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Efeitos do tempo de permanência de splints intranasais sobre a colonização bacteriana, complicações no pós-operatório e desconforto do paciente após septoplastia Como citar este artigo: Karatas A, Pehlivanoglu F, Salviz M, Kuvat N, Cebi IT, Dikmen B, et al. The effects of the time of intranasal splinting on bacterial colonization, postoperative complications, and patient discomfort after septoplasty operations. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;82:654-61.

Resumo

Introdução:

A principal razão para a colocação de tampões nasais em septoplastias é a prevenção de hemorragia pós-operatória, enquanto o objetivo secundário é a estabilização interna após cirurgias que envolvam o esqueleto cartilaginoso do nariz. Os splints intranasais de silicone são tão eficazes como outros materiais para o controle de hemorragias do septo no pós-operatório. A possibilidade de manter os splints intranasais por longos períodos ajuda a estabilizar o septo na linha média. No entanto, não há nada na literatura sobre quanto tempo esses splints podem ser mantidos na cavidade nasal sem aumentar o risco de infecção, complicações no pós-operatório e causar desconforto ao paciente.

Objetivos:

O presente estudo teve como objetivo avaliar a associação entre o tempo de tamponamento com splints intranasais e colonização bacteriana, complicações no pós-operatório e desconforto do paciente.

Método:

Os pacientes submetidos a septoplastia foram divididos em três grupos, de acordo com o dia da remoção dos splints de silicone. Os splints foram removidos no 5°, 7° e 10° dias de pós-operatório, e a seguir, cultivados microbiologicamente. Complicações precoces e tardias foram avaliadas, incluindo infecções locais e sistêmicas, necrose do tecido, formação de granulomas, crostas na mucosa, sinéquias e perfuração do septo. O desconforto do paciente no pós-operatório foi avaliado com o uso de pontuação dos níveis de dor e de obstrução nasal.

Resultados:

Nenhuma diferença significante foi encontrada na taxa de colonização bacteriana entre os diferentes grupos. Diminuições da formação de crostas na mucosa e de sinéquias foram detectadas com tempos mais longos de uso de splints de silicone. A dor e a obstrução nasal também diminuíram no terceiro dia de pós-operatório.

Conclusões:

O uso de splints de silicone foi bem tolerado pelos pacientes, e seus efeitos negativos sobre o conforto do paciente no pós-operatório foram limitados. De fato, o tempo prolongado de uso teve um efeito redutor sobre as complicações tardias. O uso prolongado de splint nasal de silicone é um método confiável, eficaz e pouco desconfortável em pacientes com lesão excessiva da mucosa e naqueles cuja estabilização óssea e cartilaginosa do septo a longo prazo é essencial.

PALAVRAS-CHAVE
Splint nasal; Conforto do paciente; Septoplastia

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