O estresse hídrico provoca na cultura do trigo grandes perdas de rendimento. Apesar da antese ser considerada, geralmente, a fase mais vulnerável, o déficit hídrico durante todo o período de preenchimento também pode provocar perdas na produtividade da cultura. O objetivo do presente estudo foi pesquisar o efeito do estresse hídrico e da reidratação durante três estágios, no desenvolvimento do grão de trigo, sob diferentes parâmetros fisiológicos e do preenchimento dos grãos, e sob os componentes do rendimento. As plantas foram submetidas ao estresse hídrico e reidratação durante as fases de grão aquoso, leitoso e pastoso. O estresse hídrico reduziu o conteúdo relativo d' água, o conteúdo da clorofila e das proteínas nas folhas bandeiras e aumentou a liberação dos solutos, nos três estádios do grão estudados. O estresse produzido durante os estádios aquoso e leitoso reduziu o peso final dos grãos em 47 % e 20 %, respectivamente. Essa redução foi devida a um encurtamento do período de preenchimento e a uma significativa diminuição na taxa máxima de preenchimento dos grãos. O estresse hídrico no estádio aquoso, não somente reduziu a fase linear da curva de crescimento, mas também sua pendente; além disso diminuiu significativamente o número de grãos por espiga e o peso de mil grãos. No estádio aquoso, não foram observadas diferenças nos padrões protéicos (SDS-PAGE) dos grãos das testemunhas, plantas estressadas ou reidratadas, no entanto, o estresse modificou significativamente os padrões protéicos correspondentes ao estádio leitoso, principalmente nas subunidades de gluteninas de alto peso molecular e gliadinas. Foram observadas três bandas novas com pesos moleculares aparentes em torno de 108,5 kDa; 84,8 kDa e 63kDa. A reidratação no estádio leitoso reverteu os efeitos do estresse. A estiagem durante o estádio pastoso não teve efeito em padrões protéicos dos grãos.
estresse hídrico; modelo logístico; perfil de proteínas; preenchimento dos grãos; taxa de crescimento
