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Parasitismo por um Digenea em Lucina pectinata (Mollusca: Lucinidae)

Resumo

Lucina pectinata é um importante recurso econômico na costa brasileira. Este estudo relata parasitismo causado por um Digenea nesta espécie. Os exemplares (n = 470) foram coletados em dezembro de 2012 em um manguezal do estuário do Rio Cachoeira, Ilhéus, Bahia. Estes foram medidos quanto ao eixo ântero-posterior (comprimento) e após análise macroscópica quanto a parasitos e enfermidades, cortes transversais de 5 mm foram fixados em solução de Carnoy e processados por técnica rotineira de histologia, sendo que sessões de 7 μm foram coradas com hematoxilina de Harris e eosina (HE). Os tecidos foram examinados em microscopia de luz. A média de comprimento de L. pectinata foi de 4,0 ± 0,53 cm. A análise microscópica evidenciou esporocistos de um Digenea (Platyhelminthes) não identificado, contendo massas germinativas e cercárias, estas em vários estágios de desenvolvimento. A prevalência foi de 1,48% (7/470). Um dos exemplares parasitado apresentou adensamento dos tecidos nas brânquias. Os esporocistos foram observados no manto, brânquias, glândula digestiva e gônadas, causando evidente alteração/destruição de tecidos, inclusive castração parasitária. Não foram observados outros parasitos, o que está provavelmente associado à inacessibilidade e condições químicas em que vive este hospedeiro, isto é, entre 10 e 20 cm no sedimento do manguezal.

Palavras-chave:
bivalves marinhos; patologia; parasitismo; recursos pesqueiros

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