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Resposta imune humoral em macacos-pregos (Cebus apella) mantidos em cativeiro, após a revacinação com vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios modificada de uso veterinário

Humoral immune response in capuchin monkeys (Cebus apella) kept in captivity after a booster dose with a veterinary use suckling mouse brain rabies vaccine

Resumos

Foram imunizados 26 macacos-pregos (Cebus apella) adultos, através da via intramuscular, com uma dose de 1,0 ml da vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios, inativada, produzida a partir de cérebros de camundongos lactentes, de uso veterinário, empregada nas campanhas de prevenção da raiva animal de cães e gatos. Os animais pertenciam a três grupos experimentais, previamente imunizados com vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios submetidos a diferentes esquemas de vacinação, e permaneceram em cativeiro durante o período de junho de 1996 a junho de 1997. A revacinação foi realizada em todos os animais. As amostras de soros foram obtidas aos 0, 30, 180 e 365.dias, e armazenadas à temperatura de -20ºC, e a dosagem dos anticorpos realizada através do teste simplificado da inibição da fluorescência. Verificou-se após a revacinação 17/25 (68%) dos animais pertencentes aos grupos I, II e III, que se apresentavam com títulos inferiores ao limite indicativo de soroconversão (<0.5 UI/mL) responderam com produção de anticorpos neutralizantes, e, os outros cinco que se apresentavam com títulos acima desse limite, mantiveram-se nesse patamar. Em relação ao período da resposta imune humoral, não ocorreram diferenças significante entre os Grupos I, II e III (p>0,05). A vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios induziu a resposta imune nos macacos-pregos, após revacinação com produção de anticorpos neutralizantes, iguais ou superiores a 0,5 UI/ml, porém, de curta duração; não constituindo assim, imunógeno apropriado para ser utilizado na rotina de imunização destes animais de difícil lide, mantidos em cativeiro.

Macacos-pregos; Cebus apella; Raiva; Vacina Fuenzalida & Palacios; Anticorpos neutralisantes


Twenty-six capuchin monkeys (Cebus apella) were intramuscularly immunized with 1.0 ml dose of a veterinary inactivated suckling mouse brain rabies vaccine (SMBV) employed in campaigns for rabies prevention in dogs and cats. The animals belonged to three experimental groups previously vaccinated with SMBV and different schemes, were kept in captivity from June, 1996 to June, 1997. All animals received a booster dose. Serum samples were obtained at the 0th, 30 th, 180th and 365 th days and kept stored at -20ºC. The antibodies dosage was carried out through the simplified inhibition fluorescent test. After a booster dose 17/25 (68%) of animals belonged to groups I, II and III, that had neutralizing antibodies above 0.5 IU/ml produced a humoral immune response equal or higher than 0.5 IU/ml, and another five animals that had neutralizing antibodies higher than 0.5 IU/ml kept in these levels. In relationship to longer humoral immune response there is no statistical difference between all groups, G-I x G-II, G-I x GIII, G-II x G-III (p>0,05). The SMBV induced humoral immune response in capuchin monkeys after a booster dose, producing neutralizing antibodies equal to or higher than 0.5 IU/ml; however, they were short-lasting, being therefore not appropriate as an immunogen to be used routinely in the immunization of these animals which are difficult both to be dealed with and to be kept in captivity.

Capuchin monkeys; Cebus apella; Rabies; SMBV; Neutralizing antibodies; Immunization


Resposta imune humoral em macacos-pregos (Cebus apella) mantidos em cativeiro, após a revacinação com vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios modificada de uso veterinário

Humoral immune response in capuchin monkeys (Cebus apella) kept in captivity after a booster dose with a veterinary use suckling mouse brain rabies vaccine

Estevão de Camargo PassosI; Pedro Manuel Leal GermanoII; José Daniel Luzes FedulloIII; Cleide Aschenbrenner ConsalesI; Maria Luiza CarrieriI; Ricardo CardosoIV; Margareth de Andrade GonçalvesV

IInstituto Pasteur de São Paulo, São Paulo - SP

IIFaculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, São Paulo - SP

IIIFundação Parque Zoológico de São Paulo, São Paulo - SP

IVFaculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo - SP

VBiológa - SP

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Estevão de Camargo Passos Instituto Pasteur Av. Paulista, 393 - Cerqueira Cesar 01311-000 - São Paulo - SP E-mail: ecpassos@bol.com.br

RESUMO

Foram imunizados 26 macacos-pregos (Cebus apella) adultos, através da via intramuscular, com uma dose de 1,0 ml da vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios, inativada, produzida a partir de cérebros de camundongos lactentes, de uso veterinário, empregada nas campanhas de prevenção da raiva animal de cães e gatos. Os animais pertenciam a três grupos experimentais, previamente imunizados com vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios submetidos a diferentes esquemas de vacinação, e permaneceram em cativeiro durante o período de junho de 1996 a junho de 1997. A revacinação foi realizada em todos os animais. As amostras de soros foram obtidas aos 0, 30, 180 e 365.dias, e armazenadas à temperatura de -20ºC, e a dosagem dos anticorpos realizada através do teste simplificado da inibição da fluorescência. Verificou-se após a revacinação 17/25 (68%) dos animais pertencentes aos grupos I, II e III, que se apresentavam com títulos inferiores ao limite indicativo de soroconversão (<0.5 UI/mL) responderam com produção de anticorpos neutralizantes, e, os outros cinco que se apresentavam com títulos acima desse limite, mantiveram-se nesse patamar. Em relação ao período da resposta imune humoral, não ocorreram diferenças significante entre os Grupos I, II e III (p>0,05). A vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios induziu a resposta imune nos macacos-pregos, após revacinação com produção de anticorpos neutralizantes, iguais ou superiores a 0,5 UI/ml, porém, de curta duração; não constituindo assim, imunógeno apropriado para ser utilizado na rotina de imunização destes animais de difícil lide, mantidos em cativeiro.

Palavras-chave: Macacos-pregos. Cebus apella. Raiva. Vacina Fuenzalida & Palacios. Anticorpos neutralisantes.

SUMMARY

Twenty-six capuchin monkeys (Cebus apella) were intramuscularly immunized with 1.0 ml dose of a veterinary inactivated suckling mouse brain rabies vaccine (SMBV) employed in campaigns for rabies prevention in dogs and cats. The animals belonged to three experimental groups previously vaccinated with SMBV and different schemes, were kept in captivity from June, 1996 to June, 1997. All animals received a booster dose. Serum samples were obtained at the 0th, 30 th, 180th and 365 th days and kept stored at -20ºC. The antibodies dosage was carried out through the simplified inhibition fluorescent test. After a booster dose 17/25 (68%) of animals belonged to groups I, II and III, that had neutralizing antibodies above 0.5 IU/ml produced a humoral immune response equal or higher than 0.5 IU/ml, and another five animals that had neutralizing antibodies higher than 0.5 IU/ml kept in these levels. In relationship to longer humoral immune response there is no statistical difference between all groups, G-I x G-II, G-I x GIII, G-II x G-III (p>0,05). The SMBV induced humoral immune response in capuchin monkeys after a booster dose, producing neutralizing antibodies equal to or higher than 0.5 IU/ml; however, they were short-lasting, being therefore not appropriate as an immunogen to be used routinely in the immunization of these animals which are difficult both to be dealed with and to be kept in captivity.

Keywords: Capuchin monkeys. Cebus apella. Rabies. SMBV. Neutralizing antibodies. Immunization.

INTRODUÇÃO

A imunização dos animais suscetíveis se impõe como principal medida para o controle da raiva animal 30, podendo ser realizada mediante o emprego de diferentes tipos de vacinas anti-rábicas com vírus inativado ou vírus vivo modificado, produzidas em tecido nervoso ou em cultura celular. A utilização de vacinas anti-rábicas com vírus vivo modificado na imunização de primatas não humanos nunca deve ser adotada, pois há o risco de provocar a raiva vacinal, tal como observado em macaco-de-cheiro (Saimiri sciureus)22, sauim (Saguinus nigricollis)1 e babuínos adultos (Papio ursinus)5.

É importante destacar que, embora os primatas sejam mantidos nos zoológicos em recintos apropriados, outras espécies animais podem adentrar suas instalações, notadamente morcegos. Como estes podem transmitir a raiva, a imunização preventiva dos primatas faz-se necessária, uma vez que o vírus rábico já foi isolado em morcegos recolhidos mortos dentro desses recintos 27, como também em morcegos capturados vivos, nos gramados dos parques zoológicos, devido a comportamento anômalo 25. Em áreas onde a raiva ocorre de forma endêmica, a vacinação anti-rábica dos animais pertencentes aos zoológicos deve ser considerada, sobretudo, quando as colônias têm alto risco de exposição ao vírus rábico 11, 13, 19.

Os primatas, embora possam acostumar-se com as pessoas que os alimentam, são extremamente agressivos, sobretudo após a maturidade sexual, com reações de defesa caracterizadas, principalmente, pelas mordeduras em veterinários, tratadores, proprietários e outras pessoas que tenham contato com esses animais, e, seus grandes dentes caninos podem provocar profundas e extensas dilacerações teciduais, passíveis de cuidados cirúrgicos, obrigando que as pessoas agredidas sejam submetidas ao tratamento anti-rábico pós-exposição 2, 7, 12, 14, 18, 22, 24.

No Brasil é utilizado oficialmente nas campanhas de vacinação em massa, para a prevenção da raiva canina e felina, a vacina anti-rábica inativada, produzida em camundongos lactentes 10. Esta vacina contém suficiente quantidade de massa antigênica, que lhe confere poder imunogênico, apresenta alto grau de inocuidade e confere níveis de imunidade satisfatórios, que são de máxima importância quando a vacinação é utilizada em campanhas de prevenção no âmbito populacional 10, 30.

Embora não recomendado pelas autoridades sanitárias do país, os primatas neotropicais criados em domicílios têm sido, usualmente, vacinados contra a raiva nas campanhas preventivas, organizadas pelos Municípios, com a finalidade de controlar no meio urbano, a raiva canina e felina. Contudo, na literatura são escassos os dados disponíveis sobre a eficácia da vacina anti-rábica, inativada, produzida em camundongos lactentes, indicada para cães, na imunização de macacos-pregos.

Cabrera et al.8 estudaram a resposta imune em macacos-pregos (Cebus apella) e sagüis (Callithrix sp.), após a imunização com uma dose da vacina anti-rábica inativada preparada a partir de cérebros de camundongos lactentes indicada para cães, administrada por via subcutânea ou intramuscular, e observaram que os macacos-pregos não responderam ao imunógeno, enquanto que os sagüis apresentaram anticorpos detectáveis, a partir do 14º dia persistindo até o 60º dia; os anticorpos anti-rábicos foram determinados através da técnica de contraimunoeletroforese.

Passos et al.20, 21 imunizaram três grupos de macacos-pregos (Cebus apella) mantidos em cativeiro, com vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios, inativada, produzida em camundongos lactentes, indicada para cães e gatos, com esquemas vacinais diferentes. Os animais apresentaram resposta imunológica com produção de anticorpos neutralizantes e com títulos superiores a 0,5 UI/mL , com exceção de três animais pertencentes aos Grupos II e III que não responderam aos estímulos antigênicos. Os três grupos apresentaram período curto da resposta imune humoral.

Em vista das informações e dado a carência de resultados, o objetivo do presente trabalho foi submeter três grupos de macacos-pregos, previamente imunizados contra a raiva, ao reforço anual com a vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios, inativada, produzida em camundongos lactentes, indicada para cães e gatos, e acompanhar a resposta imune humoral durante o período de 365 dias.

MATERIAL E MÉTODO

Foram utilizados três grupos experimentais de macacos-pregos (Cebus apella) adultos, previamente vacinados há um ano contra a raiva. Todos os animais dos três grupos foram imunizados, pela via intramuscular, no músculo semitendinosus, com uma única dose de 1,0 ml da vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios, inativada, produzida em camundongos lactentes, de uso veterinário, suspensão a 2% de tecido cerebral, empregada nas campanhas de prevenção da raiva animal de cães e gatos, produzida no Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR), lote 096/96 produzido em maio de 1996 com título protetor de 106,2 DP50/0,03ml, e validade por 12 meses após a data de fabricação.

Os animais identificados através de número tatuado na região interna dos membros pélvicos, foram mantidos na colônia da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, em recintos com área externa de 20 a 30 m2, incluindo o solário, e alimentados duas vezes ao dia, segundo o Setor de Nutrição com banana nanica, mamão, fruta da época, repolho, laranja, batata doce cozida, pescoço de frango moído, amendoim com casca e ovo cozido e, a água administrada ad libitum. O Grupo I era constituído por 1 fêmea e 7 machos, o grupo II por 3 fêmeas e 5 machos e o grupo III por 2 fêmeas e 8 machos. Os animais permaneceram nos recintos durante 12 meses, com início em junho de 1996 e término em junho de 1997.

Cada animal foi anestesiado com zolazepan associado com tiletamina (Zoletil 50 da Virbac do Brasil Ind. e Com. Ltda), na dosagem de 4,4 mg/kg de peso, por via intramuscular, utilizando seringas de insulina esterilizadas e descartáveis, com volume de 1,0 ml, e agulhas esterilizadas e descartáveis, de tamanho 20 x 5,5 mm. A anestesia foi aplicada nos animais para permitir tuberculinização, colheita de sangue, vacinação e cuidados veterinários.

Os animais foram sangrados nos meses de junho, julho e dezembro de 1996 e junho de 1997. A colheita deu-se mediante punção da veia femural, utilizando seringas esterilizadas descartáveis, com 10 ml de volume, e agulhas esterilizadas e descartáveis, 30 x 8 mm. O sangue colhido foi acondicionado em tubos de ensaio esterilizados de vidro, tamanho 12 x 150 mm, colocados em estufa à temperatura de 37ºC durante 30 minutos, em seguida eram deixados em geladeira à temperatura de 4-8ºC, durante 30 minutos, para formação e retração do coágulo e liberação de soro. As amostras foram centrifugadas sob refrigeração a 2.000 rpm, durante 15 minutos, distribuídas em tubos "Eppendorf" e armazenadas em freezer à temperatura de -20ºC até o processamento no laboratório, para dosagem de anticorpos.

Todos os procedimentos realizados para a manutenção das culturas celulares, produção de vírus rábico de trabalho e reação de soroneutralização foram efetuados na capela de fluxo laminar, utilizando materiais esterilizados.

A pesquisa de anticorpos anti-rábicos nos soros dos animais foi realizada através do teste simplificado da inibição da fluorescência (TSIF) 9, em microplacas esterilizadas, de fundo chato, com tampa e 96 orifícios, as células utilizadas foram da linhagem BHK21 Clone13 (Baby Hamster Kidney) e o meio de cultura Eagle-MEM (Minimum Essential Medium) com sais de Earle e L-glutamina, sem bicarbonato. Os soros foram inativados em banho-maria à temperatura de 56ºC, durante 30 minutos, e testados na razão 2 até a diluição final de 1:640, em seguida foram adicionados em todos os orifícios 50 microlitros de uma suspensão do vírus rábico fixo, cepa PV (Pasteur Virus) na diluição ótima de trabalho (1:8), suficiente para provocar 100% de infecção nas células. Após uma hora de incubação a 37ºC em estufa com atmosfera de 5% de CO2, foram adicionados 50 microlitros de uma suspensão de células BHK21C13 (106 células/ml), incubando-se nas mesmas as condições anteriores por 24 horas. As células foram coradas mediante a adição de 50 microlitros do conjugado fluorescente anti-nucleocapsídeo rábico, marca Diagnostics Pasteur â, França, diluído a 1:20 em solução tampão fosfatos, pH 7,2 e adicionado de azul de Evans na diluição final de 1:2.000.

Os resultados foram expressos na diluição onde ocorreu decréscimo de 50% de infecção. A comparação dos resultados dos soros dos animais com o soro padrão utilizado serviu como base para obter os títulos em UI/ml. Através de regra de três, comparou-se os resultados obtidos com o soro padrão e o soro problema.

Foi adotado para os primatas não humanos, o mesmo critério utilizado para as pessoas submetidas a vacinação anti-rábica e que são consideradas imunizadas, ou seja, demonstram soroconversão com títulos maiores ou iguais a 0,5UI/ml segundo World Health Organization30.

Para a determinação do valor estimado pela curva do título de anticorpos anti-rábicos, nos meses em que os animais não foram manuseados, utilizou-se a fórmula da equação da reta com a união de dois pontos17, tendo sido empregada para os seguintes meses: agosto, setembro, outubro e novembro de 1996; e, janeiro, fevereiro, março, abril e maio de 1997. Este método permitiu estimar, mês a mês, o título de anticorpos anti-rábicos de cada animal do experimento.

A análise estatística dos resultados obtidos foi realizada através da distribuição t de Student, teste de duas médias independentes e análise de variância, para comparar os resultados dos diferentes grupos experimentais em relação à duração da imunidade após a revacinação; utilizando um nível de significância de 0,05 4.

RESULTADOS

A Tab.1 apresenta os títulos de anticorpos neutralizantes, obtidos na reação do TSIF, em macacos-pregos do grupo I, revacinados com 1 dose da vacina anti-rábica em junho de 1996, nesta data, 100% (8/8) dos animais apresentavam títulos inferiores a 0,5 UI/ml. Os títulos obtidos 30 dias após revacinação (julho 1996), foram superiores ao limite mínimo indicativo de soroconversão, em 100% do grupo (7/7). O animal de número 54 veio a óbito antes de completar 30 dias pós revacinação. Aos 180 dias do início do experimento, ou seja, seis meses após a dose de revacinação anual, 42,8% (3/7) dos animais (nos 25, 100 e 101) apresentaram títulos superiores a 0,5 UI/ml. Ao término do experimento, portanto, aos 365 dias da revacinação (junho 1997), apenas o animal de número 25 (14,3%) apresentou título maior que o mínimo preconizado, enquanto que os restantes 85,7% (6/7), mostraram títulos inferiores a 0,5 UI/ml.

Na Tab. 2 são apresentados os títulos de anticorpos neutralizantes, obtidos na reação do TSIF, em macacos-pregos do grupo II, revacinados com 1 dose da vacina anti-rábica em junho de 1996, nesta data, 25% (2/8) dos animais (nos 1 e 10) apresentavam títulos maiores que o mínimo preconizado, 75% (6/8) registraram títulos inferiores a 0,5 UI/ml. Aos 30 dias pós revacinação anual, 87,5% (7/8) dos animais (nos 1, 10, 11, 15, 26, 43 e 98) apresentavam títulos maiores que o mínimo preconizado e apenas o animal número 30 (12,5%) registrou título inferior a 0,5 UI/ml. Deve-se salientar que, neste animal não se detectou resposta imune humoral após a vacinação, permanecendo com títulos de anticorpos neutralizantes inferiores a 0,5 UI/ml. Aos 180 dias do experimento, ou seja, seis meses após a dose de revacinação anual, apenas dois animais (28,5%) (nos 1 e 43) mantiveram títulos superiores a 0,5 UI/ml. O número 11 veio a óbito antes de completar 180 dias pós revacinação. Ao término do experimento, aos 365 dias da revacinação (junho 1997), 100% (6/6) dos animais apresentaram títulos inferiores a 0,5 UI/ml. O animal número 1 veio a óbito antes de completar 365 dias.

Na Tab. 3 constam os títulos de anticorpos neutralizantes, obtidos na reação do TSIF, em macacos-pregos do grupo III, revacinados com 1 dose da vacina anti-rábica em junho de 1996, nesta data 30% (3/10) (nos 7, 22 e 97) apresentaram títulos mínimo indicativo de soroconversão; e, os outros 70% (7/10) registraram títulos inferiores a 0,5 UI/ml. Aos 30 dias após a revacinação (julho 1996), 80% (8/10) dos animais (nos 7, 16, 22, 38, 59, 71, 73 e 97) apresentaram títulos maiores que o mínimo desejado e, 20% (2/10) títulos inferiores a 0,5 UI/ml, observados nos animais nos 48 e 70 que desde o início do experimento nunca apresentaram títulos de anticorpos detectáveis. Aos 180 dias do início do experimento, ou seja, seis meses após a dose de revacinação anual, 33,3% (3/9) dos animais (nos 22, 59 e 97) apresentaram títulos satisfatórios; títulos inferiores a 0,5 UI/ml, foram encontrados em 66,6% (6/9). O animal de número 7 veio a óbito, no decorrer deste período. Ao término do experimento, aos 365 dias da revacinação (junho 1997), 33,3% (3/9) dos animais (nos 22, 59 e 97) apresentaram títulos superiores a 0,5 UI/ml e títulos inferiores abaixo do limite mínimo desejado constataram-se em 66,6% (6/9). Os animais nos 48 e 70 apresentaram um comportamento anérgico durante o período experimental.

A Tab. 4, do mesmo modo apresenta o período da soroconversão em dias após a revacinação dos Grupos I, II e III. Em relação à duração da imunidade dos diferentes grupos experimentais, a análise estatística dos resultados constatou que os animais dos Grupos I, II e III não apresentaram diferença significante (p>0,05).

DISCUSSÃO

A vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios, inativada, produzida em camundongos lactentes, indicada para cães e gatos, quando administrada em macacos-pregos (Cebus apella) previamente imunizados, apresentou ao longo do período experimental, um comportamento irregular na resposta imunológica destes animais. A ocorrência de reações alérgicas à vacina não foram detectadas em animais vacinados, e, as mortes decorrentes dos ferimentos provocados pelas mordeduras ocorridas nos conflitos de hierarquia dos grupos.

No Grupo I (Tab. 1), os animais que haviam sido imunizados há um ano atrás com três doses de vacina 21, verificou-se na ocasião da revacinação que em 100% (8/8) dos animais apresentavam títulos de anticorpos neutralizantes abaixo do limite de 0,5 UI/ml. Após 30 dias da revacinação, ocorreu a indução da resposta imunológica humoral secundária com elevação nos títulos, acima do limite indicativo de soroconversão e com duração média de 183,6±120,6 dias, em 100% (7/7) dos animais, sendo que dentre estes, três animais apresentaram duração dos níveis de anticorpos acima dos 260 dias.

O comportamento do Grupo II (Tab. 2), refere-se aos animais que haviam sido imunizados há um ano com duas doses de vacina e uma dose de reforço há seis meses atrás 20, verificou-se na ocasião da revacinação dois animais (nºs 1 e 10) apresentavam títulos superiores a 0,5 UI/ml, a revacinação manteve esses dois exemplares com títulos de anticorpos superiores e estimulou a resposta imune nos outros 62,5% (5/8), atingindo níveis superiores ao limite mínimo desejado de 0,5 UI/ml.

O Grupo III (Tab. 3) os animais que haviam sido imunizados há um ano com uma dose de vacina e uma dose de reforço há seis meses atrás 20, verificou-se na ocasião da revacinação três animais (nºs 7, 22 e 97) apresentavam com títulos superiores a 0,5 UI/ml, a revacinação também manteve esses três exemplares com títulos de anticorpos superiores e estimulou a resposta anamnéstica em outros 50% (5/10) dos animais.

Em relação a duração da imunidade dos diferentes grupos experimentais (Tab. 4), os valores da média e desvio padrão obtidos para os Grupos I, II e III foram respectivamente 183,6±120,6 dias, 79,3±70,8 dias e 164,4±154,4 dias. Embora as médias entre os Grupos I e III tenham ficado próximas, e distantes da média do Grupo II, a análise estatística dos resultados demonstraram que os animais dos Grupos I, II e III não apresentaram diferença significante (p>0,05) quando comparados dois a dois, G-I x G-II, G-I x G-III, e G-II x G-III.

A necessidade da aplicação de doses de reforço vacinal para estimular a resposta imune humoral em primatas não humanos, foi observada por Andrade et al.3 em sagüis (Callithrix sp.) imunizados com quatro doses de vacina anti-rábica produzida em camundongos lactentes, que apresentaram 100% de proteção após serem desafiados com uma suspensão de vírus rábico aos 37 dias. Kessler et al.13 observou em macacos Rhesus (Macaca mulatta) que uma dose de reforço de vacina anti-rábica produzida em camundongos lactentes, aplicada 30 dias após a primeira vacinação, estimulou a resposta imune humoral em 100% dos exemplares, com títulos de anticorpos iguais a 0,5 UI/ml ou superiores. Nota-se que a resposta imune humoral destes animais pode ser induzida com vacina de tecido cerebral quando se adotam esquemas com reforços periódicos ou revacinação anual. Passos et al.20, 21 também observaram em macacos-pregos (Cebus apella) que as doses de reforço da vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios estimularam a produção de anticorpos neutralizantes com títulos superiores a 0,5 UI/ml, com exceção de três animais que não responderam aos estímulos antigênicos.

As vacinas anti-rábicas de cultura de tecido e recombinantes também estimulam a resposta imune humoral secundária, fato este observado por Lavender15 em macacos Rhesus (Macaca mulata) imunizados com diferentes tipos de vacinas anti-rábicas de cultura de tecido constatou que 100% dos animais apresentavam aumento no título de anticorpos decorridos 30 dias do reforço vacinal. O mesmo resultado foi obtido por Taylor et al.28 em macacos-de-cheiro (Saimiri sciureus), macacos Rhesus (Macaca mulatta) e chimpanzés (Pan troglodites), quando do reforço da vacina recombinante de vírus aviário (canarypox), contendo glicoproteína rábica ALVAC-RG, responsável pelo aumento significativo dos níveis de anticorpos e, também por Smith et al27 quando imunizaram quatro gibões (Hylobats lar) com vacinas anti-rábicas de cultura de tecido após terem manuseados um morcego raivoso dentro do recinto no zoológico.

Pode-se considerar alguns aspectos importantes relacionados ao trabalho experimental, durante os 12 meses de observação após a revacinação, ao analisar o conjunto de 25 macacos-pregos, o sistema imune destes animais, quando estimulado com a vacina anti-rábica produzida em camundongos lactentes, respondeu 30 dias após a vacinação com a produção de anticorpos neutralizantes em 17/25 (68%) dos animais pertencentes aos grupos I, II e III, que se apresentavam com títulos inferiores ao limite indicativo de soroconversão, e, os outros 5 exemplares (Grupo II animais nos 1 e 10; Grupo III animais nos 7, 22, 97) que se apresentavam com títulos de anticorpos acima do limite indicativo de soroconversão, mantiveram os níveis de anticorpos acima do limite de soroconversão adotado após a revacinação.

A presença de animais não respondedores, ou por falta de estímulo antigênico ou por serem anérgicos, foi constatada durante o período experimental, depois do reforço em apenas 3 exemplares que pertenciam aos grupos II (animal nº 30) e III (animais nos 48, 70). Saliente-se que os animais desses grupos haviam sido imunizados previamente, respectivamente com três doses e duas doses de vacina anti-rábica produzida em camundongos lactentes 20.

A ausência de resposta imunológica humoral após a vacinação anti-rábica utilizando diferentes tipos de vacinas, em primatas não humanos, também foi observada por Sikes et al.26 em macacos Rhesus (Macaca mulatta) imunizados com vacina anti-rábica de cérebros de camundongos lactentes; Lawson et al.16 com macacos Rhesus (Macaca mulatta) com uma vacina anti-rábica de vírus vivo modificado, cepa ERA, administrada pela via oral; Blancou et al.6 em primatas não humanos imunizados com vacina anti-rábica de cultura celular, inativada, adicionada de adjuvante (hidróxido de alumínio), administrada por via subcutânea; Rupprecht et al.23 em chimpanzés (Pan troglodytes) imunizados oralmente com vacina recombinante de glicoproteína do vírus rábico e vaccinia; Cabrera et al.8 e Passos et al.20 em macacos-pregos (Cebus apella) imunizados com vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios; e, Andrade et al.3 em sagüis (Callithrix sp.) imunizados com vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios, por via subcutânea.

De acordo com estes aspectos, evidencia-se que os primatas não humanos, frente a vacinas anti-rábicas, apresentam resposta imune humoral variáveis; na dependência de fatores como: delineamento experimental, tipo de imunógeno, esquemas de imunização e, fundamentalmente, espécies de primatas consideradas nos experimentos e, por esta razão, as análises comparativas tornam-se dificultadas. Nos experimentos com vacinas anti-rabicas de uso veterinário ou humano, utilizam-se espécies de primatas originárias do Velho Mundo como babuínos (Papio ursinus)5; chipamzés (Pan troglodytes)23, 28; cynomolgos (Macaca fascicularis)29; gibões (Hylobates lar)27; macacos Rhesus (Macaca mulatta)13, 15, 16, 26, 28; Macaca nemestrina19; e as originárias do Novo Mundo como macacos-de-cheiro (Saimiri sp)11, 23, 28; macacos-pregos (Cebus apella)8, 20, 21; sagüis (Callithrix sp.)3, 8.

Com base nos trabalhos mencionados constata-se que os primatas não humanos, de modo geral, podem ser considerados bons respondedores aos imunógenos rábicos. As dificuldades maiores de resposta, contudo, permanecem quando os animais são vacinados com imunógenos preparados a partir do tecido nervoso de camundongo com vírus inativado. Mesmo adicionadas com adjuvantes, nem sempre os resultados são satisfatórios. Em relação às vacinas modernas, preparadas a partir de frações proteicas virais, os resultados são promissores, embora alguns deles, insatisfatórios, possam ter sido determinados pelo tipo de via de administração adotado 23, 28, 29 .

Nestas circunstâncias, torna-se difícil a comparabilidade de resultados entre estas pesquisas e, entre elas e os resultados obtidos neste experimento. Mesmo assim, é possível constatar que os resultados dos três grupos experimentais não se distanciam do perfil de comportamento observado nas referidas pesquisas. Evidencia-se portanto, que a vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios, para produzir o efeito desejado necessita de repetidas doses e a intervalos curtos de tempo, o que determina dificuldades de ordem técnica quanto à sua utilização na prática dos serviços que mantêm macacos-pregos em cativeiro.

CONCLUSÕES

1. A vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios, inativada, produzida em camundongos lactentes, de uso veterinário, foi capaz de estimular em 68,0% (17/25) dos macacos-pregos, que se apresentavam com níveis de anticorpos abaixo do limite de soroconversão, a resposta imune humoral secundária com produção de anticorpos neutralizantes com títulos iguais ou superiores a 0,5 UI/ml, 30 dias após a revacinação.

2. Em relação ao período da resposta imune humoral, não ocorreram diferenças significante entre os Grupos I, II e III (p>0,05) quando comparados dois a dois, G-I x G-II, G-I x G-III, e G-II x G-III.

3. A vacina anti-rábica Fuenzalida & Palacios, inativada, produzida em camundongos lactentes não constitui imunógeno apropriado para ser utilizado na rotina de imunização de macacos-pregos, animais de difícil lide, mantidos em cativeiro.

Recebido para publicação: 29/01/2002

Aprovado para publicação: 19/03/2002

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  • Endereço para correspondência
    Estevão de Camargo Passos
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      06 Jun 2003
    • Data do Fascículo
      2002

    Histórico

    • Aceito
      19 Mar 2002
    • Recebido
      29 Jan 2002
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