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Adolescências, saúde mental e crise: a história contada por familiares 1 1 O estudo é parte da dissertação de mestrado da primeira autora realizado sob a orientação da segunda autora junto ao Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos; e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFSCar expresso pelo CAAE: 61242116.3.0000.5504/ Parecer: 2.030.751 e autorizada pela Fundação Municipal de Saúde da cidade em questão. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e uma Carta de Cessão autorizando o uso e a publicação dos conteúdos.

Resumo:

Introdução

Estudos apontam que adolescentes têm apresentado maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de problemas relacionados à saúde mental. Observa-se, no entanto, uma escassez de pesquisas que tratam da experiência do sofrimento psíquico nessa população, bem como da atenção à saúde mental direcionada aos adolescentes e seus familiares, incluindo a vivência da crise.

Objetivo

O objetivo do estudo foi identificar a compreensão de familiares de adolescentes usuários de um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSij) sobre as situações de crise vivenciadas pelos adolescentes e sobre a trajetória percorrida em busca de cuidados.

Método

Participaram cinco familiares de adolescentes vinculados a um CAPSij, que concederam entrevistas abertas com base no método de história oral, cujos produtos foram posteriormente trabalhados por meio de análise temática.

Resultados

Os resultados indicam que a vivência da crise do adolescente faz emergir sentimentos de medo, perplexidade e culpa nos familiares. Entretanto, tal experiência também é apontada como motivo de maior vínculo entre ambos. Observou-se relatos que relacionam a crise do adolescente à vivência de adversidades familiares e, além disso, embora indiquem a ausência de internações psiquiátricas no processo de cuidado, revelam dificuldades nas trocas com os profissionais e serviços, que facilitem a compreensão da situação, ainda que reconheçam como positivo o apoio dos mesmos nos momentos críticos.

Conclusão

O estudo contribui apresentando a compreensão da crise pela voz dos familiares de adolescentes e identifica as percepções da experiência de cuidado nos serviços, reforçando a importância do lugar da família na atenção à saúde mental de adolescentes.

Palavras-Chave:
Saúde Mental; Adolescência; Família

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