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Implante coclear bilateral sequencial: resultados em crianças e adolescentes Como citar este artigo: Almeida GF, Martins MF, Costa LB, Costa OA, Martinho de Carvalho AC. Sequential bilateral cochlear implant: results inchildren and adolescents. Braz J Otorhinolaryngol. 2019;85:774–9.

Resumo

Introdução:

A utilização do implante coclear bilateral pode promover o desenvolvimento das vias auditivas centrais de maneira simétrica, beneficiando, assim, o desenvolvimento das habilidades auditivas e melhorando a localização sonora e a habilidade de percepção auditiva da fala em situações de ruído competitivo.

Objetivo:

Avaliar a habilidade de reconhecimento de fala em crianças e adolescentes usuários do implante coclear bilateral sequencial, considerando a relação das variáveis: idade cirúrgica, tempo de uso do dispositivo e intervalo entre as cirurgias.

Método:

Foram avaliados 14 indivíduos entre 10 e 16 anos, que receberam indicação cirúrgica para implante coclear bilateral sequencial como forma de intervenção no processo de habilitação auditiva. A habilidade de reconhecimento de fala foi avaliada por meio de listas de sentenças construídas na língua portuguesa, apresentadas em duas situações: no silêncio, com intensidade fixa de 60 dB NPS, e no ruído competitivo, com a relação sinal/ruído de + 15 dB. A avaliação foi feita nas seguintes condições: unilateral com o 1° implante coclear ativado, unilateral com o 2° implante coclear ativado e bilateral com ambos os dispositivos ativados.

Resultado:

Os resultados dos testes de reconhecimento de fala demonstraram melhor desempenho tanto no silêncio quanto no ruído para a condição implante coclear bilateral, quando comparado ao 1° implante coclear e 2° implante coclear isoladamente. Um pior resultado de reconhecimento de fala foi encontrado com o uso do 2° implante coclear isoladamente. Não foi encontrada correlação estatisticamente significante entre idade cirúrgica, intervalo entre as cirurgias e tempo de uso do 2° implante coclear e o desempenho de percepção auditiva da fala para todas as condições avaliadas. O uso do aparelho de amplificação sonora individual anterior ao 2° implante coclear beneficiou os resultados de percepção auditiva da fala com o 2° implante coclear, tanto no silêncio quanto no ruído.

Conclusão:

O implante coclear bilateral proporcionou melhor reconhecimento de fala em situações de silêncio e de ruído, quando comparado com o implante coclear unilateral, independentemente do intervalo entre as cirurgias, da idade cirúrgica e do tempo de uso do 2° implante coclear. O reconhecimento de fala com o 1° implante coclear foi significativamente melhor do que com o 2° implante coclear, tanto no silêncio quanto no ruído. O uso do aparelho de amplificação sonora individual anterior ao 2° implante coclear influenciou o desempenho de reconhecimento de fala com o 2° implante coclear, tanto no silêncio quanto no ruído.

Palavras chave
Implante coclear; Audição; Perda auditiva; Criança; Percepção da fala

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