Isolamento, identificação molecular e controle in vitro de bacterias endógenas de Campomanesia rufa (O. Berg) Nied.

RESUMO

Campomanesia rufa (O. Berg) Nied. é uma espécie mirtácea nativa do Cerrado brasileiro. Considerada uma espécie ameaçada de extinção, a propagação in vitro de C. rufa apresenta-se como uma alternativa para sua conservação. No entanto, a falta de protocolos eficazes para a desinfecção de microrganismos endofíticos naturalmente presentes nos tecidos vegetais dificulta o sucesso da micropropagação. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi o isolamento, a identificação molecular e o controle de bactérias endógenas de C. rufa propagadas in vitro. Produtos de PCR purificados dos isolados bacterianos foram sequenciados pelo método de Sanger. As sequências obtidas foram alinhadas com sequências homólogas usando Basic Local Alignment Search Tool (BLAST) disponível na National Centre for Biotechnology Information (NCBI). As sequências obtidas neste estudo e as sequências homólogas listadas no GenBank foram alinhadas usando o software MEGA7 para elaborar árvores filogenéticas. Avaliaram-se a sobrevivência, a altura da parte aérea e a eficiência de antibióticos (estreptomicina, ampicilina e cloranfenicol) em diferentes concentrações no meio de cultura. A ocorrência de diferentes cepas de Bacillus sp. foi observada nos tecidos vegetais. Ao testar o controle de Bacillus sp. com antibióticos, o uso de 32 mg L^-1 de ampicilina causou uma redução significativa na contaminação bacteriana sem afetar a sobrevivência do explante. Por outro lado, o uso de 256 mg L^-1 de estreptomicina causou a maior redução na contaminação, embora esta concentração tenha sido letal para mais de 90% dos explantes. Este estudo é o primeiro relato sobre a ocorrência de bactérias endógenas e seu controle no contexto da conservação in vitro de espécies nativas.

Termos para indexação:
‘Casaqueira’; árvore filogenética; Bacillus sp.; antibióticos