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Fatores de virulência em Enterococcus faecalis resistentes e suscetível à vancomicina isolados no Brasil

Enterococci são membros da microbiota comensal de animais e insetos, mas também são importantes patógenos oportunistas. Nosso objetivo foi observar se há qualquer diferença na virulência nos diversos grupos de Enterococcus faecalis, principalmente nos E. faecalis resistente à vancomicina (VREFS) isolados de colonização e infecção. VREFS e E. faecalis sensíveis à vancomicina (VSEFS) do Brasil foram pesquisadas quanto a presença de fatores de virulência. Ensaios fenotípicos foram usados para obter a expressão in vivo, entender o potencial patogênico destas amostras e determinar se existe correlação entre virulência e resistência a antibióticos. Diferentes perfis de virulência foram encontrados sugerindo que o clone que está se disseminado pode ter gerado diversas variações. No entanto, nosso estudo mostrou que um conjunto de fatores parece ser mais comum entre as amostras: gelatinase, substância de agregação e esp (GEA). Estes fatores tem sido correlacionados com a agregação de células e formação de biofilmes. A formação de biofilme pode promover a conjugação de plasmídeos contendo genes de resistência entre as espécies. Curiosamente, o perfil GAE não foi exclusivo para VREFS, foi o segundo mais observado em amostras VSEFS provenientes de colonização e infecção em pacientes hospitalizados e também de swabs retais de voluntários saudáveis. Tais linhagens pacerem representar a "porta de entrada" para novos genes de resistência em E. faecalis e podem contribuir para a disseminação de E. faecalis principalmente nos hospitais.

Enterococcus faecalis; VRE; Esp; gelatinase; substância de agregação


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