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Aranhas (Araneae, Arachnida) do Estado de São Paulo, Brasil: diversidade, esforço amostral e estado do conhecimento

Spiders (Araneae, Arachnida) from São Paulo State, Brazil: diversity, sampling efforts, and state-of-art

Resumos

Neste trabalho são apresentadas informações oriundas de um banco de dados das aranhas descritas e registradas para a região neotropical entre 1757 e 2008. O enfoque será na diversidade do grupo no Estado de São Paulo, comparado com outros estados brasileiros. Os resultados são oriundos de mais de 25.000 registros publicados em artigos científicos na Região Neotropical. Estes dados permitem avaliar a distribuição atual do grupo, identificar lacunas de coleta, definir biomas prioritários para estudo e até delimitar áreas de endemismo para o Brasil no futuro. O Estado de São Paulo apresenta 875 espécies descritas, distribuídas em 50 famílias. A região neotropical possui 11.280 espécies (quase 1/3 das espécies propostas para o mundo). O Brasil é o país neotropical com maior diversidade (3.203 spp.), seguido do México (1.951 spp.) e Panamá (1.325 spp.). Na América do Sul temos atualmente mais de 7.500 espécies de aranhas e o Brasil apresenta a maior diversidade (3.203 espécies registradas em 72 famílias), seguido da Argentina (1.316 spp.) e Peru (1.066 spp.).

aranhas; araneae; biota paulista; BIOTA/FAPESP Program


In this study we present a database of spiders described and registered from the Neotropical region between 1757 and 2008. Results are focused on the diversity of the group in the State of São Paulo, compared to other Brazilian states. Data was compiled from over 25,000 records, published in scientific papers dealing with Neotropical fauna. These records enabled the evaluation of the current distribution of the species, the definition of collection gaps and priority biomes, and even future areas of endemism for Brazil. A total of 875 species, distributed in 50 families, have been described from the State of São Paulo. A total of 11,280 species have been recorded from the Neotropical region (almost 1/3 of the species described worldwide). Brazil is the Neotropical country with the highest diversity (3,203 spp.), followed by Mexico (1,951 spp.) and Panama (1,325 spp.). Seven thousand five hundred species were recorded from South America and Brazil holds the highest diversity (3,203 spp., in 72 families), followed by Argentina (1,316 spp.), and Peru (1,066 spp.).

spiders; araneae; biodiversity of the State of São Paulo; BIOTA/FAPESP Program


INVENTÁRIOS

Aranhas (Araneae, Arachnida) do Estado de São Paulo, Brasil: diversidade, esforço amostral e estado do conhecimento

Spiders (Araneae, Arachnida) from São Paulo State, Brazil: diversity, sampling efforts, and state-of-art

Antonio Domingos BrescovitI, * * Autor para correspondência: Antonio Domingos Brescovit, e-mail: adbresc@terra.com.br ; Ubirajara de OliveiraII, III; Adalberto José dos SantosII

ILaboratório de Artrópodes, Instituto Butantan, Av. Vital Brasil, n. 1500, CEP 05503-900, São Paulo, SP, Brasil, e-mail: anyphaenidae@butantan.gov.br

IIDepartamento de Zoologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Av. Antonio Carlos, n. 6627, CEP 31270-901, Belo Horizonte, MG, Brasil, e-mail: ubiologia@yahoo.com.br, oxyopes@yahoo.com

IIIPós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

RESUMO

Neste trabalho são apresentadas informações oriundas de um banco de dados das aranhas descritas e registradas para a região neotropical entre 1757 e 2008. O enfoque será na diversidade do grupo no Estado de São Paulo, comparado com outros estados brasileiros. Os resultados são oriundos de mais de 25.000 registros publicados em artigos científicos na Região Neotropical. Estes dados permitem avaliar a distribuição atual do grupo, identificar lacunas de coleta, definir biomas prioritários para estudo e até delimitar áreas de endemismo para o Brasil no futuro. O Estado de São Paulo apresenta 875 espécies descritas, distribuídas em 50 famílias. A região neotropical possui 11.280 espécies (quase 1/3 das espécies propostas para o mundo). O Brasil é o país neotropical com maior diversidade (3.203 spp.), seguido do México (1.951 spp.) e Panamá (1.325 spp.). Na América do Sul temos atualmente mais de 7.500 espécies de aranhas e o Brasil apresenta a maior diversidade (3.203 espécies registradas em 72 famílias), seguido da Argentina (1.316 spp.) e Peru (1.066 spp.).

Número de espécies: no mundo: 41.719, no Brasil: 3.203, estimadas no Estado de São Paulo: 1.200.

Palavras-chave: aranhas, araneae, biota paulista, Programa BIOTA/FAPESP.

ABSTRACT

In this study we present a database of spiders described and registered from the Neotropical region between 1757 and 2008. Results are focused on the diversity of the group in the State of São Paulo, compared to other Brazilian states. Data was compiled from over 25,000 records, published in scientific papers dealing with Neotropical fauna. These records enabled the evaluation of the current distribution of the species, the definition of collection gaps and priority biomes, and even future areas of endemism for Brazil. A total of 875 species, distributed in 50 families, have been described from the State of São Paulo. A total of 11,280 species have been recorded from the Neotropical region (almost 1/3 of the species described worldwide). Brazil is the Neotropical country with the highest diversity (3,203 spp.), followed by Mexico (1,951 spp.) and Panama (1,325 spp.). Seven thousand five hundred species were recorded from South America and Brazil holds the highest diversity (3,203 spp., in 72 families), followed by Argentina (1,316 spp.), and Peru (1,066 spp.).

Number of species: in the world: 41,719, in Brazil: 3,203, estimated in São Paulo State: 1,200.

Keywords: spiders, araneae, biodiversity of the State of São Paulo, BIOTA/FAPESP Program.

Introdução

Dentre os Arachnida, a ordem Araneae é a segunda mais diversa e conta hoje no mundo com quase 42.000 espécies descritas, distribuídas em 110 famílias (Platnick 2010, Miller et al. 2010). Este número de espécies ainda está longe da real diversidade do grupo. Estimativas de diversidade total em todo o planeta variam entre 60.000 e 80.000 espécies (Platnick 1999), ou mesmo 170.000 espécies (Coddington & Levi 1991). Portanto, a porcentagem da diversidade total de aranhas descritas varia, dependendo da estimativa que se leve em conta, entre 20 e 60%.

A ordem está dividida em três infraordens: Mesothelae, Mygalomorphae e Araneomorphae. Destas apenas Mesothelae não tem representantes neotropicais, ocorrendo exclusivamente na região asiática (Platnick 2010). As aranhas da infraordem Mygalomorphae (popularmante conhecidas como caranguejeiras, aranhas-peludas, aranhas de buracos ou tocas) são facilmente diagnosticadas pelas quelíceras dispostas paralelamente e pela presença de apenas quatro fiandeiras. As Araneomorphae estão representadas por quase 90% das aranhas conhecidas e são caracterizadas pelas quelíceras verticais, opostas uma em relação à outra, e por apresentar normalmente seis fiandeiras (Foelix 1996).

A ordem Araneae é um dos poucos grupos taxonômicos em que todas as espécies descritas estão relacionadas em um catálogo disponível on-line, com atualização semestral (Platnick 2010). Neste catálogo as informações de distribuição geográfica para cada espécie se restringe aos países em que estas ocorrem. Para obter registros mais refinados sobre ocorrência das espécies dentro dos países é necessário consultar a literatura primária. Embora este catálogo seja uma importante ferramenta para consulta sobre a diversidade de aranhas em diferentes partes do planeta, suas informações são insuficientes para estudos comparativos da diversidade dentro de países, ou mesmo para o diagnóstico do estado de conhecimento do grupo em determinadas regiões.

Brescovit (1999) apresentou uma síntese do conhecimento de aranhas para o Brasil, com informações relevantes para o Estado de São Paulo. Até aquele período a maioria dos dados ainda estava dispersa e não havia suporte de um banco de dados atualizado, que permitisse determinar o número de espécies ou registros de ocorrência de aranhas em diferentes regiões do país. Dez anos se passaram e, com auxilio do Programa BIOTA/FAPESP, foi possível compilar informações tanto da literatura quanto a partir de amplas coletas realizadas no estado. Como resultado, foi construído um banco de dados das espécies descritas para o Brasil, baseado em informações da literatura. Nesta síntese procuramos reunir dados de distribuição das espécies descritas até o momento para o Brasil, a fim de determinar quantas espécies existem no país e na Região Neotropical.

Atendendo à solicitação do Programa BIOTA/FAPESP para o Ano Internacional da Biodiversidade apresentamos aqui as informações oriundas de nosso banco de dados das aranhas descritas e registradas para a região neotropical entre 1757 e 2008. Nosso enfoque será na diversidade do grupo no Estado de São Paulo, comparado com outros estados do Brasil. Os resultados têm origem em mais de 25.000 registros publicados para aranhas da Região Neotropical. Estes dados já permitem avaliar o conhecimento atual do grupo, identificar lacunas de coleta, definir biomas prioritários para estudo e, talvez de forma ambiciosa, num futuro próximo delimitar áreas de endemismo para aranhas do Brasil.

Metodologia

O levantamento de dados foi iniciado em dezembro de 2000 com a compilação de registros de ocorrência de espécies retirados de publicações listadas em catálogos impressos (Roewer 1954, Bonnet 1956, 1957, 1958, 1959, Brignoli 1983, Platnick, 1989, 1993) e no catalogo eletrônico de Platnick (2010). Informações adicionais foram obtidas a partir de inventários faunísticos considerados confiáveis.

Os registros foram dispostos em planilhas no programa Excel. Os dados estão dispostos em 17 colunas, nesta ordem: 1) família, 2) gênero, 3) espécie, 4) sub-espécie 5) sinonímias 6) autor 7) ano, 8) sexo, 9) país, 10) estado, 11) município, 12) localidade específica, 13) coordenadas, 14) instituição depositária, 15) referência bibliográfica, 16) LSID (Life Science Identifier, de acordo com Platnick 2010); e 17) critério de georreferenciamento. Os itens 10 a 12 e 14 foram obtidos por consulta direta nos trabalhos científicos e livros. Cada linha da planilha significa um registro, salientando que o número de registros não é o mesmo do número de nomes específicos, uma vez que os nomes específicos são repetidos a cada registro novo incluído. Com esta disposição, o banco de dados permite atualmente uma busca rápida de dados para, por exemplo, obter o numero total de espécies e/ou registros para os municípios, estados ou países, ou, mostrar quais autores descreveram mais espécies na região neotropical e no Brasil. As referencias bibliográficas citadas na lista de espécies (Tabela 1) seguem o formato de Platnick (2010), e podem ser obtidas em http://research.amnh.org/iz/spiders/catalog/BIBLIO.html, com exceção de citações marcadas com *, que se referem a inventários.

Os registros que não apresentavam coordenadas geográficas na publicação original foram georreferenciados utilizando banco de dados de coordenadas geográficas, seguindo quatro critérios de georreferenciamento:

• Critério 1: Alguns registros não-georreferenciados foram obtidos de localidades com coordenadas geográficas conhecidas a partir de outros registros. Nestes casos, foram usadas as coordenadas disponíveis. Por exemplo, uma espécie A apresenta um registro publicado para uma localidade, sem as coordenadas. Entretanto, o banco de dados inclui um registro para a espécie B, publicado para a mesma localidade e com coordenadas. Assim, considera-se pelo Critério 1 que as mesmas coordenadas para o registro da espécie A. Neste critério foram considerados apenas registros com exatamente a mesma informação na coluna "Localidade".

• Critério 2: Registros em localidades sem coordenadas no banco de dados foram georreferenciado por meio de consulta ao Google Earth®.

• Critério 3: Nos casos em que não foi possível localizar as localidades no Google Earth®, os registros foram georreferenciados através da ferramenta Geoloc (disponível em http://splink.cria.org.br/tools?criaLANG=pt), utilizando os bancos de dados do IBGE e do SpeciesLink.

• Critério 4: Os registros sem localidade específica foram georreferenciados a partir do Geoloc, com base nas coordenadas para os municípios.

Assim, foram excluídos das análises todos os registros que não apresentavam informações de localidade e/ou do município, já que não seria possível seu georreferenciamento a posteriori. Para verificar se as coordenadas presentes no banco de dados estavam corretas, os registros obtidos foram dispostos em um mapa de divisão política dos estados e municípios do Brasil (IBGE) usando um SIG (Sistema de Informação Geográfica). Assim, as coordenadas discrepantes foram corrigidas por meio de novas consultas às fontes de dados geográficos (ver Canhos 2001).

Nós mapeamos a riqueza de espécies, e o número de registros de aranhas para o Estado de São Paulo em grades de quadrículas de 0,5° (≈2.916 Km2). Estas foram classificadas em 5 categorias segundo a divisão natural de intervalos calculada pelo programa DIVA-GIS (Hijmans et al. 2005) ArcGIS 9.3.

Resultados e Discussão

1. Lista das espécies do Estado de São Paulo

A lista de espécies do estado é apresentada na Tabela 1 e consta de 875 espécies descritas (Figura 1), distribuídas em 50 famílias, com dados atualizados para esta listagem até o primeiro semestre de 2010.


A região neotropical possui 11.280 espécies, ou seja, quase 1/3 das espécies propostas para o mundo. O Brasil é o país da região com maior diversidade (3.203 spp.), seguido do México (1.951 spp.) e Panamá (1.325 spp.). Contabilizando apenas a América do Sul, teríamos atualmente mais de 7.500 espécies de aranhas. Neste caso, o Brasil também apresenta a maior diversidade de aranhas entre os países, seguido da Argentina (1.316 spp.) e Peru (1.066 spp.).

O Brasil apresenta hoje 3.203 espécies registradas em 659 gêneros e 72 famílias. Destas, 2.784 espécies são conhecidas apenas para o Brasil. O Rio de Janeiro é o estado com maior número de espécies do país até 2008 (756 spp.), seguido por São Paulo (728 spp.), Amazonas (694 spp.) e Rio Grande do Sul (662 spp.) (Figura 1).

A riqueza em espécies por quadrículas no Estado de São Paulo variou entre 1 e 246 espécies, desconsiderando-se 13 quadrículas que não apresentaram registros de ocorrência de aranhas (Figuras 2 e 3). As quadrículas com maior diversidade observada englobam a capital do estado e a região de Botucatu, exatamente onde estão localizadas as coleções do estado. Isto indica que a maior diversidade nestes locais está associada ao esforço amostral intenso empreendido por pesquisadores e colaboradores associados a estas instituições. Além disso, as quadrículas com maior riqueza (com 98 a 246 espécies) estão situadas na Mata Atlântica, que como será discutido adiante, a fitofisionomia melhor amostrada no estado. A riqueza em espécies é menor nas quadrículas que englobam a Mata Atlântica semidecídua, no interior do estado, e as áreas de cerrado. A variação na diversidade de aranhas observada entre as quadrículas está diretamente relacionada a diferenças de esforço amostral, como se observa pela distribuição no número de registros de ocorrência no estado (Figura 3).



Comparado aos demais estados do país, São Paulo é o melhor amostrado, considerando-se a concentração de registros de ocorrência de aranhas (Figuras 1 e 3), São Paulo apresenta 3.122 registros de ocorrência, seguido dos estados do Rio Grande do Sul (2.347), Rio de Janeiro (1.408) e Amazonas (1.346) (Figura 1). Esses estados são exatamente aqueles que abrigam as principais instituições de pesquisa em sistemática de Arachnida, com coleções significativas, com fartos acervos regionais, e com um longo histórico de atuação de aracnólogos. Em São Paulo estão às três instituições que abrigam coleções com mais de 200.000 lotes de aranhas tombadas, o que significa mais de 400.000 exemplares estocados (Tabela 2). Isto mostra que as diferenças de riqueza em espécies de aranhas entre os estados do país podem ser explicadas principalmente por diferenças de esforço amostral, o que também ocorre dentro de cada estado. No Estado de São Paulo, a riqueza em espécies por quadrícula é fortemente correlacionada com o número de registros observado em cada uma (Figuras 2 e 3). O número de registros é particularmente baixo em áreas de Mata Atlântica semidecídua, no interior do estado, e nas áreas de cerrado. Vale lembrar que o último é uma das fitofisionomias mais ameaçadas do estado, que já teve mais de 90% da sua área transformada em cidades ou áreas de cultivo (Klink & Machado, 2005).

No geral a maioria das espécies brasileiras é conhecida por poucos registros (Figura 5). Embora em média cada espécie tenha quatro registros no país, 57% delas são representadas por apenas um registro (ver espécies na Tabela 1) e apenas 114 espécies são conhecidas por mais de 20 registros (Figura 7). Um padrão similar pode ser observado para a fauna de aranhas de São Paulo (Figura 6). Apenas 21 espécies apresentam mais de 20 registros (Figura 7) das quais as que apresentam maior número de registros são Vitalius dubius (Mello-Leitão) (142); Vitalius sorocabae (Mello-Leitão) (104); Vitalius vellutinus (Mello-Leitão) (89); Ancylometes concolor (Perty) (74); Phoneutria nigriventer (Keyserling) (64); Vitalius wacketi (Mello-Leitão) (64); Ctenus ornatus (Keyserling) (54); Scytodes globula Nicolet (52); Ctenus medius Keyserling (46) sendo estas também as espécies com distribuição mais ampla no estado.




O baixo número de registros para a maioria das espécies indica claramente deficiência amostral na maioria das regiões do estado, com exceção talvez ao redor da capital do estado. A Figura 3 mostra áreas de onde não há registro de aranhas para o estado. Obviamente essas regiões abrigam comunidades de aranhas, mas atualmente não há conhecimento sobre as espécies que ocorrem nessas áreas. Esta questão deve ser estudada e revertida, já que historicamente o esforço de amostragem da fauna paulista, e mesmo do país, nunca foi homogêneo. Esta deficiência amostral dificulta a determinação, na maioria dos casos, da área de distribuição, status de conservação, endemismo e raridade de nossas espécies.

Dentre as 50 famílias de aranhas registradas para São Paulo, Araneidae é a mais rica em espécies, seguida por Salticidae e Theridiidae (Figura 8). Embora essas famílias estejam entre as mais ricas em espécies em todo o planeta (Platnick 2010), é digno de nota que o número de espécies de Araneidae supera aquele de Salticidae tanto no Brasil como um todo, como no Estado de São Paulo em particular. Em grande parte isto está ligado a diferenças de esforço de estudo. Os gêneros de Araneidae da região Neotropical foram sistematicamente revisados por Herbert W. Levi, do "Museum of Comparative Zoology (Harvard University)", entre 1968 e 2007 (Calixto & Levi 2006, Levi 2005a, 2005b, 2007, Santos et al. 2005, e referências em Levi 2002: Tabela 2). Além disso, esta família é a melhor representada em registros de ocorrência, o que está ligado ao fato de ter sido mais estudada que as demais (já que o banco de dados se baseia em registros publicados) e também por ser composta por espécies abundantes, vistosas e que constroem teias particularmente visíveis, em habitats facilmente acessíveis.


Dentre as espécies de aranhas conhecidas para o Estado de São Paulo, cerca de 70 podem ser consideradas sinantrópicas, já que vivem juntas ou ao redor das habitações humanas (Brescovit, 2002). Isto indica que apesar da simplificação ambiental advinda da urbanização, algumas espécies de aranhas podem ocorrer em habitats formados nessas áreas. Parte dessas espécies, como Menemerus bivittatus Dufour (Salticidae), Oecobius navus Blackwall (Oecobiidae) e Pholcus phalangioides (Fuesslin) (Pholcidae), são cosmopolitas e ocorrem predominantemente em ambientes urbanos ou fortemente alterados. Pelo menos 17 espécies registradas no Estado de São Paulo foram introduzidas de outras partes do planeta, particularmente da Europa e Ásia.

Com o atual estado de conhecimento para a fauna de aranhas do Brasil, é bastante difícil determinar se as espécies registradas apenas em São Paulo são endêmicas do estado. Apenas uma espécie, Mesabolivar cuarassu Huber, Brescovit & Rheims (Pholcidae) pode ser caracterizada como endêmica de São Paulo. Esta espécie foi descrita da Ilha da Queimada Grande, no litoral de São Paulo (Huber et al., 2005), e não foi encontrada em outras áreas no continente em várias expedições de coleta realizadas no estado. A Ilha de Queimada Grande é conhecida por abrigar outras espécies endêmicas, como a jararaca-ilhoa (Duarte et al. 1995), duas espécies de diplópodos (Schubart 1949), dois quilópodos (Bücherl, 1949) e um anfíbio (Lutz & Lutz 1939).

2. Principais avanços relacionados ao Programa BIOTA/FAPESP

Neste tópico cabe destacar o projeto Biodiversidade de Arachnida e Myriapoda do Estado de São Paulo (PROCESSO: 1999/05446-8) desenvolvido entre dezembro de 2001 e novembro de 2006. Durante este período foram realizadas 42 expedições de campo, em áreas de cerrado e mata atlântica no Brasil, sendo que destas 40% foram em solo paulista. Foram também incluídas amostras de outros projetos, utilizando o mesmo protocolo de coleta, o que enriqueceu a coleção do Instituto Butantan e do Museu de Zoologia da USP. Das 42 expedições, foram obtidos mais de 390.000 aracnídeos, dos quais 350.000 eram aranhas (55.000 indivíduos adultos) que hoje fazem parte dos acervos de São Paulo.

Além da ampliação dos acervos, o projeto Biota/Arachnida e Myriapoda ajudou a equipar a coleção do Instituto Butantan com armários deslizantes. Foram também adquiridos instrumentos óticos e de informática para os laboratórios envolvidos no projeto, e digitalizado 75% das informações do acervo do Instituto Butantan. Durante este projeto foi construído o bancos de dados discutido neste estudo, foram desenvolvidos vários projetos paralelos de curta e longa duração e formados pelo menos 7 mestres e 3 doutores em aracnologia. A partir do material coletado neste projeto, foram descritas mais de 100 espécies novas em Arachnida, das quais 85 aranhas. A produção científica resultante do projeto inclui mais de 90 artigos científicos, dois livros e mais de 90 resumos em diversos congressos nacionais e internacionais.

3. Principais grupos de pesquisa

Em São Paulo, podemos destacar apenas três grupos diretamente ligados à sistemática de aranhas. No Instituto Butantan há quatro taxonomistas empregados, três com título de Doutor: Antonio Domingos Brescovit (várias famílias de Araneomorphae, com destaque para Anyphaenidae, Ctenidae e Scytodidae), Cristina Anne Rheims (Sparassidae, Scytodidae), Sylvia Marlene Lucas (Theraphosidae, Nemesiidae) e Rogério Bertani (Theraphosidae). No Museu de Zoologia atua Ricardo Pinto da Rocha, especialista em opiliões que eventualmente orienta na taxonomia e inventários de aranhas no Estado de São Paulo. Outro grupo atuante é coordenado por Isabela M.P. Rinaldi, na UNESP de Botucatu, com estudos esporádicos em taxonomia de Thomisidae e Salticidae.

Além de grupos atuantes em taxonomia, pelo menos três grupos de pesquisa atuam em inventários de araneofauna no Estado de São Paulo. Em Botucatu, Isabela M.P. Rinaldi tem realizado alguns estudos de inventários, alguns em agroecossistemas (e.g. Rinaldi & Forti 1996, 1997). Dois pesquisadores atuam no Departamento de Biologia Animal da Unicamp, João Vasconcellos-Neto, que tem trabalhado intensamente na Serra do Japi (Jundiaí), e Gustavo Q. Romero, que desenvolve projetos relacionados a interações entre aranhas e plantas. Esses pesquisadores têm interagido frequentemente com colegas taxonomistas e seus projetos frequentemente resultam na adição de novos espécimes às coleções do estado.

4. Principais acervos

Após o diagnostico de Brescovit (1999) ocorreram várias modificações em relação ao inventário das coleções brasileiras na época. Na Tabela 2 observa-se que das 14 instituições citadas anteriormente, somente 12 estão na lista atual. Houve a inclusão de duas coleções, a do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), que em 1999 não existia no moldes atuais de coleções científicas. Sua formação se deve à contratação em 2000 do aracnólogo Alexandre B. Bonaldo, que iniciou uma serie de inventários no estado do Pará e hoje detém um acervo de mais de 35.000 lotes de aranhas. A outra coleção incluída é da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, que tem crescido desde a contratação do aracnólogo Adalberto J. Santos, em 2006.

Por outro lado, três coleções citadas anteriormente já não existem de forma independente. A única coleção privada citada na lista, de Renner Baptista, foi doada e incorporada ao acervo da coleção MNRJ. As coleções da UFPB, de João Pessoa, Paraíba e do MZLQ, de Piracicaba, São Paulo, foram doadas e incorporadas ao acervo do Instituto Butantan (IBSP).

As demais coleções mantêm o status anterior, sendo que algumas foram amplamente modernizadas e hoje se apresentam numa situação ótima em relação ao período anterior. Todos os acervos foram incrementados e mantém um curador regular, mesmo não sendo um aracnólogo, como é o caso do Museu de História do Capão da Imbuia (MHCI) cujo curador é herpetólogo, e a do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), um entomólogo

No Estado de São Paulo, são mantidas três coleções, uma vez que a coleção da ESALQ de Piracicaba foi doada e incorporada à coleção do Instituto Butantan. Em relação aos acervos, as duas coleções de São Paulo suplantam em numero todas as demais coleções, somando mais de 180.000 lotes e mais de 400.000 exemplares, mesmo após o incêndio ocorrido na coleção do IBSP, onde 30% da coleção de Araneae foram perdidos. Nestas, temos no acervo material do país inteiro com abundância de espécimes da maioria das localidades. Já o mesmo não se pode dizer do material do Estado de São Paulo representado nas demais coleções. Das listadas na Tabela 2, apenas o MNRJ, MCN e MCTP tem material representativo do Estado de São Paulo, mas em geral de poucos locais. Sendo assim a melhor representatividade de aranhas do estado em coleções científicas ainda se encontra no próprio estado.

5. Principais lacunas do conhecimento

Apesar das coletas intensas dos últimos anos, os biomas mal amostrados ainda são os mesmos. Cabe destacar o Cerrado que, apesar das muitas áreas amostradas no Programa BIOTA/FAPESP, ainda carece de informações relevantes, uma vez que boa parte do material coletado ainda não foi totalmente examinado e relacionado em listas faunísticas. Ao observarmos as Figuras 3 e 4, percebemos que o meio sul e meio norte, onde há extensas áreas de cerrado estão carentes de registros de espécies. Cabe destacar que boa parte destas áreas teve seu cerrado original modificado em áreas urbanizadas ou em extensas monoculturas, como as de cana-de-açúcar ou de pastagens nas ultimas décadas (Klink & Machado, 2005).


Outros dois biomas que deveriam ser investigados com mais critério no futuro são as Restingas e as Ilhas Litorâneas, ambientes dos quais a representatividades de aranhas em coleções é irrisória. A Restinga é uma das fitofisionomias que mais tem sofrido com a devastação nas regiões litorâneas e estudos têm mostrado sua fragilidade frente à ação antrópica e alterações climáticas (Araújo & Maciel 1998, Rocha et al. 2007). Sua vegetação esta situada em áreas privilegiados do litoral, sendo constantemente ameaçada pela especulação imobiliária e industrial (Santos et al. 2004). Esta região possui características e funções ecológicas únicas que fazem deste ecossistema uma zona de transição e de comunicação entre outros ecossistemas da Mata Atlântica. O litoral do Estado de São Paulo se estende por 622 km e possui áreas extremamente alteradas pelo crescimento das cidades, localizadas nas regiões centrais, e regiões preservadas, localizadas nos extremos sul e norte. Por possuir cadeias de montanhas que subdividem o litoral, possuem áreas de restinga descontínuas e com grande variação na extensão desta para o interior do continente. É dentre todos os ecossistemas litorâneos o mais impactado e também pouco estudado com relação à biodiversidade de aranhas (Platnick & Rocha 1995).

O Estado de São Paulo possui em seu litoral cerca de 140 formas insulares emersas e exclusivamente marinhas, entre ilhas, ilhotas, lajes e rochedos. Quase todas carecem de estudos padronizados e representativos da fauna de aranhas. Estes dados são importantes, pois poderiam ser utilizados na implantação de bancos de dados das espécies que ocorrem neste ambientes, na detecção de espécies ameaçadas ou endêmicas (como a detectada na Ilha da Queimada Grande por Huber et al. 2005) e até no delineamento de estratégias de conservação e proteção destes ambientes.

6. Perspectivas de pesquisa em aranhas para os próximos 10 anos

Nos últimos 10 anos houve grande incremento na formação de taxonomistas de Araneae no Brasil. Hoje contamos com mais de 10 taxonomistas, tanto formados como em fase final de pós-graduação. O Estado de São Paulo tem colaborado muito nesta formação, com aracnólogos formados via USP e Instituto Butantan, assim como o Museu Nacional do Rio de Janeiro, a PUC do Rio Grande do Sul e o Museu Paraense Emílio Goeldi no Pará. Sendo assim, as perspectivas de que inventários e estudos de sistemática do grupo cresçam são alentadoras. Muitos dos profissionais formados têm mantido suas linhas de pesquisa e trabalhado bastante com a fauna paulista. Mesmo assim gostaríamos de sugerir alguns tópicos que poderiam ser avaliados no futuro.

• Concentrar os esforços de coleta no futuro em áreas onde há pouco ou nenhum registro. Isto pode ser observado na Figura 3 que mostra ainda o cerrado como área pouco amostrada, assim como as restingas, as ilhas litorâneas e as áreas residuais de Floresta de Araucária de São Paulo.

• As pesquisas futuras poderiam ser direcionadas, via Programa BIOTA/FAPESP, por exemplo, com projetos de pesquisa para áreas mal estudadas (como as citadas acima) como foi realizado recentemente para áreas oceânicas (BIOTA/FAPESP - Chamada de Propostas do Programa de Pesquisa em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade -Ambientes Marinhos do Estado de São Paulo).

• Outro reflexo do crescimento do número de aracnólogos no estado é o incremento dos acervos. O fluxo de material que tem sido incorporado às coleções paulistas tem sido enorme, mas sua manutenção é dificultada pela carência de recursos financeiros e de pessoal especializado. Duas coleções do estado concentram a imensa maioria dos espécimes coletados no estado, sendo que uma delas, a do Instituto Butantan, perdeu quase 40% de seu acervo em um incêndio em maio de 2010. É importante que mais recursos sejam liberados pelo estado para os acervos e que haja formação e contratação de técnicos para curadoria de material tão importante. Além disso, o incêndio do Instituto Butantan mostra claramente a importância dos investimentos voltados para a melhoria das condições de preservação dos acervos, com ênfase em sistemas de segurança.

Agradecimentos

Ao Programa BIOTA/FAPESP pelo convite para preparação deste diagnóstico. Aos curadores pelas informações dos dados das coleções e a Cristina A. Rheims pela tradução do Abstract. Ao CNPQ, bolsa PQ para A.D. Brescovit (Proc. 301776/2004-0). A.J. Santos foi financiado por CNPq (Procs. 472976/2008-7 e 300498/2009-8) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Hymenoptera Parasitóides da Região Sudeste Brasileira (http://www.hympar.ufscar.br/).

Recebido em 26/08/2010

Versão reformulada recebida em 19/10/2010

Publicado em 15/12/2010

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    Autor para correspondência: Antonio Domingos Brescovit, e-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      03 Out 2012
    • Data do Fascículo
      Dez 2011

    Histórico

    • Recebido
      26 Ago 2010
    • Aceito
      15 Dez 2010
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