Resumo
Introdução
Relatos anteriores indicaram que a cirurgia no ouvido médio pode melhorar parcialmente o zumbido após a cirurgia. No entanto, até agora, nenhum fator influenciador foi determinado para o resultado do zumbido após cirurgia de ouvido médio.
Objetivo
O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre o gap aéreo-ósseo pré-operatório e o desfecho do zumbido após timpanoplastia do tipo I.
Método
Setenta e cinco pacientes com zumbido, com mais de 6 meses de sintomas de otite média crônica no lado ipsilateral que eram refratários ao tratamento médico foram incluídos nesse estudo. Todos os pacientes foram avaliados através de otoendoscopia, audiometria tonal/vocal, questionário utilizando a escala visual analógica e o questionário tinnitus handicap inventory para sintomas de zumbido antes e 6 meses após a timpanoplastia. A influência da condução óssea pré-operatória, gap aéreo-ósseo pré-operatório e pós-operatório sobre o desfecho do zumbido após a operação foi analisada.
Resultados e conclusão
Os pacientes foram divididos em dois grupos com base na condução óssea pré-operatória de menos de 25 dB (n = 50) ou mais de 25 dB (n = 25). A melhora do zumbido pós-operatória em ambos os grupos mostrou significância estatística. Pacientes com gap aéreo-ósseo pré-operatório inferior a 15 dB não apresentaram melhora no zumbido pós-operatório utilizando a escala visual analógica (p = 0,889) e o tinnitus handicap inventory (p = 0,802). Entretanto, pacientes com gap aéreo-ósseo pré-operatório maior do que 15 dB apresentaram melhoria estatisticamente significante no zumbido pós-operatório com a escala visual analógica (p < 0,01) e o tinnitus handicap inventory (p = 0,016). A mudança pós-operatória no zumbido mostrou significância em comparação com o zumbido pré-operatório usando a escala visual analógica (p = 0,006). No entanto, a correlação entre a redução no escore da escala visual analógica e gap aéreo-ósseo (p = 0,202) ou entre a redução no escore do tinnitus handicap inventory e gapaéreo-ósseo (p = 0,290) não foi significativa. Sugerimos que o gapaéreo-ósseo pré-operatório possa ser um preditor de desfecho do zumbido após timpanoplastia em otite média crônica com zumbido.
PALAVRAS-CHAVE
Zumbido; Timpanoplastia tipo I; Gap aéreo-ósseo pré-operatório