Dez isolados clínicos, sendo cinco resistentes e cinco sensíveis ao fluconazol, obtidos de pacientes diabéticos, foram estudados quanto à fluidez e composição química da membrana. Quando comparados aos isolados sensíveis ao fluconazol, os isolados resistentes apresentaram fluidez de membrana aumentada, conforme mensurado pela técnica de polarização fluorescente. A fluidez de membrana aumentada refletiu-se pelos valores mais baixos de p. Por outro lado, os isolados sensíveis continham quantidades mais elevadas de ergosterol, quase o dobro dos isolados resistentes, o que pode ter contribuído para a fluidez de membrana mais baixa. Entretanto, não se observou alteração significativa na composição fosfolipídica e de ácidos graxos nesses isolados. Experimentos de marcação com corante fluorescamina indicaram que a porcentagem de aminofosfolípides e fosfatidiletanolamina expostos foi mais elevada nos isolados resistentes do que nos sensíveis, indicando uma possível superexpressão dos genes CDR1 e CDR2 nos isolados resistentes. Os resultados aqui apresentados sugerem que alterações no teor de ergosterol e superexpressão dos genes ABC transportadores CDR1 e CDR2 podem contribuir na resistência ao fluconazol em isolados de C. albicans de pacientes diabéticos.
Fluidez da membrana; composição lipídica; resistência a azois; pacientes diabéticos