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Análise retrospectiva de complicações cutâneas relacionadas ao implante de prótese auditiva óssea: associação com técnica cirúrgica, qualidade de vida e benefício audiológico Como citar este artigo: Peñaranda D, Garcia JM, Aparicio ML, Montes F, Barón C, Jiménez RC, et al. Retrospective analysis of skin complications related to bone-anchored hearing aid implant: association with surgical technique, quality of life, and audiological benefit. Braz J Otorhinolaryngol. 2018;84:324-31.

Resumo

Introdução:

A prótese auditiva óssea (BAHA, do inglês Bone-Anchored Hearing Aid) é uma forma eficaz de reabilitação auditiva. Devido à natureza do implante, as complicações mais comuns são relacionadas à pele. Várias técnicas opcionais de implantação cirúrgica têm sido usadas para reduzir a frequência e a gravidade das complicações cutâneas, inclusive o enxerto em forma de U e a incisão linear.

Objetivo:

Avaliar as complicações cutâneas e sua associação com a técnica cirúrgica, qualidade de vida e benefício audiológico em pacientes com BAHAs.

Método:

Estudo retrospectivo feito em um centro terciário de referência em Bogotá, Colômbia. Os pacientes que receberam um implante de BAHA (unilateral ou bilateralmente) durante pelo menos seis meses foram incluídos no estudo. A classificação de Holgers foi usada para classificar as complicações cutâneas (Grau 0 = nenhuma, Grau 1 = eritema, Grau 2 = eritema e secreção, Grau 3 = tecido de granulação e Grau 4 = inflamação/infecção, resultou na remoção da estrutura de apoio). O questionário Glasgow Benefit Inventory (GBI) foi usado para determinar a qualidade de vida e o questionário Abbreviated Profile of Hearing Aid Benefit (APHAB) foi usado para determinar o benefício audiológico subjetivo.

Resultados:

Foram incluídos 37 pacientes (30 com implantes unilaterais e sete com implantes bilaterais). Dos 44 implantes avaliados, 31 (70,3%) foram associados às complicações cutâneas (sete [15,9%] Grau 1; quatro [9,1%] Grau 2; 15 [34,1%] Grau 3 e cinco [11,4%] Grau 4). O enxerto em forma de U foi estatisticamente associado a complicações maiores (Graus 3 e 4) em comparação com a técnica de incisão linear (p = 0,045). Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os escores APHAB e gravidade das complicações. Do mesmo modo, não foram encontradas diferenças entre as questões de saúde física pelo questionário GBI e complicações cutâneas.

Conclusão:

Apesar da alta frequência, as complicações cutâneas não parecem afetar a qualidade de vida ou os benefícios audiológicos subjetivos de pacientes com BAHAs.

PALAVRAS CHAVE
Complicações cutâneas; Qualidade de vida; Prótese auditiva óssea; BAHA; Técnica cirúrgica

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