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Revisão sobre as relações tróficas macrozoobentônicas ao longo da costa arenosa subtropical do extremo sul do Brasil

As principais relações tróficas observadas ao longo da costa arenosa exposta do extremo sul do Brasil (∼33° S) são estabelecidas levando-se em consideração os vários compartimentos biológicos que operam em ambientes morfodinamicamente distintos. Estas praias são predominantemente do tipo intermediário, embora alguns trechos sejam dissipativos (Praia do Cassino) ou apresentem tendências reflectivas (Praia dos Concheiros), possuindo compartimentos biológicos diversificados e associações macrobentônicas residentes. Densas concentrações da diatomácea Asterionellopsis glacialis são responsáveis - pelo menos para as praias intermediárias - por grande parte da produtividade primária anual, sustentando vários consumidores até o nível terciário. Entre estes, os bivalves Amarilladesma mactroides, Donax hanleyanus e o crustáceo Emerita brasiliensissão responsáveis por mais de 95% de toda a produção secundária da zona de surfe, em adição è elevada biomassa do poliqueta suspensívoro Spio gaucha e do isópode necrófago Excirolana armata. Caranguejos, gastrópodes, poliquetas carnívoros, aves marinhas e peixes da zona de surfe também podem estar presentes, ocupando níveis tróficos superiores dependendo da morfodinâmica praial. Baseado na alta riqueza de espécies, na abundância e no papel da macrofauna bentônica em transferir matéria e energia para as aves marinhas e as assembléias de peixes da zona de surfe, esta importante questão ecológica do Atlântico Sudoeste foi investigada. Esforços de conservação devem ser implementados nas praias arenosas do extremo sul do Brasil, pelo menos naquelas áreas não urbanizadas.

praia exposta; estágios intermediários; produção primária; consumidores secundários; conservação


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