Resumo
Introdução
A terapia ocupacional compreende que o contexto é constituído por elementos que perpassam a vida do cliente, exercendo influência em seu desempenho ocupacional.
Objetivo
Apresentar uma atividade cultural como recurso na reabilitação de crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZV).
Método
Relato de experiência durante estágio de terapia ocupacional, em serviço de Reabilitação para crianças com SCZV em Recife/PE. Através de informações nos prontuários, diário de campo e reuniões de supervisão, analisou-se as possíveis estratégias terapêuticas já utilizadas e foi proposta uma atividade cultural carnavalesca, valorizando o contexto no momento para a reabilitação. Antecipadamente decorou-se o ambulatório, solicitando-se que as crianças viessem fantasiadas no dia da atividade, quando foram estimuladas e fotografadas em diferentes posturas funcionais, com benefícios destacados pela equipe.
Resultados
A atividade cultural descontraída facilitou orientações, esclarecimento de dúvidas e benefícios de participação social. Observou-se que os familiares interagiram, comparando o desenvolvimento, avanços na reabilitação e experiências de cuidado no domicílio, além de troca de contatos pessoais e fotos das crianças nas redes sociais. A atividade possibilitou contatos entre as crianças e novo olhar para além dos problemas da SCZV e seu sinal clínico mais evidente que é a microcefalia. Foi destacado pelos familiares que o diagnóstico não é impedimento para participação social, como expresso nas declarações “meu filho está no carnaval” e “ela também pode”.
Conclusão
Incluir uma atividade cultural trouxe ganhos à clientela. O ambiente, fantasias e fotografias facilitaram a interação e compreensão de orientações terapêuticas, desfocando a intervenção apenas no desenvolvimento e favorecendo o pertencimento social. Ratifica-se que adotar elementos do contexto cultural é um importante recurso que pode ser usado pelo terapeuta ocupacional.
Palavras-chave:
Terapia Ocupacional; Microcefalia; Reabilitação