Acessibilidade / Reportar erro

O enxame de diques de anfibolito do Cráton São Francisco meridional

The amphibolite dyke swarm of the southern São Francisco Craton

Resumo:

Em níveis crustais mesozonais do Cráton São Francisco meridional, diques máficos datados em 2,19 Ga se constituíram em resposta à contração para NW ocorrida durante a Orogenia Transamazônica. Neste evento, o magma toleítico se alojou, cristalizou e se metamorfisou sintectonicamente ao longo de zonas de cisalhamento transcorrente que se desenvolviam sob condições metamórficas de fácies anfibolito alto. Em função disto, estes diques, que compõem o enxame denominado Paraopeba, são constituídos por anfibolitos e guardam localmente em seu interior um metadiabásio com texturas ígneas parcialmente preservadas e bordas do tipo sheared margins, com nítida textura nematogranoblástica.

Palavras-chave:
diques máficos; zonas de cisalhamento transcorrente; Transamazônico; anfibolito

Abstract:

In mesozonal crustal levels of southern São Francisco Craton, mafic dykes, dated at 2.19 Ga, were formed in response to NW contraction occurred during the Transamazonian Orogeny. In such event, tholeiitic magma has syntectonically intruded, crystallized and metamorphosed along transcurrent shear zones that developed under high amphibolite facies conditions. Because of this, these dykes, which make up the Paraopeba dyke swarm, are made of amphibolite and keep, locally, a coarse metadiabase with partially preserved igneous textures in the inner part but an amphibolite in sheared margins, with a distinct nematogranoblastic texture.

Keywords:
mafic dykes; transcurrent shear zones; Transamazonian; amphibolites

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Agradecimentos

Ao CNPq pelo apoio financeiro, aos Drs. José Marques Correia Neves, José Moacyr Vianna Coutinho, Essaid Bilal e aos colegas do CPGeo e CPMTC que contribuíram para a construção deste trabalho.

Referências

  • Alkmim F.F., & Marwhak S. 1998. Transamazonian orogeny in the Southern São Francisco Craton region, Minas Gerais, Brazil: evidence for Paleoproterozoic collision and collapse in the Quadrilátero Ferrífero. Prec. Research, 90:29-58.
  • Almeida F.F.M. 1977. O Cráton do São Francisco. Rev. Bras. Geoc., 7:349-367.
  • Babinski M., Chemale Jr. F., Schumus W.R. 1995. The Pb/Pb age of the Minas Supergroup carbonate rocks, Quadrilátero Ferrífero. Brazil. Prec. Research, 72:235-245.
  • Beswick A.E. 1982. Some geochemical aspects of alteration and genetic relations in komatiitic suites. In: Arndt & Nesbitt (eds.) Komatiites London, George Allen and Unwin, p. 283-308.
  • Cadman A., Tarney J., Park R.G. 1990. Intrusion and crystallization features in proterozoic dyke swarms. In: Parker A.J., Rickwood P.C., Tucker D.H. (eds.) Mafic dykes and emplacement mechanisms Rotterdam, A.A. Balkema, p. 13-24.
  • Chaves A.O. 1996. Enxames de diques máficos proterozóicos da porção meridional do Cráton do São Francisco (M.G., Brasil) Dissertação de Mestrado, Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 102 p.
  • Chaves A.O., & Neves J.M.C. 2005. Radiometric ages, aeromagnetic expression, and general geology of mafic dykes from southeastern Brazil and implications for African-South American correlations. J. South Amer. Earth Sci., 19:387-397.
  • Cox K.G., Bell J.D., Pankhurst R.J. 1979. The interpretation of igneous rocks London, Allen & Unwin, 450 p.
  • De La Roche H., Leterrier P., Grandclaude P., Marchal M. 1980. A classification of volcanic and plutonic rocks using R1-R2 diagram and major elements analysis. Chem. Geol., 28:183-210.
  • Dorr J.V.N. 1969. Physiographic, stratigraphic and structural development of the Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brazil Washington, Geological Survey Professional Paper 641-A, 110 p.
  • Escher A., Escher J., Watterson J. 1975. The reorientation of the Kangamiut dyke swarm, west Greenland. Canadian Jour. Earth Sci., 12:158-173.
  • Evensen N.H., Hamilton P.J., Onions R.K. 1978. Rare earth abundances in chondritic meteorites. Geoch. Cosmoch. Acta, 42:1199-1212.
  • Holm P.E. 1985. The geochemical fingerprints of different tectonomagmatic environments using higromagmatophile element abundances of tholeiitic basalts and basaltic andesites. Chem. Geology, 51:303-323.
  • Irvine T.N., & Baragar W.R.A. 1971. A guide to the chemical classification of the common volcanic rocks. Can. J. Earth Sci., 8:523-548.
  • Juliani C., & McReath I. 1992. Petroquímica de metabasitos: metodologia para identificação de alterações magmáticas e pós-magmáticas São Paulo, Geologia, Ciência e Técnica, 10:50-96.
  • Ludwig K.R. 2003. Isoplot/Ex 3.00: a geochronological toolkit for Microsoft Excel Berkeley, Geochronology Center Special Publication, 70 p.
  • Machado N., & Noce C.M. 1993. A evolução do Setor Sul do Cráton São Francisco entre 3,12 e 0,5 Ga, baseada em Geogronologia U-Pb. In: SBG-BA/SE, Simpósio sobre o Cráton do São Francisco, 2, Anais, p. 100-102.
  • Machado N., Schrank A., Noce C.M., Galthier G. 1996. Ages of detrital zircon fron Archean-Paleoproterozoic sequences: Implications for Greenstone Belt setting and evolution of a Transamazonian foreland basin in Quadrilátero Ferrífero, southeast Brazil. Earth Planet. Sci. Lett., 141:259-276.
  • Pandey B.K., Gupta J.N., Sarma K.J, Sastry C.A. 1997. SmNd, Pb-Pb and Rb-Sr geochronology and petrogenesis of the mafic dyke swarm of Mahbubnagar, South India: implications for Paleoproterozoic crustal evolution of the Eastern Dharwar Craton. Precambrian Res., 84:181-196.
  • Park R.G., & Tarney J. (eds.). 1987. Evolution of the Lewisian Complex and comparable precambrian high grade terrains London, Geol. Soc. Special Public., 315 p.
  • Pearce T.H. 1968. A contribution to the theory of variation diagrams. Contrib. Mineral. Petrol., 19:142-157.
  • Peloggia A.U.G., & Figueiredo M.C.H. 1991. Utilização de diagrama ferro-titânio na distinção química entre ortoe para-anfibolitos. Boletim IG-USP - Série Científica, 22:51-60.
  • Reis L.A., Martins-Neto M.A., Gomes N.S., Endo I., Jordt-Evangelista H. 2002. A bacia de antepaís paleoproterozóica Sabará, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Rev. Bras. Geociências, 32(1):27-42.
  • Steiger R.H., & Jager E. 1977. Subcomission on Geochronology: Convention on the use of decay constants in geochronology and cosmochronology. Earth Planet. Sci. Lett., 36:359-362.
  • Teixeira W., Sabate P., Barbosa J., Noce C.M., Carneiro M.A. 2000. Archean and Paleoproterozoic Tectonic Evolution of the São Francisco Craton, Brazil. In: Cordani U.G., Milani E.J., Thomaz Filho A., Campos D.A. (eds.) Tectonic Evolution of South America Rio de Janeiro, FINEP, p. 101-137.
  • Thomaz Filho A., Kawashita K., Cordani U.G. 1998. A origem do Grupo Bambuí no contexto da evolução geotectônica e de idades radiométricas. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 70:527-548.
  • Thompson R.N. 1984. Dispatches from the basalt front. 1. Experiments. Proc. Geol. Ass., 95:249-262.
  • Wilson B.C., Dixon J.M., Helmstaedt H. 1985. Dyke intrusion in shear fractures: Stress orientation and depth of emplacement. In: International Conference on Mafic Dyke Swarms, 1, Abstracts, p. 186-188.
  • Winchester J.A., & Floyd P.A. 1976. Geochemical magma type discrimination: application to altered and metamorphosed basic igneous rocks. Earth and Plan. Sci. Let., 228:459-469.
  • Winkler H.G.F. 1976. Petrogenesis of Metamorphic Rocks 4.ed. Nova York, Springer-Verlag, 334 p.
  • Wood D.A., Joron J.L., Treuil M. 1979. A re-appraisal of the use of trace elements to classify and discriminate between magma series erupted in different tectonic settings. Earth Plan. Sci. Letters, 45:326-336.
  • Yardley B.W.D. 1989. Introdução à Petrologia Metamórfica Brasília, EDUnB, 340 p.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 2011

Histórico

  • Recebido
    01 Fev 2011
  • Aceito
    27 Abr 2011
Sociedade Brasileira de Geologia R. do Lago, 562 - Cidade Universitária, 05466-040 São Paulo SP Brasil, Tel.: (55 11) 3459-5940 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: sbgeol@uol.com.br