Quando parcialmente amputadas ou severamente injuriadas, as nadadeiras de teleósteos sofrem um processo de regeneração chamado de regeneração epimórfica, caracterizado pelas seguintes fases: formação de uma capa epidermal multiestratificada, desorganização e migração distal de células mesenquimais multipotentes, proliferação dessas células para formar o blastema, proliferação contínua do blastema distal para facilitar o crescimento e diferenciação do blastema proximal para restaurar as estruturas perdidas. A regeneração que a nadadeira sofre é extremamente sensível à ação de algumas drogas que podem interferir na reparação de suas estruturas. Em vista disso, e também pelo fato de que há relatos na literatura de que a indometacina pode interferir de alguma maneira na restauração tecidual de diversos organismos, o objetivo deste trabalho foi o de avaliar os possíveis efeitos desta droga, em três doses diferentes, na regeneração da nadadeira caudal de peixe teleósteo, considerando a síntese, deposição e organização dos componentes da matriz lepidotriquial, a regeneração da actinotriquia, bem como a área da nadadeira como um todo. Para isso, foram feitas análises histoquímica, ultraestrutural e morfométrica, e foi observado que a indometacina, nas doses de 20 e 30 mg.L-1, apresentou um atraso no processo de regeneração das unidades esqueléticas (lepidotriquias e actinotriquias) das nadadeiras caudais. Essas doses podem ter interferido, momentaneamente, no processo de diferenciação das células blastemais nas células responsáveis pela síntese e deposição das actinotriquias e das lepidotriquias ou, até mesmo, na sinalização necessária para que as células recém-diferenciadas dessem início à síntese dos componentes das unidades esqueléticas.
indometacina; regeneração; nadadeira; peixe
