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Comparação entre culturas qualitativa e semiquantitativa de ponta de cateter: diagnóstico laboratorial de infecção relacionada a cateter em recém-nascidos

Este estudo prospectivo avaliou os métodos semiquantitativo e qualitativo de cultura de cateter para o diagnóstico de infecção relacionada a cateter (IRC) em recém-nascidos (RN). Foram incluídas pontas de cateteres provenientes de recém-nascidos internados na Unidade Neonatal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP. Foram utilizadas as técnicas semiquantitativa e qualitativa de cultura de cateter. Para o diagnóstico de IRC, os microrganismos isolados das culturas de cateteres e de hemoculturas periféricas foram identificados e submetidos ao teste de sensibilidade a antimicrobianos. O padrão ouro correspondeu ao diagnóstico de certeza de IRC, com o isolamento do mesmo microrganismo (espécie e perfil de sensibilidade a antimicrobianos) isolado em hemocultura periférica. Foram estudados 85 cateteres provenientes de 63 RN. A cultura semiquantitativa, embora tenha apresentado menor sensibilidade (90%), apresentou uma maior especificidade (71%) em comparação à sensibilidade de 100% e especificidade de 60% encontradas na cultura qualitativa. Através da identificação dos microrganismos obtidos nas culturas de cateteres, observou-se uma predominância de espécies de Estafilococos coagulase-negativa (ECN). A espécie Staphylococcus epidermidis foi a prevalente (77,5%) nos cateteres com culturas semiquantitativas positivas. Dos 11 episódios de IRC diagnosticados, 8 (72,7%) foram associados a espécies de ECN, dos quais 6 eram da espécie S. epidermidis. Também foram detectados dois casos de IRC por S. aureus e um caso por Candida parapsilosis. O método de cultura semiquantitativo cateter apresentou vantagens para o diagnóstico de IRC em RN quando comparado com o método qualitativo tradicional.

Infecção relacionada a cateter; cultura de cateter; cultura semiquantitativa; recém-nascidos; Estafilococos coagulase-negativa


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