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A coexistência de espécies endêmicas de Astyanax (Teleostei: Characidae) é propiciada por variações tróficas e ecomorfológicas

O objetivo deste estudo foi avaliar os fatores que favorecem a coexistência de três espécies endêmicas de Astyanax (Astyanax bifasciatus, Astyanax minor e Astyanax gymnodontus) no reservatório de Segredo (rio Iguaçu, Paraná, Brasil), e testar a hipótese de que as três espécies partilham os recursos alimentares, sendo que as variações na dieta estão relacionadas às características morfológicas das espécies. Os peixes foram coletados em três estações de amostragem no primeiro ano após o fechamento da barragem, nos anos de 1993 e 1994. A dieta foi avaliada através da análise dos conteúdos estomacais, e a ecomorfologia através dos índices ecomorfológicos. Os dados de dieta e morfologia foram ordenados por meio de técnicas multivariadas (DCA e PCA, respectivamente), com a finalidade de caracterizar as guildas tróficas e identificar os padrões ecomorfológicos. Posteriormente, foi realizada uma MRPP para verificar a existência de diferenças quanto à alimentação e os padrões morfológicos entre as espécies. Padrões tróficos e ecomorfológicos foram registrados entre as espécies de Astyanax. Diferenças significativas foram encontradas para ambos os aspectos. Dessa forma, os resultados corroboraram a hipótese inicial, sendo a segregação trófica e ecomorfológica entre as espécies deAstyanax do reservatório de Segredo um fator que pode contribuir para diminuir a competição entre elas, favorecendo a sua coexistência no ambiente.

peixe; partilha de recursos; divergência ecomorfológica; Rio Iguaçu; reservatório de Segredo


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