Acessibilidade / Reportar erro

Brazilian coral reefs in a period of global change: A synthesis

Resumo

Os recifes de coral do Brasil formam estruturas significativamente diferentes dos modelos conhecidos: (i) possuem uma forma de crescimento de pináculos coralíneos em forma de cogumelo, chamados "chapeirões", (ii) são construídos por uma fauna coralínea com baixa diversidade e rica em espécies endêmicas, sendo grande parte destas formas relíquias do período Terciário e (iii) os recifes costeiros estão num ambiente dominado por sedimentos siliciclásticos. Os recifes estão distribuídos em quatro áreas ao longo da costa brasileira: regiões norte, nordeste, leste, e nas ilhas oceânicas, mas espécies isoladas de coral podem ser encontradas em águas mais quentes nas enseadas da região sul. Diferentes tipos de banco recifais, recifes em franja, "chapeirões" isolados e um atol estão presentes ao longo da costa brasileira. Corais, milleporídeos e algas coralinas incrustantes constroem a estrutura rígida dos recifes. As áreas em que ocorrem os maiores recifes de coral correspondem às regiões nas proximidades de centros urbanos que estão experimentando crescimento acelerado e rápido desenvolvimento do turismo. Os principais efeitos antropogênicos sobre o ecossistema recifal estão associados, essencialmente ao aumento da sedimentação devido à remoção da mata atlântica e as descargas de efluentes industriais e urbanos. Os efeitos do aquecimento das águas oceânicas que vem afetando várias áreas de recifes, com alta intensidade de branqueamento de coral, não causaram mortalidade em massa nos recifes brasileiros até o evento de 2010.

Descritores:
Recifes de corais; Mudanças globais; Branqueamento de coral; Fauna endêmica

Universidade de São Paulo, Instituto Oceanográfico Praça do Oceanográfico, 191 , 05508-120 Cidade Universitária, São Paulo - SP - Brasil, Tel.: (55 11) 3091-6501, Fax: (55 11) 3032-3092 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: io@usp.br