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Ciclagem de matéria nos ecossistemas oligotróficos de restinga e a importância da espécie chave Clusia hilariana

Resumo:

Restingas são terraços arenosos dispostos ao longo da costa brasileira. Dois tipos de vegetação são muito comuns nas restingas do sudeste brasileiro, formações Clusia e formação florestal sazonalmente seca. A produção de serapilheira e o turnover de nutrientes (C e N) foram estudados comparativamente na formação florestal e na formação aberta de Clusia, em moitas de vegetação com e sem Clusia hilariana. Os resultados mostraram que a decomposição é muito lenta na formação de Clusia levando a acumulação de C no solo. A ação microbiana e da fauna do solo também é mais lenta nessa formação em comparação com a formação florestal; moitas sem Clusia hilariana apresentaram condições intermediárias com relação a perda de carbono total. A liberação de nitrogênio também é menor em moitas sem C. hilariana, onde os microrganismos do solo acumulam o N durante o processo de decomposição, como na floresta. A proporção de lignina na serapilheira e a liberação lenta de N reforçaram a importância da espécie dominante Clusia hilariana como uma espécie chave para o turnover da matéria orgânica do ecossistema. Por fim o acúmulo de altos teores orgânicos sob a vegetação da formação de Clusia pode ser o fator responsável pela riqueza de húmus de alguns corpos de água na restinga, demostrando a importância desta espécie para o ecossistema.

Palavras-chave:
Ecossistemas costeiros, decomposição; serapilheira; ciclagem de nutrientes, planta facilitadora

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