.org/10.1590/1983-80422021292479 copiar

Cuidados paliativos na emergência: revisão integrativa

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Resumo

O objetivo do artigo é conhecer a abordagem de equipes de emergência à assistência de pacientes com doença crônica avançada, na perspectiva dos cuidados paliativos. O texto traz resultados de revisão integrativa que buscou artigos em cinco bases de dados, utilizando os descritores “serviços médicos de emergência”, “equipe de assistência ao paciente”, “atitude do pessoal de saúde” e “cuidados paliativos”. Inicialmente, foram identificadas 12.290 publicações, reduzidas, após análise, a uma amostra final de 26 artigos. Entre as principais medidas mencionadas na literatura para levar os cuidados paliativos à emergência, estão: plano de cuidados individualizado e flexível; gestão de redes; acesso à equipe de cuidados paliativos; comunicação empática; identificação dos pacientes elegíveis; e controle de sintomas. Conclui-se que as equipes de emergência precisam reconhecer a importância dos cuidados paliativos nesse serviço, redirecionando o cuidado concentrado em “salvar vidas” para um cuidado que preserve a dignidade humana.

Equipe de assistência ao paciente; Serviço hospitalar de emergência; Cuidados paliativos

Base, periódico, ano, país	Objetivo	Abordagem por parte da equipe
Medline, J Palliat Med, 2013, EUA ³	Descobrir barreiras percebidas por médicos ao prestar cuidados paliativos no setor de emergência.	– Identificação dos pacientes elegíveis. – Acesso à equipe de cuidados paliativos.
Medline, West J Emerg Med, 2013, EUA ⁵	Descrever a abordagem e o papel da equipe de emergência quanto aos cuidados paliativos e de fim de vida.	– Identificação dos pacientes elegíveis. – Acesso à equipe de cuidados paliativos. – Gestão em rede de cuidados. – Atuação em equipe interdisciplinar. – Profissional da equipe de emergência como referência em cuidados paliativos. – Plano de cuidados individualizado e flexível. – Diferenciação entre cuidados paliativos e cuidados de fim da vida.
Cinahl, J Palliat Med, 2013, EUA ⁶	Avaliar se interconsultas com equipes de cuidados paliativos iniciadas na emergência diminuem o tempo de internação, em comparação com interconsultas iniciadas após internação hospitalar.	– Identificação de pacientes elegíveis. – Acesso à equipe de cuidados paliativos. – Gestão em rede de cuidados. – Atuação em equipe interdisciplinar.
Cinahl, Ann Emerg Med, 2013, EUA ⁷	Identificar fatores administrativos que interferem na disponibilidade e prestação de cuidados paliativos na emergência.	– Gestão em rede de cuidados. – Plano de cuidados individualizado e flexível. – Apoio à família.
Cinahl, Am J Hosp Palliat Care, 2013, Irlanda ⁸	Identificar pacientes em cuidados paliativos atendidos na emergência.	– Identificação dos pacientes elegíveis. – Acesso à equipe de cuidados paliativos. – Comunicação empática.
Medline, J Gen Intern Med, 2014, EUA ⁹	Avaliar a eficácia de estratégia de intervenção multimodal para melhorar os cuidados em fim de vida na emergência.	– Comunicação empática. – Controle dos sintomas. – Diferenciação entre cuidados paliativos e cuidados de fim da vida. – Minimização de tratamentos fúteis. – Adoção das diretivas antecipadas de vontade. – Plano de cuidados individualizado e flexível.
Medline, Asian Pac J Cancer Prev, 2014, Turquia ¹⁰	Identificar características de pacientes com diagnóstico oncológico internados no departamento de emergência.	– Controle dos sintomas. – Gestão em rede de cuidados. – Integração com a atenção domiciliar.
Medline, Support Care Cancer, 2014, Austrália ¹¹	Explorar visões e experiências de interação interdisciplinar de profissionais de saúde que cuidam de pacientes com câncer avançado atendidos na emergência.	– Comunicação empática. – Plano de cuidados individualizado e flexível. – Gestão em rede de cuidados. – Integração com a atenção domiciliar. – Atuação em equipe interdisciplinar.
Medline, Emerg Med Australas, 2014, Austrália ¹²	Investigar perspectivas e necessidades de uma equipe de emergência em relação a cuidados paliativos.	– Controle dos sintomas. – Comunicação empática. – Plano de cuidados individualizado e flexível.
Medline, Intern Med J, 2014, Austrália ¹³	Avaliar barreiras e facilidades em relação a cuidados de fim de vida para pacientes com câncer atendidos na emergência.	– Plano de cuidados individualizado e flexível. – Minimização de tratamentos fúteis. – Adoção das diretivas antecipadas de vontade.
Medline, J Palliat Med, 2014, EUA ¹⁴	Identificar a taxa de interconsultas com a equipe de cuidados paliativos no departamento de emergência para pacientes com demência avançada.	– Identificação dos pacientes elegíveis. – Acesso à equipe de cuidados paliativos.
Medline, Acad Emerg Med, 2014, EUA ¹⁵	Avaliar o encaminhamento precoce da emergência para a unidade de cuidados paliativos de pacientes com câncer avançado.	– Identificação dos pacientes elegíveis. – Acesso à equipe de cuidados paliativos.
Medline, Palliat Med, 2015, Austrália ¹⁶	Explorar a compreensão dos cuidados paliativos por profissionais de saúde que cuidam de pacientes com câncer avançado num departamento de emergência.	– Controle dos sintomas. – Identificação dos pacientes elegíveis. – Comunicação empática. – Discussão dos dilemas éticos.
Medline, Int J Intern Emerg Med, 2015, Austrália ¹⁷	Discutir atitudes de médicos de emergência quanto ao cuidado de pacientes com câncer avançado, pensando como suas atitudes afetam o acesso ao serviço de cuidados paliativos.	– Identificação dos pacientes elegíveis. – Acesso à equipe de cuidados paliativos. – Gestão em rede de cuidados.
Medline, Emerg Med Australas, 2015, Austrália ¹⁸	Investigar experiências e atitudes de equipe de emergência de um hospital público na abordagem dos cuidados paliativos.	– Controle dos sintomas. – Apoio à família. – Comunicação empática. – Adoção das diretivas antecipadas de vontade.
Medline, Ann Emerg Med, 2016, França ¹⁹	Explorar percepções e atitudes dos médicos na tomada de decisão sobre a transferência de pacientes idosos em estado crítico do departamento de emergência para a UTI.	– Identificação dos pacientes elegíveis. – Comunicação empática. – Adoção das diretivas antecipadas de vontade. – Discussão dos dilemas éticos.
Medline, Int Nurs Rev, 2016, Tailândia ²⁰	Descrever o significado de experiências vivenciadas por enfermeiros ao cuidar de pacientes críticos no departamento de emergência.	– Plano de cuidados individualizado e flexível. – Minimização de tratamentos fúteis. – Comunicação empática. – Apoio à família. – Apoio no processo de luto da família. – Cuidados psicológicos e espirituais.
Medline, J Emerg Nurs, 2016, Espanha ²¹	Descrever experiências de médicos e enfermeiros em relação à perda da dignidade de uma pessoa em cuidados de fim de vida atendida num departamento de emergência.	– Controle dos sintomas. – Gestão em rede de cuidados. – Plano de cuidados individualizado e flexível. – Minimização de tratamentos fúteis. – Adoção das diretivas antecipadas de vontade. – Apoio à família. – Apoio à equipe. – Preservação da dignidade do paciente.
Medline, J Emerg Nurs, 2016, EUA ²²	Implementar um modelo de melhores práticas para atender pacientes que estão morrendo.	– Identificação dos pacientes elegíveis. – Acesso à equipe de cuidados paliativos. – Presença do enfermeiro especialista. – Discussão ampliada entre a equipe interdisciplinar.
Medline, BMJ Open, 2016, Inglaterra ²³	Compreender o processo de tomada de decisão de pessoas com câncer avançado e seus cuidadores ao buscar atendimento emergencial.	– Atuação em equipe interdisciplinar. – Controle dos sintomas.
Cinahl, J Pain Symptom Manage, 2017, Inglaterra ²⁴	Explorar atitudes de médicos em relação à intubação de pacientes com câncer em estado terminal.	– Acesso à equipe de cuidados paliativos. – Plano de cuidados individualizado e flexível. – Minimização de tratamentos fúteis.
Medline, BMJ Support Palliat Care, 2017, Austrália ²⁵	Explorar o ponto de vista de médicos de emergência sobre suas habilidades, papel e experiência no cuidado de pessoas com câncer avançado.	– Controle dos sintomas. – Gestão em rede de cuidados.
Medline, Am J Hosp Palliat Care, 2017, Inglaterra ²⁶	Explorar as razões pelas quais pacientes com necessidades de cuidados paliativos buscam o departamento de emergência.	– Controle dos sintomas. – Gestão em rede de cuidados.
Medline, Age Ageing, 2017, Inglaterra, Irlanda e EUA ²⁷	Identificar desafios e facilidades para o empoderamento de pessoas idosas com doença avançada e o impacto dos cuidados paliativos.	– Equipe especializada. – Comunicação empática. – Plano de cuidados individualizado e flexível. - Acesso à equipe de cuidados paliativos.
Medline, Palliat Med, 2018, Austrália ²⁸	Explorar experiências e percepções de pacientes com câncer avançado e cuidadores que buscam o serviço de emergência.	– Controle dos sintomas. – Comunicação empática. – Gestão em rede de cuidados. – Plano de cuidados individualizado e flexível.
Medline, Support Care Cancer, 2018, Inglaterra ²⁹	Explorar opiniões e experiências de pacientes do departamento de emergência posteriormente internados.	– Controle dos sintomas. – Comunicação empática. – Gestão em rede de cuidados. – Plano de cuidados individualizado e flexível.

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[1] Correspondência Rudval Souza da Silva – Universidade do Estado da Bahia. Colegiado de Enfermagem. Campus VII. Rodovia Lomanto Júnior, BR 407, km 127 CEP 48970-000. Senhor do Bonfim/BA, Brasil.