Este artigo analisa a evolução recente da segregação socioespacial em Salvador à luz do debate sobre as transformações das metrópoles no capitalismo globalizado. Reconhecendo que todas as grandes cidades de alguma forma terminam sendo tocadas pela globalização, o texto ressalta que entretanto os impactos desse processo não são uniformes nem convergem para um modelo único de cidade. É preciso considerar-se a conformação histórica de cada cidade, suas instituições, atores e decisões políticas locais, dentro de uma dinâmica definida pela continuidade/transformação, onde o pré-existente condiciona a irrupção do novo, o qual, em muitos casos, já começara a se esboçar no passado. Mostrando como se conformou uma metrópole extremamente desigual e segregada e como as transformações dos últimos anos vêm agravando essas perversões, a análise do caso de Salvador ilustra essas considerações.
metrópoles; segregação socioespacial; estruturas urbanas; transformações urbanas; Salvador