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Arquitetura do habitat influenciando a composição taxonômica de microcrustáceos: um estudo de caso sobre Cladocera de águas continentais (Crustacea Branchiopoda)

Resumo

A complexidade ambiental é considerada um fator chave para o aumento na diversidade de ambientes aquáticos. A presença de bancos de macrófitas é um dos principais contribuintes para tal complexidade devido às suas arquiteturas diferenciadas. Entretanto, a influência de diferentes arquiteturas de habitat (com diferentes macrófitas ou sem elas) sobre a composição taxonômica de microcrustáceos, comumente encontrados em ambientes colonizados por macrófitas, é pouco explorada em estudos limnológicos. O objetivo desse estudo foi avaliar esta influência através da comparação da composição das associações de Cladocera entre quatro arquiteturas de habitat: (1) macrófitas flutuantes, (2) macrófitas enraizadas emersas, (3) macrófitas submersas e (4) a zona limnética em lagoas laterais associadas a um grande reservatório subtropical. Ampla variação composicional foi observada. Macrófitas flutuantes apresentaram as mais ricas assembléias de Cladocera, dominadas por Chydoridae. Macrófitas submersas e emersas enraizadas apresentaram as associações mais similares. A fauna mais distinta foi a da zona limnética, dominada por Bosminidae. Prováveis diferenças na disponibilidade de recursos entre as arquiteturas de habitat amostradas foram consideradas o fator mais relevante levando à variação composicional dos microcrustáceos. Concluímos que para um inventário completo de uma determinada fauna local é imperativo que seja considerada a arquitetura dos habitats aquáticos, incluindo os bancos de macrófitas, no desenho amostral.

Palavras-chave:
Cladocera; composição; macrófitas; reservatório subtropical

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