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Avaliação da sincronização da ovulação para inseminação artificial em tempo fixo em bubalinos (Bubalus bubalis)

O objetivo desse estudo foi avaliar eficiência do protocolo de sincronização da ovulação (GnRH/PGF2alfa/GnRH) para inseminação artificial em tempo fixo em bubalinos. No Experimento 1, trinta e três búfalas com 60 dias pós-parto, foram separadas em dois grupos para avaliação da dinâmica folicular (Grupo 1, n = 16, 10mg de GnRH/15mg de PGF2alfa/10mg de GnRH; Grupo 2, n = 17, 20mg de GnRH/PGF2alfa/10mg de GnRH). Exames ultra-sonográficos foram realizados de 12 em 12 horas para verificar a resposta ovariana à primeira aplicação de GnRH. Outras avaliações foram realizadas nos dias da aplicação da PGF2alfa e do segundo GnRH. Em seguida, foram realizados exames de 6 em 6 horas até o momento da ovulação. Foram colhidas amostras de sangue nos dias das aplicações para avaliar as concentrações de progesterona no momento das administrações hormonais. No Experimento 2, foi verificada a eficiência da sincronização da ovulação para inseminação artificial em tempo fixo (16 horas após o segunda dose de GnRH, n=1053), durante as estações reprodutiva favorável e desfavorável, nos anos de 1998 e 1999. Os animais receberam 20mg de GnRH/PGF2alfa/10mg de GnRH. Ainda, foi analisada a influência da condição corporal, ordem de partos, período pós-parto ao início do tratamento, ano e a estação reprodutiva (favorável ou desfavorável), sobre a taxa de concepção. No Experimento 1, verificou-se que 33,0 ± 8,3h após a primeira aplicação de GnRH, 60,60% dos animais ovularam (Grupo 1 = 70,5 vs. Grupo 2 = 50,00%; P>0,05). A dose de GnRH (10mg vs. 20mg) e a concentração de progesterona no início do tratamento não interferiu na ovulação (P>0,05). Os animais que ovularam (n = 20) após a primeira aplicação de GnRH apresentaram maior diâmetro folicular (P<0,01) que aqueles que não ovularam (n=13). Na aplicação de PGF2alfa, o diâmetro folicular médio foi de 10,3 ± 2,0mm. O Grupo 1 apresentou maior diâmetro folicular que o Grupo 2 (P<0,01). Os animais que ovularam após a primeira aplicação de GnRH (n=20) apresentaram maiores concentrações de progesterona no dia da aplicação da PGF2alfa (P<0,05). Notou-se que 78,80% dos animais tratados apresentaram ovulação sincronizada sendo que, a primeira dose de GnRH não interferiu na eficiência do protocolo (P>0,05). No Experimento 2, observou-se taxa de concepção de 45,40% (n = 1053). Animais sincronizados durante a estação reprodutiva favorável apresentaram melhores taxas de concepção quando comparados ao período desfavorável (48,80% vs. 6,90%; P < 0,05). A taxa de concepção foi influenciada pela condição corporal dos animais e pela ordem de partos durante a estação reprodutiva favorável (P<0,05). As taxas de concepção não diferiram conforme o ano (1998 e 1999) de realização das inseminações artificiais e o período pós-parto no início do tratamento hormonal (P>0,05). Em conclusão, os Experimentos indicaram que a utilização da sincronização da ovulação para inseminação artificial em tempo fixo, durante a estação reprodutiva favorável, apresenta resultados satisfatórios em bubalinos, podendo ainda ser melhorados quando utilizadas búfalas multíparas com bom estado corporal no início do tratamento.

Sincronização da ovulação; GnRH; Búfalos; Ovsynch


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