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A saúde mental infantojuvenil sob a ótica de gestores da Atenção Básica à Saúde: possibilidades e desafios1 1 Os resultados apresentados neste artigo são parte integrante da dissertação intitulada “Saúde Mental Infantojuvenil: identificando realidades de municípios que não contam com CAPS infantojuvenil, a partir da atenção básica em saúde”, desenvolvida por Mariana Santos De Giorgio Lourenço, orientada pela Dra. Thelma Simões Matsukura, elaborada junto ao Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos. Todos os procedimentos éticos foram cumpridos e o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, sob parecer consubstanciado de número 1.484.766.

Resumo

Este estudo objetivou identificar a compreensão de gestores de Unidades de Saúde da Família de municípios que não contam com CAPSij (Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil), sobre saúde mental infantojuvenil, assim como a sua percepção sobre o entendimento que as equipes têm da saúde mental infantojuvenil. Trata-se de pesquisa descritivo-exploratória de caráter qualitativo, aportada no referencial teórico das Políticas Públicas de Saúde, Saúde Mental, Atenção Psicossocial para Infância e Adolescência e Atenção Básica (ABS). Participaram 21 profissionais da ABS, gestores de Unidades de Saúde da Família vinculadas a três municípios do Estado de São Paulo, de diferentes dimensões. Os participantes concederam entrevistas a partir de roteiros semiestruturados. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas com a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Os resultados indicaram, entre outros: (a) a crença dos participantes de que as experiências familiares, econômicas e sociais vivenciadas por crianças e adolescentes em seus contextos de vida têm impacto direto em sua saúde mental; (b) a não identificação de casos de saúde mental infantojuvenil pelos gestores das Unidades participantes; (c) a percepção divergente dos gestores quanto à compreensão das equipes sobre saúde mental infantojuvenil. Com base nos resultados, sinaliza-se que o fortalecimento das estratégias de matriciamento e/ou formação continuada, se planejados de forma contextualizada em função dos territórios, podem ser efetivos para apoiar as ações de cuidado em saúde mental na ABS para aqueles municípios com menos recursos humanos e institucionais.

Palavras-chave:
Saúde Mental; Criança; Adolescente; Atenção Básica à Saúde

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