A dieta alimentar da lagosta espinhosa, Panulirus echinatus, do Arquipélago São Pedro e São Paulo foi determinada a partir da análise de conteúdo estomacal de sessenta e oito espécimes adultos, coletados em outubro de 2002, março, julho e agosto de 2003. Os itens alimentares foram agrupados em grandes taxa, representando 11 categorias. As análises incluíram um procedimento qualitativo (Freqüência de Ocorrência do item i - FOi) e um método quantitativo (Volume do item i - Vi). Também foi utilizado o Índice Alimentar (IA= FOi x Vi / 100) proposto por Lauzanne (1975) para indicar a importância de cada categoria (>50: dominante, 25-50: essencial, 10-25: não-importante, <10: secundário). A categoria alimentar mais importante determinada pela FOi e Vi foi peixe, seguida de crustáceos, alga verde, alga calcária e rochas. As categorias alimentares restantes contribuíram com menos de 30% da FOi e 10% do Vi. Embora o Índice Alimentar não tenha revelado nenhum item dominante na dieta alimentar de P. echinatus, a categoria peixe foi considerada como essencial, crustáceos como não-importante e as categorias restantes foram classificadas como secundárias. De acordo com as análises, P. echinatus pode ser corretamente classificada como sendo uma espécie onívora e generalista, uma vez que se alimenta de uma grande diversidade de organismos em diferentes níveis tróficos. Esta espécie apresenta um comportamento oportunista, alimentando-se principalmente de presas disponíveis no substrato. Para estudos futuros, recomenda-se que sejam realizadas análises considerando variações da dieta alimentar associada ao sexo, ao ciclo reprodutivo e à sazonalidade.
hábitos alimentares; lagosta espinhosa; Palinuridae
