Acessibilidade / Reportar erro

Poligalacturonase de Neosartorya glabra produzida a partir de cascas de frutas como indutores tem potencial para aplicação em sucos de maracujá e maçã

Resumo

Poligalacturonases são enzimas com potencial biotecnológico para aplicação na clarificação de sucos de frutas e para aumento da eficiência da filtragem. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de poligalacturonase pelo fungo Neosartorya glabra, por fermentação submersa e em estado sólido, usando resíduos de casca de frutas como fonte de carbono, além de avaliar também a aplicação desta enzima na clarificação e na diminuição de viscosidade de sucos de maracujá e maçã. A maior produção de poligalacturonase (4,52 U/g/h) foi obtida por fermentação submersa em meio de Vogel (1964) contendo cascas de laranja (Citrus sinensis), variedade Bahia, na concentração 1,5% (m/v, massa seca), a 30-35°C por 72 h. A poligalacturonase do extrato bruto apresentou atividade ótima a 50-60°C e pH 5,5. A enzima reteve cerca de 90% da atividade inicial após 180 minutos, a 40°C, e 50% da atividade inicial após 150 minutos, a 50°C. A enzima mostrou-se estável em pH ácido (3,0 a 6,5) após 120 minutos, a 25°C. Todas estas propriedades enzimáticas fazem desta poligalacturonase uma alternativa atrativa para a aplicação na indústria de sucos de frutas ricas em pectina, uma vez que a aplicação do extrato enzimático bruto no processamento de suco de polpa de maracujá (Passiflora edulis) causou uma redução da viscosidade de 80% e uma diminuição da absorbância da luz de 75%. No processamento de suco de polpa de maçã (Malus domestica), houve uma redução da viscosidade de 50% e uma diminuição da absorbância da luz de 78%.

Palavras-chave:
Neosartorya glabra; pectina; poligalacturonase; casca; viscosidade

Instituto de Tecnologia de Alimentos - ITAL Av. Brasil, 2880, 13070-178 Campinas - SP / Brasil, Tel 55 19 3743-1762 - Campinas - SP - Brazil
E-mail: bjftsec@ital.sp.gov.br