Lodo de esgoto é o resíduo obtido após o tratamento dos esgotos municipais. Em decorrência dos elevados teores de matéria orgânica e de nutrientes, é possível utilizar o lodo, de forma sustentável, como fertilizante agrícola e condicionador de solos. Todavia, além de patógenos e de compostos orgânicos voláteis, esse resíduo pode conter ainda metais pesados que podem ser acumulados e contaminar as culturas agrícolas e a cadeia trófica. Assim, neste trabalho, objetivou-se avaliar as alterações na fertilidade de um Latossolo Vermelho distrófico e na disponibilidade de metais pesados decorrentes da aplicação de lodo de esgoto. Foi avaliado se a matéria orgânica fornecida ao solo com aplicações elevadas de lodo deverá, em razão da formação de compostos insolúveis, diminuir a disponibilidade dos metais pesados do solo. Para tanto, foi conduzido experimento em vasos de polietileno, com a aplicação do lodo no solo nas concentrações equivalentes a 60, 120 e 180 t ha-1, e um tratamento controle sem lodo, com quatro repetições, em delineamento inteiramente casualizado, utilizando alface como planta teste. Os resultados indicam que o lodo de esgoto promoveu o aumento dos teores de matéria orgânica, da capacidade de troca catiônica (CTC) e de nutrientes no solo e ainda melhorou o desenvolvimento das plantas até a concentração de 120 t ha-1. A disponibilidade dos metais pesados, no entanto, foi reduzida nos tratamentos a partir de 120 t ha-1 de lodo.
Biossólidos; poluição do solo; nutrientes; Lactuca sativa
