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Migração: saúde reprodutiva e estereótipo

Human migration: reproductive health and stereotypes

Resumo

Introdução

A saúde é um direito universal em Portugal garantido pela Lei nº 56/79, artigo 4º, mas fatores sociais de gênero e de nacionalidade têm condicionado o seu acesso, a exemplo do preconceito sofrido pelas brasileiras residentes nesse país e da falta de acesso em relação à saúde reprodutiva vivenciados por elas.

Objetivo

Analisar a percepção de mulheres imigrantes brasileiras em relação aos serviços de saúde reprodutiva em Portugal.

Método

Foram realizadas entrevistas com 13 mulheres selecionadas mediante a técnica de amostragem em bola de neve.

Resultados

As brasileiras revelaram preferência pela cesariana, o que pode colaborar para a existência de preconceito nos serviços públicos (Serviço Nacional de Saúde), alegando que eles fazem apenas parto normal sem o uso de analgesia, além de ser conduzido por enfermeiros. Nos atendimentos particulares, a cesariana normalmente é realizada, e não foi notada a presença de preconceito.

Conclusão

Tal predileção, provavelmente, não esteja apenas relacionada às dificuldades experimentadas pelas imigrantes no Serviço Nacional de Saúde de Portugal, mas também à cultura favorável à cesariana, sobretudo no estado de São Paulo, que as brasileiras levam consigo ao migrarem, seja por questões de saúde ou de estética

Palavras-chave:
migração; imigração; emigração; saúde reprodutiva; preconceito

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