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Aumento da eficiência de captura de Scolytinae com armadilha modelo semifunil modificada

Resumo

Espécies de besouros Scolytinae, em altas populações, podem danificar a madeira e reduzir a produtividade de cultivos florestais. Esses besouros são monitorados com armadilhas iscadas com etanol e o aumento da eficiência das mesmas pode melhorar o manejo integrado desses insetos. O objetivo foi avaliar o aumento da eficiência de captura de Scolytinae com armadilha modelo semifunil, em dois experimentos, um incluindo elementos de madeira e outro aumentando a área de interceptação de voo e correlacionar o número desses besouros coletados com fatores climáticos. No experimento 1, ripas de Eucalyptus urophylla S. T. Blake foram fixadas, diretamente, no frasco coletor e em outro tratamento, além dessas ripas, fitas de Cedrela sp. foram inseridas no interior da mangueira porta isca. No experimento 2, a área de interceptação de insetos na armadilha, originalmente, com 480 cm2, foi ampliada para 1200 cm2 e comparada com a armadilha modelo Pet–Santa Maria com área de interceptação de 550 cm2. Coletas semanais foram realizadas entre maio de 2018 a junho de 2019. Os insetos capturados foram levados ao Laboratório de Biodeterioração da Madeira da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) onde foram triados, identificados em nível de família, contados e a abundância correlacionada com fatores climáticos. As análises estatísticas dos dados coletados foram processadas pelo programa BioStat® 5.3. No experimento 1 foram coletados 869 Scolytinae. Os números de besouros coletados por armadilha sem modificação, com ripas de E. urophylla e com ripas de E. urophylla + fita de Cedrela sp. foram semelhantes, 7,3 ± 3,8; 7,8 ± 6,2 e 7,7 ± 5,0 respectivamente. No experimento 2 foram coletados 4398 Scolytinae. O aumento da área de interceptação dos besouros aumentou a eficiência da armadilha semifunil, com 42,7 ± 20,5 Scolytinae coletados por armadilha comparado a semifunil original, 28,6 ± 12,6 e a Pet–Santa Maria, 20,4 ± 10,4. O número de Scolytinae não se correlacionou com os fatores climáticos no experimento 1 e se correlacionou com a temperatura, umidade relativa e velocidade do vento, mas não com a precipitação, no 2. A incorporação de ripas de E. urophylla ou fitas de Cedrela sp. na armadilha semifunil não aumentou o número de besouros coletados, mas, o aumento da área de intercepção de voo e a temperatura, umidade relativa do ar e velocidade do vento se correlacionaram com o número de besouros coletados.

Palavras-chave:
área de interceptação; armadilhas iscadas com etanol; fatores climáticos; monitoramento populacional

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