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Tipos de divulgação da informação financeira e não financeira de responsabilidade social empresarial

Tipos de divulgación de información financiera y no financiera de responsabilidad social empresarial

Resumo

A informação de responsabilidade social empresarial assumiu, nas últimas décadas, uma importância elevada para preparadores e utilizadores e intensificou-se desde 2007, com a crise financeira americana, espelhada em Portugal desde 2008. O crescente volume de informação apresenta várias formas de divulgação de ações que tenham impacto no desempenho das empresas e reflexo na visão dos stakeholders acerca da empresa na comunidade em que se insere. O objetivo deste artigo é elencar diferentes formas de divulgação de informação de responsabilidade social pelas empresas e destacar os canais usados estrategicamente para o efeito. Cumulativamente, são listadas vantagens e desvantagens dos meios utilizados para contribuir para o questionamento dos atuais recursos em uso para a divulgação da informação socialmente responsável. A metodologia adotada foi a análise bibliográfica de estudos recentes para levantar o estado da arte sobre o tema. Trata-se de pesquisa descritiva realizada em empresas nacionais cotadas na bolsa de valores de Lisboa no 1º semestre de 2016. Conclui-se que existe uma multiplicidade de informações divulgadas pelas empresas acerca das suas ações de responsabilidade social: escrita e não escrita, financeira e não financeira e interna e externa. As páginas web e os relatórios tradicionais parecem ser mais usados, apesar de subsistirem dificuldades de medida no relato quantitativo em comparação com o qualitativo.

Palavras-chave:
Responsabilidade social; Divulgação; Informação financeira; Informação não financeira.

Resumen

La información de responsabilidad social empresarial asumió, en las últimas décadas, una gran importancia para los preparadores y usuarios y se intensificó desde 2007, con la crisis financiera estadounidense, reflejada en Portugal desde 2008. El creciente volumen de información presenta varias formas de divulgación de acciones que tengan impacto sobre el desempeño de las empresas y reflejo sobre la visión de los stakeholders acerca de la empresa en la comunidad donde opera. El objetivo de este artículo es listar diferentes formas de divulgación de información de responsabilidad social de las empresas y destacar los canales utilizados estratégicamente para este fin. Acumulativamente, se enumeran ventajas y desventajas de los medios utilizados para contribuir al cuestionamiento de los actuales recursos en uso para la divulgación de información socialmente responsable. La metodología adoptada fue el análisis bibliográfico de estudios recientes para averiguar el nivel de desarrollo del tema. Se trata de una investigación descriptiva realizada en empresas nacionales que cotizan en la bolsa de valores de Lisboa en el 1er semestre de 2016. Se concluye que existe una multiplicidad de información divulgada por las empresas sobre sus acciones de responsabilidad social: escrita y no escrita, financiera y no financiera e interna y externa. Las páginas web y los informes tradicionales parecen ser más utilizados, aunque persistan dificultades de medida en el informe cuantitativo en comparación con el cualitativo.

Palabras clave:
Responsabilidad social; Divulgación; Información financiera; Información no financiera.

Abstract

Corporate social responsibility information assumes, in recent decades, a high importance to preparers and users has intensified since 2007, with the US financial crisis, reflected in Portugal since 2008. The growing volume of information presents several forms of dissemination aimed it is to promote actions that have an impact on business performance and reflection on the vision that stakeholders have of the company in the community in which it operates. The purpose of this article is to list different forms of information dissemination of corporate social responsibility and highlight the channels used strategically for this purpose. Cumulatively want to list advantages and disadvantages of the means to contribute to the questioning of the current use of resources for the promotion of socially responsible information. The methodology used was a literature review of recent studies in which it sought a general area of ​​the state of the art. Cumulatively was used a descriptive research in domestic companies listed on the Lisbon values ​​in the 1st half of 2016 in order to record, analyze and relate the facts established in the literature review in the Portuguese context. We conclude that there is a multitude of information disclosed by companies of their social responsibility: written and unwritten, financial and non-financial, and internal and external. The web pages and traditional reports seem to be the most used, although difficulties persist measure the quantitative report over the quality, it requires greater rigor to ensure superior quality in the produced social responsibility information.

Keywords:
Social responsibility; Disclosure; Financial information; Not financial.

Introdução

São vários os autores a referir que a responsabilidade social tem crescente importância tanto na vertente ambiental e humana (PEREIRA, 2015PEREIRA, S. S. R. Responsabilidade social empresarial (RSE) e gestão de interesses contrastantes dos stakeholders. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2015.; FRIEDMAN, 1970FRIEDMAN, M. The social responsibility of business is to increase its profits. The New York Times Magazine, n. 13, 1970.) como na vertente econômica e financeira (FRIEDMAN, 1970FRIEDMAN, M. The social responsibility of business is to increase its profits. The New York Times Magazine, n. 13, 1970.; FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.). Vale notar que a responsabilidade social é um tema em profunda mudança por sua atualidade, falta de um conceito uniforme e universalmente aceite por todos (PEREIRA, 2015), por ser estrategicamente usado pelas empresas na obtenção de benefícios econômicos futuros (REGO, CUNHA, COSTA et al., 2006REGO, A. et al. Gestão ética e socialmente responsável. Lisboa: RH, 2006.) e por se tratar de uma matéria na qual as empresas informam sob diferentes perspectivas e formas (FARIA, 2015) é, em suma, um tema complexo na academia e nas empresas.

Várias teorias acompanham o estudo da responsabilidade social. Não é pretensão deste artigo fazer uma súmula das existentes, mas destacar as mais frequentes na literatura consultada, como a Tese da Moral Mínima, a Teoria dos Stakeholders, o pensamento de Milton Friedman, a visão de Thomas Mulligan, a Teoria de Julgamento Moral, a Teoria da Ação Comunicativa e a Teoria da Legitimidade.

A Tese da Moral Mínima, defendida por Rego, Cunha, Costa et al. (2006REGO, A. et al. Gestão ética e socialmente responsável. Lisboa: RH, 2006.), divulga que a existência da responsabilidade social empresarial deve procurar incessantemente o lucro, desde que tal jornada não cause malfeitorias. A relação que essa teoria apresenta entre a empresa e a responsabilidade social centra-se no socialmente correto, logo, assume uma relação que varia consoante os objetivos organizacionais.

A Teoria dos Stakeholders defende que, muito além dos interesses individuais dos acionistas, a empresa deve privilegiar os interesses globais dos Stakeholders que a compõem (GREENWOOD e CIERI, 2005GREENWOOD, M.; CIERI, H. Stakeholder theory and the ethics of human resource management. 2005. Disponível em: <Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/265103536_Stakeholder_theory_and_the_ethics_of_human_resource_management >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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). Os Stakeholders são um grupo de interessados que afeta ou é afetado pela empresa, formado por empregados, fornecedores, clientes, entidades financeiras e seguradoras, entidades públicas e o público em geral (FREEMAN e VEA, 2002FREEMAN, R. E.; VEA, M. D. A stakeholder approach to strategic management. Charlottesville, VA: University of Virginia Press, 2002.; TEIXEIRA, 2013TEIXEIRA, S. Gestão das organizações. Lisboa: Escolar, 2013.). O centro dessa teoria é criar valor para um grupo de interessados, que não exclusivamente os indivíduos que participam no capital das empresas, tarefa complexa devido à multiplicidade de interesses entre as partes envolvidas que, no limite, podem até ser contrastantes (PEREIRA, 2015PEREIRA, S. S. R. Responsabilidade social empresarial (RSE) e gestão de interesses contrastantes dos stakeholders. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2015.; FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.). Para Philips (2004PHILIPS, R. Some key questions about stakeholder theory. Ivey Business Journal, v. 11, p. 35-42, 2004.) o entendimento dessa teoria assenta no recebimento de benefícios para a empresa provenientes de seus stakeholders, de tal forma que esta se vê na obrigação de proporcionar um retorno, gratificando-os de algum modo. A relação dessa teoria entre a empresa e a responsabilidade social é permanente e tem o envolvimento de todas as partes interessadas.

Tal como a Tese da Moral Mínima, Milton Friedman, economista defensor do liberalismo, acredita que as empresas devem constituir-se e crescer com o fruto de seus lucros, essa é a base da Teoria do Shareholder. A perspectiva de Friedman é maximizar os lucros para os acionistas (VASCONCELOS, PESQUEUX e CYRINO, 2014VASCONCELOS, I. F. F. G.; PESQUEUX, Y.; CYRINO, A. B. A Teoria da Ação Comunicativa de Habermas e suas aplicações nas organizações: contribuições para uma agenda de pesquisa. Cad. EBAPE.BR, v. 12 n. Edição especial, p. 374-383, 2014. ). Inicialmente, parece que o pensamento de Friedman se distancia dos princípios morais e éticos que sedimentam a razão de ser da responsabilidade social, sendo essa visão assumida por diferentes autores (WARTICK e COCHRAN, 1985WARTICK, S.; COCHRAN, P. The evolution of the corporate social performance model. Academy of Management, v. 10, n. 4, p. 87-99, 1985.; MCGEE, 1998MCGEE, J. Corporate strategies and environmental regulations: an organizing framework. John Wiley & Sons, v. 19, n. 4, p. 377-387, 1998.). Não obstante, em uma observação mais atenta, verificamos que o autor defende a criação de lucro em cumprimento com as regras da verdadeira competição de mercado (TEIXEIRA, 2013TEIXEIRA, S. Gestão das organizações. Lisboa: Escolar, 2013.). Logo, a prática da responsabilidade social não é impeditiva à criação de lucro, desde que o caminho para obter tal lucro não comprometa a seriedade dos negócios, ou seja, sem causar danos a outrem ou ser objeto de fraudes, em uma economia que seja livre e aberta (TEIXEIRA, 2013TEIXEIRA, S. Gestão das organizações. Lisboa: Escolar, 2013.). Se observarmos essa teoria na sua completa acepção, vemos uma ligação positiva entre a empresa e a responsabilidade social, dado que o retorno ao acionista ocorre em uma perspectiva ética e não puramente economicista. Com o mesmo pensamento de Milton Friedman, Archie Carrol, em 1983, defendia que a responsabilidade social permitia gerir as empresas com respeito pela lei e pela ética. Foi dessa forma que, em 1991, criou uma pirâmide na qual destacava uma hierarquia de responsabilidades composta pela esfera econômica, legal, ética e filantrópica. O estudo da responsabilidade social foi gradualmente ampliado e, para tal, ajudou a visão de Thomas Mulligan, expondo que a responsabilidade social encontra raízes nos princípios da Teoria dos Stakeholders advogando que uma empresa deve procurar atingir seu máximo de lucro, mas se distingue da Teoria dos Stakeholders, tendo presente que uma empresa deve atingir tais resultados com base em princípios éticos e morais e não puramente economicistas (MULLIGAN, 1986MULLIGAN, T. A critique of Milton Friedman’s essay: the social responsibility of business is to increase its profits. Journal of Business Ethics, n. 5, p. 265-269, 1986.).

Em uma perspectiva distinta, a Teoria de Julgamento Moral, desenvolvida por Lawrence Kohlberg, assenta nos estudos de Jean Piaget sobre a investigação do desenvolvimento dos indivíduos (GRIESSE, 2003GRIESSE, M. Business ethics and corporate social responsibility in light of Lawrence Kohlberg’s theory of moral judgment. Impulso, n. 14, p. 33-48, 2003.). Essa teoria, segundo Margaret Ann Griesse, procura explicar como um indivíduo soluciona seus problemas com base em decisões éticas, justas e assentes em uma filosofia moral. Os estudos de Kohlberg foram realizados durante mais de duas décadas e entre pessoas muito distintas, o que proporcionou conclusões muito aceitáveis para discussão na academia (GRIESSE, 2003). Logo, essa teoria assumiu particular interesse entre as empresas e a responsabilidade social, na medida em que as empresas passaram a adotar ações socialmente responsáveis para evitar julgamentos sociais negativos pela comunidade (GRIESSE, 2003). Segundo Kohlberg, o Estado não tem capacidade de responder eficazmente a todas as solicitações sociais, logo, as empresas e os cidadãos devem proporcionar o bem comum sempre que possam (GRIESSE, 2003GRIESSE, M. Business ethics and corporate social responsibility in light of Lawrence Kohlberg’s theory of moral judgment. Impulso, n. 14, p. 33-48, 2003.).

Nas diferentes teorias elencadas são comuns as ideias de ética, moral e verdade. Nesse âmbito, chama-se a atenção para outra teoria que destaca mais especificamente a reunião dessas ideias, a Teoria da Ação Comunicativa; esta se baseia na necessidade de equilibrar direitos e interesses, esbatendo conflitos para uma verdadeira comunicação, cuja importância para Habermas (1990HABERMAS, J. Soberania popular como procedimento. Novos Estudos Cebrap, n. 26, p. 100-113, 1990.) é indiscutível, mas uma obrigação e exigência de verdade sem fins estratégicos ou instrumentais. Logo, essa teoria oferece racionalidade, razão, isenção e objetividade na atividade comunicativa (VASCONCELOS, PESQUEUX e CYRINO, 2014VASCONCELOS, I. F. F. G.; PESQUEUX, Y.; CYRINO, A. B. A Teoria da Ação Comunicativa de Habermas e suas aplicações nas organizações: contribuições para uma agenda de pesquisa. Cad. EBAPE.BR, v. 12 n. Edição especial, p. 374-383, 2014. ).

Informar sobre a responsabilidade social é não só uma necessidade das empresas, mas, ainda, uma obrigatoriedade para o grupo social em que se encontra (VASCONCELOS, PESQUEUX e CYRINO, 2014VASCONCELOS, I. F. F. G.; PESQUEUX, Y.; CYRINO, A. B. A Teoria da Ação Comunicativa de Habermas e suas aplicações nas organizações: contribuições para uma agenda de pesquisa. Cad. EBAPE.BR, v. 12 n. Edição especial, p. 374-383, 2014. ). Essa ideologia vai ao encontro da Teoria da Legitimidade, que defende a divulgação da informação de responsabilidade social (DEEGAN, 2002DEEGAN, C. Introduction: the legitimising effect of social and environmental disclosures - a theoretical foundation. Accounting, Auditing and Accountability Journal, v. 15, n. 3, p. 282-311, 2002.). Essa teoria advoga o princípio de que as empresas não devem apenas empreender ações sociais exclusivamente, mas se preocupar em comunicá-las ao público (BRANCO e RODRIGUES, 2006bBRANCO, M.; RODRIGUES, L. Communications of corporate social responsibility by Portuguese banks: a legitimacy theory perspective. Corporate Communications: An International Journal, v. 11, n. 3, p. 232-248, 2006b.; BRANCO, EUGÉNIO e RIBEIRO, 2008BRANCO, M.; EUGÉNIO, T.; RIBEIRO, J. Environmental disclosure in response to public perception of environmental threats: the case of co-incineration in Portugal. Journal of Communication Management, v. 12, n. 2, p. 136-151, 2008.). Autores como Gray, Kouhy e Lavers (1996) são advogados acérrimos da importância que essa teoria desempenha no relato da informação de responsabilidade social ao exterior de uma empresa. Anote-se que a forma de divulgação adotada pela empresa pode afetar a perceção no exterior sobre a empresa (DEEGAN, 2002DEEGAN, C. Introduction: the legitimising effect of social and environmental disclosures - a theoretical foundation. Accounting, Auditing and Accountability Journal, v. 15, n. 3, p. 282-311, 2002.) e ser usada estrategicamente para que as suas ações sejam valorizadas pela sociedade (DIAS, 2009DIAS, A. O relato da sustentabilidade empresarial: evidência empírica nas empresas cotadas em Portugal. Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), p. 111-150, 2009. Disponível em: <Disponível em: http://www.occ.pt/downloads/files/1272993550_111-150.pdf >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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). Segundo Dias (2009DIAS, A. O relato da sustentabilidade empresarial: evidência empírica nas empresas cotadas em Portugal. Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), p. 111-150, 2009. Disponível em: <Disponível em: http://www.occ.pt/downloads/files/1272993550_111-150.pdf >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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), as estratégias de divulgação podem assumir diferentes formas consoante o momento em que a empresa se encontre, pois esta pode necessitar corrigir, sustentar ou alcançar legitimidade. A relação que essa teoria tem entre a empresa e a responsabilidade social é uma função da atuação da empresa, ou seja, pode ser reativa, defensiva, acomodativa ou proativa dependendo da posição da empresa.

Diante das teorias supraestudadas, admite-se que a informação de responsabilidade social é importante para a empresa e para seus Stakeholders. Independentemente dos objetivos individuais (empresa e Stakeholders), é propósito deste artigo destacar as diferentes modalidades de relato da informação de responsabilidade social, quer no nível financeiro, quer no nível não financeiro. Para o efeito, procurou-se por meio de uma recensão bibliográfica, a mais atual possível, destacar as formas de evidenciação da responsabilidade social pelas empresas, analisando e descrevendo suas vantagens e desvantagens, a fim de poder avaliar e discutir as melhores ferramentas de divulgação da informação.

Referencial teórico

O processo de comunicação da informação de responsabilidade social é objeto de vários artigos, livros e essays acadêmicos que pretendem demonstrar sua importância para a manutenção ou melhoria da imagem organizacional (CONCEIÇÃO, DOURADO, BAQUEIRO et al., 2011CONCEIÇÃO, S. H. et al. Fatores determinantes no disclosure em responsabilidade social corporativa (RSC): um estudo qualitativo e quantitativo com empresas listadas na Bovespa. Revista Gestão e Produção, v. 18, n. 3, p. 461-472, 2011.). Nesse relato, podemos perceber práticas sociais, humanas, ambientais, econômicas e outras que foram executadas pela empresa em determinado período (FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.). Cumulativamente, podemos verificar se tais ações influenciam ou influenciaram a performance empresarial (MELO, DANTAS e ARAÚJO, 2016MELO, C. M. M. D.; DANTAS, F. N.; ARAÚJO, A. O. Custos sociais e ambientais e GRI: uma análise das empresas integrantes do índice de sustentabilidade empresarial (ISE). Revista Ambiente Contábil, v. 8, n. 2, p. 155-172, 2016.) e observar a saúde de uma empresa e seu potencial futuro (CAETANO e EUGÉNIO, 2015CAETANO, D. C.; EUGÉNIO, T. C. P. Relato de sustentabilidade de empresas da construção civil em Portugal e Espanha. Revista Ambiente Contábil, v. 7, n. 1, p. 273-290, 2015.). Uma apreciação de todos esses elementos incorre em uma avaliação financeira, embora o risco associado de subestimar ou sobrestimar o contributo de aspectos não financeiros que interferem na maioria das análises da informação empresarial (CAETANO e EUGÉNIO, 2015CAETANO, D. C.; EUGÉNIO, T. C. P. Relato de sustentabilidade de empresas da construção civil em Portugal e Espanha. Revista Ambiente Contábil, v. 7, n. 1, p. 273-290, 2015.). Assim, em primeiro lugar, vale esclarecer que tipo de responsabilidade social interna e externa uma empresa é capaz de realizar para que, com base nesse instrumento, possamos identificar formas de relato ajustadas para um e outro nível empresarial (interno e externo) (Quadro 1) (FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.). Note-se que o Quadro 1 contempla apenas algumas ações que servem de exemplo de práticas que as empresas podem adotar para permitir que seus colaboradores se tornem atores, mas também, recebam benefícios pelas práticas socialmente responsáveis das empresas. Todas essas ações elencadas foram aleatórias, bem como as medidas a adotar, sem prejuízo da escolha de outras ações e medidas que igualmente representariam o nível de relato interno e externo da responsabilidade social empresarial.

Quadro 1
Dimensão interna e externa da responsabilidade social

Como se observa no Quadro 1, são várias as formas de executar ações de responsabilidade social. Umas podemos dizer que são mais simples para as empresas, ou pelo menos mais facilmente aceitáveis que outras, devido aos impactos econômico-financeiros que podem implicar sobre os lucros (FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.). Em nível interno, destacam-se ações de criação e implementação de normas sociais e ambientais, apoio aos recursos humanos, afetação de regras de higiene e segurança no trabalho, investimento em capital humano e no ambiente (MARCO, 2012MARCO, D. A. R. As funções da responsabilidade social no marketing social de hoje. O caso de estudo Mcdonald’s Portugal. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação especialização em Comunicação, Marketing e Publicidade) - Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, Portugal, 2012.). Em nível externo, a empresa visa a se tornar mais visível e apelativa aos seus Stakeholders, promovendo boas relações com a comunidade e aumentando os investimentos nela. Estimular relações com parceiros sociais, para aumentar sua responsabilidade social e criar ou aperfeiçoar códigos de conduta, procedimentos diversos no âmbito social, ambiental e humano (FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.). Finalmente, em prol do respeito dos direitos humanos, a empresa deve centrar suas atenções nas preocupações ambientais globais pela sua natural extensão desde a demografia à energia, passando pela poluição (LÁZARO e GREMAUD, 2016LÁZARO, L. L. B.; GREMAUD, A. P. A responsabilidade social empresarial e sustentabilidade na América Latina: Brasil e México. Revista Administração UFSM, v. 9, n. 1, p. 138-155, 2016.; MARCO, 2012MARCO, D. A. R. As funções da responsabilidade social no marketing social de hoje. O caso de estudo Mcdonald’s Portugal. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação especialização em Comunicação, Marketing e Publicidade) - Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, Portugal, 2012.).

Como se verifica, há uma multiplicidade de ações de responsabilidade social. Cada uma deve ser comunicada aos Stakeholders que interagem com a empresa. A forma de comunicação é variável, podendo ser escrita ou não escrita. Quer uma, quer outra podem dividir-se em informação de natureza financeira e não financeira (Quadro 2).

Quadro 2
Dimensão interna e externa da responsabilidade social

Cada uma dessas formas de comunicação apresenta vantagens e desvantagens em sua forma de informação aos Stakeholders. É sobre cada uma delas que se procurará detalhar, começando pelos documentos contabilísticos de prestação de contas. Esses documentos incluem uma infinidade de informações, sendo a quantitativa a que existe em maior número e na maioria das peças usadas. No balanço empresarial, podemos encontrar no passivo corrente e não corrente itens de natureza ambiental, particularmente nas provisões (FARIA, 2012FARIA, M. J. S. Perspectivas de análise da informação financeira no relato de determinados elementos intangíveis. Tese (Doutorado em Economia Financeira e Contabilidade )- Universidade de Santiago de Compostela, Santiago de Compostela, Espanha, 2012.), e no ativo não corrente, especificamente nas rubricas de ativos intangíveis itens relacionados a aspectos sociais, de capital humano e de valorização ambiental (FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.). Na demonstração dos resultados, é visível o impacto de itens sociais e ambientais nas rubricas de gastos com o pessoal, imparidades (perdas ou reversões), outros gastos ou outros rendimentos (FARIA, 2012). Na demonstração de fluxos de caixa em pagamentos e/ou recebimentos de atividades de investimento em itens intangíveis (FARIA, 2012FARIAS, A. Responsabilidade social. 2004. Disponível em: <Disponível em: http://www.gazetaonline.globo.com/marketingplace/artigo_print.php?id_artigo.com.br >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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). Já na demonstração de alterações no capital próprio não foi visualizado o efeito direto da responsabilidade social, mas indiretamente pela diferença entre o ativo e passivo, ou seja, nas variações ocorridas sobre o resultado do período (FARIA, 2012FARIAS, A. Responsabilidade social. 2004. Disponível em: <Disponível em: http://www.gazetaonline.globo.com/marketingplace/artigo_print.php?id_artigo.com.br >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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). No anexo às contas, elemento privilegiado que complementa toda a informação contida nas peças contabilísticas que, além de informação financeira, tem um cariz qualitativo muito elevado e de interesse particular ao leitor da informação, apresenta várias notas com menção a aspectos associados à responsabilidade social como, por exemplo, a nota n. 6 de ativos intangíveis, a nota n. 7 de ativos fixos tangíveis, a nota n. 11 de propriedades de investimento, a nota n. 12 de imparidade de ativos, a nota n. 16 de exploração e avaliação de recursos minerais, a nota n. 17 de agricultura, a nota n. 21 de provisões, passivos e ativos contingentes, a nota n. 22 de subsídios do governo e apoios do governo, a nota n. 26 de matérias ambientais, a nota n. 28 de benefícios dos empregados e a nota n. 30 de outras divulgações (FARIA, 2012FARIAS, A. Responsabilidade social. 2004. Disponível em: <Disponível em: http://www.gazetaonline.globo.com/marketingplace/artigo_print.php?id_artigo.com.br >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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). Como os documentos contabilísticos são obrigatórios, não existem controvérsias em torno deles, apenas diferentes pontos de vista quanto às medidas que melhor se ajustam ao cálculo dos itens sociais e ambientais. Alguns autores defendem métricas mais financeiras (FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.; EUGÉNIO, 2010EUGÉNIO, T. Avanços na divulgação de informação social e ambiental pelas empresas e a teoria da legitimidade. Revista Universo Contábil, v. 6, n. 1, p. 102-118, 2010.), enquanto outras métricas mais qualitativas que tornam a informação mais subjetiva embora mais facilmente concebível (PARENTE, 2014PARENTE, C. Perfis de empreendedorismo social em Portugal. 2014. Disponível em: <Disponível em: http://www.apreender.fundacaoaep.pt/Recursos/1_promover/1.4_empreendedorismosocial/1.4.2_26Set/doc/perfis_empreend.pdf >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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; FESTAS, 2012FESTAS, A. S. T. Responsabilidade social das empresas: implicações económicas e jurídicas. Dissertação (Mestrado em Direito e Gestão) - Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, Portugal, 2012.).

O relatório de gestão é uma peça que apresenta informação financeira e não financeira de responsabilidade social (MATA, FIALHO e EUGÉNIO, 2014MATA, C.; FIALHO, A.; EUGÉNIO, T. A Análise da investigação em contabilidade sobre relato ambiental: 2006-2011. Revista Universo Contábil, v. 10, n. 4, p. 182-199, 2014.). Inclui informação ambiental diluída com a informação financeira restante (CARVALHO e MONTEIRO, 2002CARVALHO, J. B. C.; MONTEIRO, S. M. S. O relato ambiental nas empresas portuguesas abrangidas pela ISO 14001. In: ENCONTRO DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS DE CONTABILIDAD, 10., 2002, Santiago de Compostela. Anais... Santiago de Compostela (Espanha): {s.n}, 2002.), mas também informação social e de capital humano (MATA, FIALHO e EUGÉNIO, 2014MATA, C.; FIALHO, A.; EUGÉNIO, T. A Análise da investigação em contabilidade sobre relato ambiental: 2006-2011. Revista Universo Contábil, v. 10, n. 4, p. 182-199, 2014.). Como exemplo, apresenta-se o relatório de gestão e contas da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social referente a 2015, aprovado em 29/03/2016, que demonstrou por meio da participação em conferências e congressos sobre o tema um conjunto de medidas adotadas no âmbito da responsabilidade social na comunidade em que está inserida, com apoio de seus colaboradores e em parceria com entidades e redes de responsabilidade social. Igualmente, o relatório de gestão de 2015 da Sociedade Nacional de Estratificados (Sonae) demonstrou uma distinção da empresa por meio do Retail Awards HiperSuper 2015, na categoria Melhor Campanha de Responsabilidade Social e Corporativa no setor de retalho alimentar; já no relatório de gestão de 2015 do Intermarché pode ler-se que, nessa distinção, a empresa foi premiada como melhor campanha de publicidade.

A Energias de Portugal (EDP) também preconiza em seu relatório e suas contas de 2015 ações de responsabilidade social inseridas em uma política de investimento social. Materializa-se por meio da melhoria da qualidade de vida de populações mais desfavorecidas, apoio de tradições da cultura popular portuguesa, ao introduzir a metodologia Lean nas escolas e autarquias com o propósito de reduzir o desperdício e favorecer a eficiência e por fazer parte do London Benchmarking Group, com o objetivo de distribuir o investimento social, nessa rede que partilha uma linguagem comum, projetos e voluntariado que se ligam ao terceiro setor ou ao setor da economia social. Existe alguma controvérsia na EDP, pois a empresa poderia ser socialmente mais responsável do que as divulgações apresentadas em seu relatório e suas contas. A EDP parece irresponsável quando não adota tarifas mais reduzidas para os mais carenciados, não renuncia aos valores de pensões elevados recebidos pelo Estado português, quando há indícios de práticas de concorrência desleal e quando gasta milhões de euros na construção de um luxuoso Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) em uma área suntuosa de Lisboa. Essa análise crítica de suas ações pode estender-se a outras empresas que indicam responsabilidade social em seus relatórios e suas contas, mas parecem praticar a irresponsabilidade social.

O balanço social, peça de informação financeira (RIBEIRO e LISBOA, 1999RIBEIRO, M. S.; LISBOA, L. P . Balanço social. Revista Brasileira de Contabilidade, v. 28, n. 115, p. 72-81, 1999.), constitui instrumento de gestão (TINOCO, 2009TINOCO, J. E. P. Balanço social: uma abordagem da transparência e da responsabilidade pública das organizações. São Paulo: Atlas , 2009.; FREIRE e MALO, 1999FREIRE, F.; MALO, F. O balanço social no Brasil: gênese, finalidade e implementação como complemento às demonstrações contábeis. Fortaleza: {s.n}, 1999.), um meio de avaliação de desempenho (MELO NETO e FROES, 2001MELO NETO, F. P.; FROES, C. Gestão da responsabilidade social corporativa: o caso brasileiro. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.) com capacidade de medir, explicar e mensurar a preocupação da empresa com as pessoas e a vida no planeta (FARIAS, 2004FARIAS, A. Responsabilidade social. 2004. Disponível em: <Disponível em: http://www.gazetaonline.globo.com/marketingplace/artigo_print.php?id_artigo.com.br >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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) criado para analisar e divulgar o trabalho social (BUENO, 2002BUENO, A. S. O balanço social em 3 enfoques. 2002. Disponível em: <Disponível em: http://www.expressodanoticia.com.br/conteudo.asp?Codigo=571 >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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; BUENO, 2008BUENO, A. S. O balanço social em 3 enfoques. 2002. Disponível em: <Disponível em: http://www.expressodanoticia.com.br/conteudo.asp?Codigo=571 >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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). Traduz informação de responsabilidade social de natureza financeira no nível dos investimentos em equipamentos e tecnologia de recuperação e preservação ambiental, remuneração e benefícios dos empregados no âmbito da educação, alimentação, saúde e transportes, bem como o impacto no desenvolvimento local, na criação e na distribuição de riqueza e assistência financeira e social à comunidade (IUDÍCIBUS, MARTINS e GELBCKE, 2007IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007.; TINOCO, 2009TINOCO, J. E. P. Balanço social: uma abordagem da transparência e da responsabilidade pública das organizações. São Paulo: Atlas , 2009.). Alguns autores não defendem o uso dessa ferramenta de comunicação de informação de responsabilidade social (ARRIGONI e LISBOA, 2000ARRIGONI, F. J.; LISBOA, L. P. Disclosure das aplicações sociais da sociedade cooperativa e sua contribuição à elaboração do balanço social. São Paulo: {s.n.}, 2000.; ARAÚJO, 1999ARAÚJO, G. M. Há esperança na luz das veias do trabalho: reflexões sobre ações de vigilância em saúde do trabalhador decorrentes da produção do setor de estamparia de embalagens plásticas de uma empresa metalúrgica. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999.) dizendo que esta apenas interessa à empresa pela informação positiva ou de criação de valor que agrega à sua imagem, ou no limite, para ocultar informação prejudicial ao negócio da empresa (SOARES, 2002SOARES, V. D. O significado do trabalho: o estudo das condições de trabalho e saúde dos trabalhadores de uma indústria têxtil de amianto no Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002.).

As páginas web cada vez mais utilizadas pelas empresas (FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.) são, na atualidade, o maior veículo de informação usado pelas empresas listadas na Fortune 500, que a utilizam para descrever vários itens sobre responsabilidade social e, dessa lista, quase metade elaboram relatos específicos sobre aspectos sociais e ambientais (BHATTACHARYA, 2003BHATTACHARYA, C. B. Does it pay to be a good citizen? A market-based view. In: INTERNATIONAL CORPORATE CITIZENSHIP CONFERENCE, 2003, San Antonio. {s.n} San Antonio, TX: {s.n}, 2003.; ANTOLÍN e GAGO, 2004ANTOLÍN, M. N.; GAGO, R. F. Responsabilidad social corporativa: la última innovación en management. Universia Business Review: Actualidad Económica, n. 1, 1º trimestre, p. 1-13, 2004.). Segundo Branco e Rodrigues (2006aBRANCO, M.; RODRIGUES, L. Corporate social responsibility and resource-based perspectives, Journal of Business Ethics, v. 69, n. 2, p. 111-132, 2006a. e 2008BRANCO, M.; RODRIGUES, L. Communications of corporate social responsibility by Portuguese banks: a legitimacy theory perspective. Corporate Communications: An International Journal, v. 11, n. 3, p. 232-248, 2006b.) estão preparadas para a informação de futuro ao providenciar um manancial informativo nos mais diferentes níveis qualitativo e quantitativo, financeiro e não financeiro. Em suma, as páginas web distinguem-se particularmente dos meios de divulgação anteriores na medida em que, com a globalização dos negócios, cada empresa pode e deve informar seus Stakeholders de todas as atividades executadas (MATA, FIALHO e EUGÉNIO, 2014MATA, C.; FIALHO, A.; EUGÉNIO, T. A Análise da investigação em contabilidade sobre relato ambiental: 2006-2011. Revista Universo Contábil, v. 10, n. 4, p. 182-199, 2014.; FARIA, 2012FARIAS, A. Responsabilidade social. 2004. Disponível em: <Disponível em: http://www.gazetaonline.globo.com/marketingplace/artigo_print.php?id_artigo.com.br >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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). Pode fazê-lo quase em tempo real, basta ter acesso à internet, sendo a liberdade de inserção de conteúdos um convite à sua utilização (MATA, FIALHO e EUGÉNIO, 2014MATA, C.; FIALHO, A.; EUGÉNIO, T. A Análise da investigação em contabilidade sobre relato ambiental: 2006-2011. Revista Universo Contábil, v. 10, n. 4, p. 182-199, 2014.; FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.).

Quer as páginas web, quer as redes sociais ou o correio eletrônico só funcionam com a estrutura da internet. Esta tem revolucionado não só a forma de competição como as ações e a comunicação das práticas de responsabilidade social (MATA, FIALHO e EUGÉNIO, 2014MATA, C.; FIALHO, A.; EUGÉNIO, T. A Análise da investigação em contabilidade sobre relato ambiental: 2006-2011. Revista Universo Contábil, v. 10, n. 4, p. 182-199, 2014.; MORAL, POYATOS e JURADO, 2010MORAL, A. M.; POYATOS, R. P.; JURADO, E. B. E-corporate social responsibility in Andalusian agricultural cooperatives. Revista de Economía Pública, Social y Cooperativa, n. 67, p. 187-212, 2010.). Ela é considerada chave para conhecer uma empresa (BONSÓN e BEDNÁROVÁ, 2014BONSÓN, E.; BEDNÁROVÁ, M. CSR reporting practices of Eurozone companies. Revista de Contabilidad: Spanish Accounting Reviewv, v. 18, n. 2, p. 1-12, 2014.). Com a internet, desenvolveu-se um novo meio de comunicação: as mídias sociais (HASNAOUI e FREEMAN, 2011Hasnaoui, A.; Freeman, I. The meaning of corporate social responsibility: the vision of four nations. Journal of Business Ethics, v. 100, n. 3, p. 419-443, 2011.). O que faz com que, hoje, a responsabilidade social seja apelidada de e-responsabilidade social empresarial (MORAL, POYATOS e JURADO, 2010MORAL, A. M.; POYATOS, R. P.; JURADO, E. B. E-corporate social responsibility in Andalusian agricultural cooperatives. Revista de Economía Pública, Social y Cooperativa, n. 67, p. 187-212, 2010.). Apesar dos benefícios que estão subjacentes ao uso da internet para difundir e procurar informação sobre ações de responsabilidade social, nota-se alguma inconsistência nas medidas utilizadas nos relatórios sociais (COWPER-SMITH e GROSBOIS, 2010Cowper-Smith, A.; Grosbois, D. The adoption of corporate social responsibility practices in the airline industry. Journal of Sustainable Tourism, v. 19, n. 1, p. 59-77, 2011.). O uso da internet começa a aparecer associado à manipulação da informação, simplesmente porque facilita o acesso à comunicação, dá abertura e transparência ainda não obtida por outros canais (HASNAOUI e FREEMAN, 2011Hasnaoui, A.; Freeman, I. The meaning of corporate social responsibility: the vision of four nations. Journal of Business Ethics, v. 100, n. 3, p. 419-443, 2011.; FASSIN, Rossem e BUELENS, 2011Fassin, Y.; Rossem, A. V.; Buelens, M. Small-business owner-managers’ perceptions of business ethics and CSR-related concepts. Journal of Business Ethics, v. 98, p. 425-453, 2011.). Como se trata de um canal aberto é difícil de delimitar a informação veiculada e é importante filtrá-la e uniformizá-la (MONTEIRO e AIBAR-GUZMÁN, 2010MONTEIRO, S. M. S.; AIBAR-GUZMÁN, B. Determinants of environmental disclosure in the annual reports of large companies operating in Portugal. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, v. 17, n. 4, p. 185-204, 2010.). Só assim se reúnem condições para comparar ações realizadas pelas empresas e se verifica verdadeiramente seu impacto sobre o meio circundante (FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.). Além desses aspectos, outra controvérsia está associada à utilização das páginas web, para a divulgação de informação de responsabilidade social, dado que se socorrem de dados que, em alguns casos não se encontram validados, as investidas de phishing, a violação de privacidade, o roubo de identidade, alguns gastos financeiros com pagamentos de elevadas licenças de utilização de softwares necessários para visualizar determinadas informações, comprometimento do sistema diante de alteração de informações ou inclusivamente de destruição de dados etc.

As redes sociais servem particularmente para a comunicação, informação e divulgação de fatos quer quantitativamente, quer qualitativamente, esta última forma mais vezes assumida. Como não existem fronteiras e formatos padrão, a informação veiculada é muito díspar e em elevado número. No caso de comunicação de responsabilidade social entre empresas e seus consumidores, não é raro se observar comentários negativos, muitas vezes maldosos, sobre os produtos e atuações menos zelosas das empresas que, em determinadas circunstâncias, podem culminar em boicotes, massivas manifestações e mais recentemente mensagens usadas para fins associados a guerras religiosas (LÁZARO e GREMAUD, 2016LÁZARO, L. L. B.; GREMAUD, A. P. A responsabilidade social empresarial e sustentabilidade na América Latina: Brasil e México. Revista Administração UFSM, v. 9, n. 1, p. 138-155, 2016.). O contrário também sucede com cometários, likes ou posts, evidenciando a concordância dos utilizadores da rede diante de sua preferência e permitindo a uma multiplicidade de usuários verificar o número de pessoas a favor ou contra determinada situação. Vários são os casos de empresas que foram arrasadas e outras aclamadas pelas redes sociais. Pela negativa, o caso da Nike, Enron, Bacardi, Morgan Stanley (Citibank), Coca-Cola, Danone, Parmalat etc. e, pela positiva, casos como a Delta, The Global Fund (IBM), Microsoft, Google, Daimler, Sony, Intel, Apple, Nestlé etc. (FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.).

O correio eletrônico é, igualmente, uma ferramenta para divulgação de informação quer financeira, quer não financeira com apoio da internet. Pelas empresas é usado para divulgação de ações de responsabilidade social em nível interno e dificilmente passa as portas da empresa, a não ser pela comunicação entre seus colaboradores com outros e com a comunidade em que se insere. As informações veiculadas são muito incontroláveis partindo da vertente social, humana, ambiental e econômica até a informação de pesquisa sob a forma de: questionários ou entrevistas (BELAL e COOPER, 2011BELAL, A.; COOPER, S. The absence of corporate social responsibility reporting in Bangladesh. Critical Perspectives on Accounting, v. 22, p. 654-667, 2011.) online, para recolha de opiniões sobre impactos de determinadas ações socialmente responsáveis a praticar ou já praticadas (FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.).

O relato integrado deriva do interesse em mencionar a informação de responsabilidade social empresarial nos relatórios das empresas (CAETANO e EUGÉNIO, 2015CAETANO, D. C.; EUGÉNIO, T. C. P. Relato de sustentabilidade de empresas da construção civil em Portugal e Espanha. Revista Ambiente Contábil, v. 7, n. 1, p. 273-290, 2015.). Pode-se dizer que quer o relato integrado, quer a responsabilidade social têm despoletado o aumento das atividades socioambientais por todo tipo de empresas (MICHELON, PILONATO e RICCERI, 2014MICHELON, G.; PILONATO, S.; RICCERI, F. CSR reporting practices and the quality of disclosure: an empirical analysis. 2014. Disponível em: <http://www.dx.doi.org/10.1016/j.cpa.2014.10.003>. Acesso em: 22 nov. 2016.
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). No entanto, as críticas sobre a relevância e a credibilidade quanto aos formatos existentes têm perpetuado a lacuna informativa nessas matérias socioambientais (MICHELON, PILONATO e RICCERI, 2014MICHELON, G.; PILONATO, S.; RICCERI, F. CSR reporting practices and the quality of disclosure: an empirical analysis. 2014. Disponível em: <http://www.dx.doi.org/10.1016/j.cpa.2014.10.003>. Acesso em: 22 nov. 2016.
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). O relato integrado segundo Tomé (2014TOMÉ, M. B. F. S. O relato integrado e a responsabilidade social da empresa no contexto da economia social. Dissertação (Mestrado em Contabilidade e Finanças) - Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto, Portugal, 2014.) surge como complemento ao relato de sustentabilidade, com o objetivo de promover a melhoria de informação e de preencher lacunas quer da contabilidade financeira, quer dos relatos de sustentabilidade. Pretende dar resposta às limitações do relato, evitando desfasagem temporal na informação prestada e falsas tomadas de decisão, indo além, para uma visão de comunicação concisa sobre a criação global de valor (DRUCKMAN, 2013DRUCKMAN, P. Integrated reporting: what it is - and what is not: an interview with Paul Druckman. 2013. Disponível em: <Disponível em: http://www.drcaroladams.net/integrated-reporting-what-it-is-and-is-not-an-interview-with-paul-druckman >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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; BAKKER, 2013BAKKER, P. Integrated reporting will challenge current thinking on value creation, says WBCSD. 2013. Disponível em: <Disponível em: http://www.wbcsd.org/Pages/eNews/eNewsDetails.aspx?ID >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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). Por se tratar de uma peça ainda em desenvolvimento, não se verificou em Portugal sua utilização, à exceção do setor bancário e segurador que, com recurso ao Extensible Business Reporting Language (XBRL) (CAETANO e EUGÉNIO, 2015CAETANO, D. C.; EUGÉNIO, T. C. P. Relato de sustentabilidade de empresas da construção civil em Portugal e Espanha. Revista Ambiente Contábil, v. 7, n. 1, p. 273-290, 2015.), expressa em uma única peça de informação e em linguagem universal o conhecimento global do negócio, desde a componente puramente financeira até a social e ambiental (LYS, NAUGHTON e WANG, 2015LYS, T.; NAUGHTON, J. P.; WANG, C. Signaling through corporate accountability reporting. 2015. Disponível em: <Disponível em: http://www.dx.doi.org/10.1016/j.jacceco.2015.03.001 >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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). Apesar dos defensores do relato integrado, autores como Flower (2014FLOWER, J. The International Integrated Reporting Council: a story of failure. Critical Perspectives on Accounting, v. 27, p. 1-17, 2014.) ou Adams (2015ADAMS, C. A. The International Integrated Reporting Council: a call to action. Critical Perspectives on Accounting, v. 27, p. 23-28, 2015.) entendem que o relato integrado não é solução, pois a contabilidade necessita de ser mais desenvolvida e o relatório de sustentabilidade já providencia informação no contexto social e ambiental. Há, ainda, aqueles que apresentam uma posição neutra diante do uso dessa forma de relato. Thomson (2014THOMSON, I. But does sustainability need capitalism or an integrated report, comentário sobre ‘The International Integrated Reporting Council: a story of failure’ by Flower. Journal of Critical Perspectives on Accounting, v. 27 p. 1-5, 2014.) é um exemplo que destaca a imprevisibilidade do impacto do relato integrado diante da conexão deste com a contabilidade social, ambiental, o relato empresarial etc. e dada a falta de sua obrigatoriedade e regulamentação.

Atas, memorandos, circulares, boletins informativos, brochuras, cartazes ou outras formas similares de comunicação empresarial podem ser uma alternativa aos meios já elencados (FARIA, 2012FARIA, M. J. S. Perspectivas de análise da informação financeira no relato de determinados elementos intangíveis. Tese (Doutorado em Economia Financeira e Contabilidade )- Universidade de Santiago de Compostela, Santiago de Compostela, Espanha, 2012.). Podem traduzir informação financeira e não financeira com gráficos sobre desempenho econômico associado a ações de responsabilidade social, práticas de responsabilidade social executadas e seus participantes, número de horas de voluntariado durante o período de trabalho etc. (FARIA, 2015FARIAS, A. Responsabilidade social. 2004. Disponível em: <Disponível em: http://www.gazetaonline.globo.com/marketingplace/artigo_print.php?id_artigo.com.br >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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). Normalmente, esses documentos circulam em suporte impresso, mas, para redução de custos, muitas empresas adotaram sua comunicação via correio eletrônico. Fazendo uma discussão crítica de seu uso, existe uma multiplicidade de modelos usados, uma separação da informação de responsabilidade social que pode gerar dificuldades de entendimento ou influenciar decisões contraditórias (FARIA, 2015FARIAS, A. Responsabilidade social. 2004. Disponível em: <Disponível em: http://www.gazetaonline.globo.com/marketingplace/artigo_print.php?id_artigo.com.br >. Acesso em: 22 nov. 2016.
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).

Os índices e indicadores são igualmente usados para transmissão de informação de responsabilidade social (TODESCAT, JUNIOR e MOREIRA, 2013TODESCAT, M.; D. JUNIOR, C. M.; MOREIRA, B. C. M. A utilização de indicadores de responsabilidade social para caracterização de aglomerados produtivos. Revista de Administração Faces, v. 12, n. 4, p. 67-83, 2013.). Os primeiros índices de que há registo foram o índice de Retorn on Assets - ROA e o Retorn on Equity - ROE desenvolvidos por Waddock e Graves (1997WADDOCK, S.; GRAVES, S. The corporate social performance: financial performance link. Strategic Management Journal, v. 18, n. 4, p. 303-319, 1997.) e Mahoney e Roberts (2004). No entanto, as medidas usadas por estes índices podem não ser nem tão diretas nem tão fidedignas, pelo que, os autores defendem uma acumulação de mensurações especialmente combinando padrões internos e externos (TODESCAT, JUNIOR e MOREIRA, 2013TODESCAT, M.; D. JUNIOR, C. M.; MOREIRA, B. C. M. A utilização de indicadores de responsabilidade social para caracterização de aglomerados produtivos. Revista de Administração Faces, v. 12, n. 4, p. 67-83, 2013.). Até o momento, parece haver evidências de que o índice Kinder Lidenberg, Domini e Co. Inc. (KLD), que analisa uma empresa externamente e mede sua performance social é dos mais utilizados pelas empresas. Os autores Mahoney e Roberts (2004)MAHONEY, L.; ROBERTS, R. Corporate social performance, financial performance and institutional ownership in Canadian firms. Accounting Forum, v. 31, p. 233-253, 2007. defendem que, apesar de sua variada aplicação, esse índice deve ser revisto de modo a não misturar diferentes tipos de resultados. Wood e Jones (1995WOOD, D. J.; JONES, E. J. Stakeholder mismatching: a theoretical problem in empirical research on corporate social performance. The International Journal of Organizational Analysis, n. 3, p. 229-267, 1995.) criticam esse índice por ter uma escala excessivamente numérica, o que pode provocar, em alguns casos, alguma subjetividade, embora pese o fato de entenderem ser o índice com informação mais completa no nível social disponível até o momento. Além desse índice, podemos citar outros, como o americano Dow Jones Sustainability Index e seus derivados, que conduzem os investidores a analisar a rentabilidade das ações das empresas em termos de sustentabilidade solidária (metas sociais, ambientais e econômicas); o canadense Jantzi Social Index, o britânico NPI Social Index e a família de índices FTSE4Good Social Responsibility Index são usados para identificar aspectos sociais e ambientais (CAMPOS, MORENO e LEMME, 2007CAMPOS, F.; MORENO, M.; LEMME, C. F. Exame da metodologia dos índices internacionais do mercado acionário e da experiência brasileira na área do investimento socialmente responsável. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE GESTÃO EMPRESARIAL E MEIO AMBIENTE, 9., 2007, Curitiba. Anais... Curitiba (Brasil): {s.n}, 2007.).

O balanced scorecard (BSC), desenvolvido por Kaplan e Norton em 1992, integra aspectos estratégicos sob a forma de variados modelos desenvolvidos ao longo do tempo (DIAS-SARDINHA, REIJNDERS e ANTUNES, 2007Dias-Sardinha, I.; Reijnders, L.; Antunes, P. Developing sustainability balanced scorecards for environmental services: a study of three large Portuguese companies. Environmental Quality Management, v. 16, n. 4 p. 13-35, 2007.). É constituído por quatro perspectivas (financeira, clientes, processos internos e aprendizagem e crescimento organizacional (inovação)) criticadas por alguns autores, que defendem sua ampliação para: empregados e sociedade, de modo a cobrir melhor a estratégia e natureza social do relato socialmente responsável (BAGDONIENĖ, SIMANAVICIENĖ e AIMUNTAS, 2011Bagdonienė, D.; Simanavičienė, A.; Aimuntas, G. System of balanced sustainable development indicators: the case of sc teo. Management Theory and Studies for Rural Business and Infrastructure Development, v. 25, n. 1, Research papers, p. 16-24 2011. ). Essa ampliação demonstra preocupações centradas na responsabilidade social (MEYSSONNIER e RASOLOFO-DISTLER, 2008MEYSSONNIER, F.; RASOLOFO-DISTLER, F. Le controle de gestion entre responsabilité globale et performance économique: le cas d’une entreprise sociale pour l’habitat. Comptabilité Contrôle Audit, v. 14, n. 2, p. 107-124, 2008. ), mas mostra incoerência com o número muito limitado de indicadores de responsabilidade social que apresenta (MEYSSONNIER e RASOLOFO-DISTLER, 2008) que, segundo os autores, servem para equilibrar a dimensão financeira com as outras. O sucesso da implementação e do uso do BSC depende da identificação financeira e não financeira das variáveis para os objetivos de medida da performance (PANDEY, 2005PANDEY, I. M. Balanced scorecard, Vikalpa. The Journal for Decision Makers, v. 30, n. 1, p. 51-66, 2005.). As medidas devem ser precisas e consistentes com o objetivo da empresa e da sua estratégia de curto, médio e longo prazo. É nesta perspectiva de longo prazo que surge uma versão recente e mais aprimorada do BSC, o sustainability balance scorecard. Enquanto o BSC identifica e hierarquiza as questões mais relevantes baseadas na estratégia da empresa, atribuindo ponderações a cada uma das variáveis (FIGGE, HAHN, SCHALTEGGER et al., 2002FIGGE, F. et al. The sustainability balanced scorecard: linking sustainability management to business strategy. Business Strategy and the Environment, v. 11, n. 5, p. 269-284, 2002.; MÖLLER e SCHALTEGGER, 2005MÖLLER, A.; SCHALTEGGER, S. The sustainability balanced scorecard as a framework for eco-efficiency analysis. Journal of Industrial Ecology, v. 9, n. 4, p. 73-83, 2005.), o sustainability balance scorecard incide nos processos de tomada de decisão que se encontram espelhados no balanço, contemplando informação financeira e não financeira e representando todas as necessidades de informação estratégica social e ambiental. Com a integração das questões ambientais e sociais nesse sistema de contabilidade, o sustainability balance scorecard transforma os ativos intangíveis em fatores financeiros controláveis (FIGGE, HAHN, SCHALTEGGER et al., 2002) e torna a informação produzida uma peça com maior utilidade para os Stakeholders. Ao analisar um ponto de vista distinto, verifica-se que o pensamento de Pessanha e Prochnik (2004PESSANHA, D.; PROCHNIK, V. Obstáculos à implantação do balanced scorecard em três empresas brasileiras. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANPAD, 28., 2004, Curitiba. Anais… Curitiba: Anpad, 2004.) revelam críticas ao uso do BSC e suas ampliações, que se centram em uma contemplação insuficiente dos Stakeholders, na falta de comunhão entre membros da administração e do staff de uma empresa, número excessivo de medidas, pressão por resultados financeiros e sujeição a manipulações.

O relatório de responsabilidade social é um modo de comunicação de ações socialmente responsáveis de forma financeira e não financeira, pois descreve as práticas procurando considerar sua quantificação sob a perspectiva econômica, financeira, social e ambiental (MATA, FIALHO e EUGÉNIO, 2014MATA, C.; FIALHO, A.; EUGÉNIO, T. A Análise da investigação em contabilidade sobre relato ambiental: 2006-2011. Revista Universo Contábil, v. 10, n. 4, p. 182-199, 2014.). Suas principais informações se referem ao desempenho social da empresa, particularmente no detalhe de seu capital humano (maior ou menor, consoante a área de negócios), as propostas de formação e valorização dos trabalhadores, o grau de comprometimento da empresa com a saúde, a segurança e a higiene no trabalho (LÁZARO e GREMAUD, 2016LÁZARO, L. L. B.; GREMAUD, A. P. A responsabilidade social empresarial e sustentabilidade na América Latina: Brasil e México. Revista Administração UFSM, v. 9, n. 1, p. 138-155, 2016.). No nível do desempenho ambiental, há informações relacionadas a consumo energético, nível de emissões atmosféricas, uso racional de recursos hídricos, despesas associadas à transformação dos resíduos produzidos no decurso de sua atividade para proteção ambiental, sem necessitar de apoios estatais para o efeito, promovendo na comunidade uma consciência de reciclagem e tratamento do lixo doméstico (ABREU, MEIRELES e CUNHA, 2015ABREU, M. C. S.; MEIRELES, F. R. S.; CUNHA, L. T. Diferentes percepções sobre a responsabilidade social corporativa em empresas líderes do Brasil e da Índia. Revista Eletrônica de Negócios Internacionais, v. 10, n. 1, p. 18-29, 2015.). Nesse relatório de responsabilidade social encontra-se, também, informação relacionada à ética e à política de responsabilidade social orientada pela empresa (ABREU, MEIRELES e CUNHA, 2015ABREU, M. C. S.; MEIRELES, F. R. S.; CUNHA, L. T. Diferentes percepções sobre a responsabilidade social corporativa em empresas líderes do Brasil e da Índia. Revista Eletrônica de Negócios Internacionais, v. 10, n. 1, p. 18-29, 2015.).

O relatório de sustentabilidade evidencia a relação entre a empresa, a sociedade e seus colaboradores. É feito com base na Global Reporting Initiative (GRI), organização que atribui aos relatórios de sustentabilidade a mesma utilidade e seriedade dos relatórios e balanços financeiros (MELO, DANTAS e ARAÚJO, 2016MELO, C. M. M. D.; DANTAS, F. N.; ARAÚJO, A. O. Custos sociais e ambientais e GRI: uma análise das empresas integrantes do índice de sustentabilidade empresarial (ISE). Revista Ambiente Contábil, v. 8, n. 2, p. 155-172, 2016.), embora autores demonstrem que nem todos os indicadores socioambientais são levantados em total concordância com as diretrizes da GRI (GÓIS, LUCA e VASCONCELOS, 2015GÓIS, A. D.; LUCA, M. M. M.; VASCONCELOS, A. C. Determinantes da divulgação dos indicadores de desempenho da GRI nas empresas do Brasil e da Espanha. Revista Ambiente Contábil, v. 7, n. 1, p. 155-175, 2015.). Atualmente, o relatório de sustentabilidade é inspirado na mais recente versão da GRI, a G4, de 2013 (MELO, DANTAS e ARAÚJO, 2016MELO, C. M. M. D.; DANTAS, F. N.; ARAÚJO, A. O. Custos sociais e ambientais e GRI: uma análise das empresas integrantes do índice de sustentabilidade empresarial (ISE). Revista Ambiente Contábil, v. 8, n. 2, p. 155-172, 2016.). Esta possibilita aliar às diretrizes de relato já contempladas em suas versões anteriores a aliança de áreas-chave como a corporate governance e a gestão da cadeia de fornecedores (LÁZARO e GREMAUD, 2016LÁZARO, L. L. B.; GREMAUD, A. P. A responsabilidade social empresarial e sustentabilidade na América Latina: Brasil e México. Revista Administração UFSM, v. 9, n. 1, p. 138-155, 2016.). Seu objetivo é promover a informação dos impactos materiais, riscos e oportunidades da empresa em toda a sua cadeia de valor (LÁZARO e GREMAUD, 2016LÁZARO, L. L. B.; GREMAUD, A. P. A responsabilidade social empresarial e sustentabilidade na América Latina: Brasil e México. Revista Administração UFSM, v. 9, n. 1, p. 138-155, 2016.). Cumulativamente, almeja detalhar informações sobre a forma de gestão e os principais indicadores sobre tópicos relevantes para os Stakeholders da empresa (SILVA, 2014SILVA, E. S. A nova diretiva de contabilidade: Diretiva 2013/34/EU (A mudança previsível). Porto: Vida Económica , 2014.). Em causa está informação relacionada com a corporate governance, sistemas de remunerações e incentivos, indicadores anticorrupção, indicadores de emissão de gases, atitude ética e integridade empresarial etc. (SILVA, 2014; MELO, DANTAS e ARAÚJO, 2016SILVA, E. S. A nova diretiva de contabilidade: Diretiva 2013/34/EU (A mudança previsível). Porto: Vida Económica , 2014.).

Existe alguma controvérsia comum em relação ao uso dos relatórios de responsabilidade social e de sustentabilidade que se prende à omissão de alguns dados, com demonstração de ganhos superiores ou com a eleição de ações que permitem, sobretudo, a promoção da imagem empresarial.

O manual de acolhimento serve, entre outros fins, como veículo transmissor da informação de responsabilidade social (GONZÁLEZ, 2012GONZÁLEZ, E. J. C. Comunicar la responsabilidad social, una opción de éxito empresarial poco explorada. Revista Lasallista de Investigación, v. 8, n. 2, p. 173-185, 2012.). Nele podemos encontrar informação qualitativa relacionada à forma de integração que um futuro colaborador pode encontrar na empresa (GONZÁLEZ, 2012GONZÁLEZ, E. J. C. Comunicar la responsabilidad social, una opción de éxito empresarial poco explorada. Revista Lasallista de Investigación, v. 8, n. 2, p. 173-185, 2012.). A integração dos recursos humanos é um passo importante para que se sintam parte da empresa e, com isso, colaborem com sua estratégia de responsabilidade social, que já existe desde sua chegada e a favorece (GONZÁLEZ, 2012GONZÁLEZ, E. J. C. Comunicar la responsabilidad social, una opción de éxito empresarial poco explorada. Revista Lasallista de Investigación, v. 8, n. 2, p. 173-185, 2012.). Nesse manual, em determinados casos muito extenso, encontramos informação diversa, desde a apresentação da empresa e suas áreas de negócio, as atribuições de cada departamento, a forma de circulação interna da informação, a forma de execução de suas atividades, as principais normas às quais o negócio se encontra sujeito, e as normas e os procedimentos internos que o novo colaborador deve considerar (GONZÁLEZ, 2012GONZÁLEZ, E. J. C. Comunicar la responsabilidad social, una opción de éxito empresarial poco explorada. Revista Lasallista de Investigación, v. 8, n. 2, p. 173-185, 2012.). Além de tratar-se de uma excelente ferramenta para quem chega à empresa, também é uma forma prática e imediata de demonstrar ao colaborador as intenções socialmente responsáveis da empresa, promovendo esse espírito.

Os códigos de ética e os códigos de conduta são instrumentos que permitem a transmissão dos valores da empresa e de sua visão e missão de negócio (MATA, FIALHO e EUGÉNIO, 2014MATA, C.; FIALHO, A.; EUGÉNIO, T. A Análise da investigação em contabilidade sobre relato ambiental: 2006-2011. Revista Universo Contábil, v. 10, n. 4, p. 182-199, 2014.). Descrevem nessa informação não financeira a forma de atuação de uma empresa. Esses códigos são dirigidos em primeira linha aos seus colaboradores, mas se estendem aos seus Stakeholders. Imbuída na visão e missão do negócio está a menção à informação ou estratégia prosseguida no âmbito da responsabilidade social, garantindo uma mensagem de sustentabilidade e de preocupação com a comunidade (FARIA, 2012FARIA, M. J. S. Perspectivas de análise da informação financeira no relato de determinados elementos intangíveis. Tese (Doutorado em Economia Financeira e Contabilidade )- Universidade de Santiago de Compostela, Santiago de Compostela, Espanha, 2012.).

Quer o manual de acolhimento, quer os códigos de ética e de conduta não devem, sob uma perspectiva crítica, ser analisados como forma inequívoca de apresentar ao público ações e comprometimento com a responsabilidade social, pois a esmagadora maioria das empresas portuguesas sequer dispõe de um manual com esse formato e procuram ser socialmente responsáveis (FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.).

A carta do presidente é um documento que normalmente pode vir associado a um relatório de gestão, a um relatório de sustentabilidade ou de responsabilidade social (BENITES e POLO, 2013BENITES, L.; POLO, E. A sustentabilidade como ferramenta estratégica empresarial: a governança corporativa e aplicação do Triple Bottom Line na Masisa. Revista de Administração da UFSM, v. 6, n. Edição especial, p. 827-841, 2013.). Não existe de forma isolada e, em qualquer mapa financeiro ou não financeiro em que apareça, é encarada como uma declaração expressa de responsabilidade social assumida pelo presidente e/ou pela empresa que dirige (MATA, FIALHO e EUGÉNIO, 2014MATA, C.; FIALHO, A.; EUGÉNIO, T. A Análise da investigação em contabilidade sobre relato ambiental: 2006-2011. Revista Universo Contábil, v. 10, n. 4, p. 182-199, 2014.).

O balanço ambiental tem por objetivo divulgar informação contabilística e não contabilística que influencia ou poderá influenciar o ambiente (FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.). A informação assenta em um conjunto de ativos, passivos, rendimentos e gastos ambientais, reconhecidos a partir do momento de sua identificação (ALMEIDA, 2003ALMEIDA, F. Gestão do desenvolvimento sustentável na indústria eletroeletrônica. 2003. Disponível em: <Disponível em: http://www.tec.abinee.org.br/2003/arquivos/s902.pdf >. Acesso em: 23 nov. 2016.
http://www.tec.abinee.org.br/2003/arquiv...
). Há autores que entendem que essa peça financeira e não financeira pode constituir parte do relatório de sustentabilidade (SANTOS, SILVA, SOUZA et al., 2013SANTOS, A. O. et al. Contabilidade ambiental: um estudo sobre sua aplicabilidade em empresas brasileiras. Revista Contabilidade & Finanças, v. 12, n. 27, p. 89-99, 2013.) ou do relatório de responsabilidade social e, ainda, ser elaborada em comunhão com o balanço social (ABREU, MEIRELES e CUNHA, 2015ABREU, M. C. S.; MEIRELES, F. R. S.; CUNHA, L. T. Diferentes percepções sobre a responsabilidade social corporativa em empresas líderes do Brasil e da Índia. Revista Eletrônica de Negócios Internacionais, v. 10, n. 1, p. 18-29, 2015.). Essa peça faz uma descrição não financeira dos fatos ocorridos durante o período econômico em análise, destacando escândalos, impactos na sociedade e nas atividades econômicas das empresas, agressões ao meio ambiente, leis e outras formas regulamentares para alertar e conscientizar dos perigos ambientais (GREEN SAVERS, 2015GREEN SAVERS. Quercus. 2015. Disponível em: <Disponível em: http://gwww.reensavers.sapo.pt/2016/01/06/quercus-o-balanco-ambiental-de-2015-e-as- perspectivas-para-2016/ >. Acesso em: 23 nov. 2016.
http://gwww.reensavers.sapo.pt/2016/01/0...
). Nesse relatório, podemos destacar a presença de informação precisa sobre níveis de emissão, resíduos, níveis de ecoeficiência etc. (HERZIG e SCHALTEGGER, 2006HERZIG, C.; SCHALTEGGER, S. Corporate sustainability reporting: an overview. In: SCHALTEGGER, S.; BENNETT, M.; BURRITT, R. (Eds.). Sustainability accounting and reporting. Dordrecht: Springer, 2006. 301-324 p. ).

A informação não escrita de responsabilidade social pode assumir diferentes aspectos como, por exemplo, gráficos, esquemas, gestos, expressões faciais, difusão no rádio e na televisão sem colocar em causa a eficiência da mensagem de responsabilidade social (ABREU, MEIRELES e CUNHA, 2015ABREU, M. C. S.; MEIRELES, F. R. S.; CUNHA, L. T. Diferentes percepções sobre a responsabilidade social corporativa em empresas líderes do Brasil e da Índia. Revista Eletrônica de Negócios Internacionais, v. 10, n. 1, p. 18-29, 2015.). O princípio de que uma imagem vale mais do que mil palavras se enquadra com perfeição para demonstrar essa forma de comunicação em gráficos e esquemas. Estes conseguem demonstrar, financeira e não financeiramente, como são conduzidas as ações de responsabilidade social. Os gestos e as expressões faciais demonstram nos seres humanos por meio do olhar, do sorriso e dos movimentos corporais a generosidade, afetividade e necessidade de apoiar o amor ao próximo (PINZÓN-RIOS, OCAMPO-VILLEGAS e GUTIÉRREZ-COBA, 2015PINZÓN-RIOS, C. P.; OCAMPO-VILLEGAS, M. C.; GUTIÉRREZ-COBA, L. M. Tratamiento periodístico de la responsabilidad social empresarial del sector de alimentos en Colombia. Cuadernos Info, n. 37, p. 137-150, 2015.). Essas importantes manifestações de carinho e de ajuda são igualmente formas de responsabilidade social, tal como a cidadania, o voluntariado, a filantropia, a ética empresarial ou outros mecanismos socialmente responsáveis (PINZÓN-RIOS, OCAMPO-VILLEGAS e GUTIÉRREZ-COBA, 2015PINZÓN-RIOS, C. P.; OCAMPO-VILLEGAS, M. C.; GUTIÉRREZ-COBA, L. M. Tratamiento periodístico de la responsabilidad social empresarial del sector de alimentos en Colombia. Cuadernos Info, n. 37, p. 137-150, 2015.). A rádio e a televisão desde seu aparecimento revolucionaram nossas vidas em sociedade. Hoje não é diferente e com a responsabilidade social também não. As mensagens que ouvimos no rádio e que vemos espelhadas na televisão plasmam a necessidade de sermos socialmente responsáveis (MATA, FIALHO e EUGÉNIO, 2014MATA, C.; FIALHO, A.; EUGÉNIO, T. A Análise da investigação em contabilidade sobre relato ambiental: 2006-2011. Revista Universo Contábil, v. 10, n. 4, p. 182-199, 2014.). Atualmente, em Portugal, grande parte da área florestal foi devastada pelos inúmeros incêndios. A solidariedade dos bombeiros, das populações e do Estado, em geral, promove cada vez mais ações de responsabilidade social camufladas com nomes como o dever e a obrigação (encargo, compromisso, missão, comprometimento, cuidar), a seriedade e a sensatez na forma de atuação (consciência, reflexão, justiça, honra), e a culpa por um mau acontecimento ter decorrido sem termos feito nada que o impedisse (erros, falhas, delitos, crimes, remorsos, arrependimento, penitência) (FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.). Também em épocas festivas (Natal, Ano Novo, Páscoa e outras celebrações, religiosas ou não) se vê mais voluntários, mais peditórios, mais donativos e mais ajuda do que no resto do ano (FARIA, 2015FARIAS, A. Responsabilidade social. 2004. Disponível em: <Disponível em: http://www.gazetaonline.globo.com/marketingplace/artigo_print.php?id_artigo.com.br >. Acesso em: 22 nov. 2016.
http://www.gazetaonline.globo.com/market...
). São mensagens de comoção que, na rádio ou na televisão, fazem com que sejamos socialmente responsáveis, sem necessariamente pensarmos na responsabilidade social (FARIA, 2012FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.).

Em forma de súmula, vale destacar vantagens e desvantagens da informação (Quadro 3) escrita e não escrita, que compreende a vertente financeira e não financeira, que se multiplicam na pluralidade de formas de relato da responsabilidade social anteriormente elencadas.

Quadro 3
Vantagens e desvantagens da comunicação da responsabilidade social

Como conclusão, e a título de evidenciar algumas sugestões de melhoria ao relato, entende-se que este deve ser transparente, confiável, independente das informações a transmitir (boas ou más) (SERAFIM e FREIRE, 2012SERAFIM, L. A.; FREIRE, G. H. A. Ação de responsabilidade social para competências em informação. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 17, n. 3, p. 155-173, 2012.), ser completo para criar uma reputação positiva (PINZÓN-RIOS, OCAMPO-VILLEGAS e GUTIÉRREZ-COBA, 2015PINZÓN-RIOS, C. P.; OCAMPO-VILLEGAS, M. C.; GUTIÉRREZ-COBA, L. M. Tratamiento periodístico de la responsabilidad social empresarial del sector de alimentos en Colombia. Cuadernos Info, n. 37, p. 137-150, 2015.), aumentar a extensão da regulamentação em vigor para padronizar um relato mais fidedigno (MATA, FIALHO e EUGÉNIO, 2014MATA, C.; FIALHO, A.; EUGÉNIO, T. A Análise da investigação em contabilidade sobre relato ambiental: 2006-2011. Revista Universo Contábil, v. 10, n. 4, p. 182-199, 2014.), melhorar o conteúdo do relato para melhorar o desempenho financeiro, particularmente de empresas com financiamentos externos (MAGNESS, 2006MAGNESS, V. Strategic posture, financial performance and environmental disclosure: an empirical test of legitimacy theory. Accounting, Auditing & Accountability Journal, v. 19, n. 4, p. 540-563, 2006.), criar uma maior regularidade na preparação da informação, maior facilidade e acessibilidade na utilidade aos diferentes Stakeholders (MATA, FIALHO e EUGÉNIO, 2014MATA, C.; FIALHO, A.; EUGÉNIO, T. A Análise da investigação em contabilidade sobre relato ambiental: 2006-2011. Revista Universo Contábil, v. 10, n. 4, p. 182-199, 2014.), aumentar a racionalidade econômica da informação produzida, responder às expectativas dos Stakeholders, fortalecer a legitimidade das empresas, atrair fundos de investimentos, evitar iniciativas de divulgação de informação demasiado onerosas, ganhar prêmios com o relato ambiental, social ou sustentável (EUGÉNIO, 2010EUGÉNIO, T. Avanços na divulgação de informação social e ambiental pelas empresas e a teoria da legitimidade. Revista Universo Contábil, v. 6, n. 1, p. 102-118, 2010.), concentrar a dispersão de informação e a dispersão geográfica do negócio, diminuir o risco do negócio e o impacto das alterações climáticas sobre ele, aumentar as auditorias da informação produzida (CAETANO e EUGÉNIO, 2015CAETANO, D. C.; EUGÉNIO, T. C. P. Relato de sustentabilidade de empresas da construção civil em Portugal e Espanha. Revista Ambiente Contábil, v. 7, n. 1, p. 273-290, 2015.), entre outros aspectos que poderão ser analisados em futuras pesquisas.

Estudo empírico

Metodologia

Trata-se de uma análise exploratória sobre a informação contida nas páginas web das empresas portuguesas. Optou-se por essa forma de comunicação por ser a mais acessível à maioria das empresas e aquela de que a maioria dispõe nesse momento para comunicação com terceiros, mas, também, por se tratar da mais moderna forma de comunicação empresarial, possibilitando incluir conteúdos de informação financeira e não financeira.

Esta pesquisa tem por objetivo identificar o tipo de informações de responsabilidade social apresentadas nas páginas web das empresas, públicas ou privadas, portuguesas, listadas na Bolsa de Valores de Lisboa no 1º semestre de 2016 (Quadro 4).

Quadro 4
Empresas estudadas

As empresas objeto de estudo foram selecionadas aleatoriamente, levando em consideração apenas o fato de fazerem parte da lista de empresas com valores admitidos à cotação durante o primeiro semestre de 2016 na Bolsa de Valores de Lisboa. Essas empresas possibilitarão uma análise mais adequada da informação procurada, uma vez que são estas (grandes, multinacionais e empresas com valores admitidos à cotação (FARIA, 2015FARIA, M. J. S. Responsabilidade social empresarial: relato e análise económica e financeira. Porto: Vida Económica, 2015.)) as que mais informação de responsabilidade social relatam sob diferentes formatos, embora os dados em estudo fossem recolhidos somente das páginas web de cada uma dessas empresas.

Análise dos dados

Em primeiro lugar depois da organização da informação recolhida procedeu-se à sua leitura que pareceu indicar aspectos comuns, permitindo um agrupamento da informação em três categorias: terminologia, ações sociais realizadas e indicadores usados para comunicação de informação.

Quadro 5
Terminologia comum

A terminologia que mais se encontra em cada site é meio ambiente, segurança, saúde, educação, higiene no trabalho e cultura. Esses termos são comuns nos setores de atividade consultados.

O foco ambiental e social está presente em todos os sites visualizados, ele não se aplica ao foco econômico das empresas. Por detrás desse fato poderão estar camufladas práticas que terão produzido impactos menos positivos à performance financeira, ou simplesmente as empresas preferiram não abordar o foco econômico para que não se confunda a responsabilidade social com uma despesa. No âmbito do outro foco observado em alguns sites, percebe-se que este se relaciona à identificação das práticas de acordo com a regulamentação em vigor em cada setor de atividade ou no cumprimento de procedimentos normativos aos quais a natureza da empresa se encontra sujeita.

Quadro 6
Ações sociais que realiza

O Quadro 6 evidencia que os Stakeholders mais abrangidos pelas ações de responsabilidade social empreendidas pelas empresas são seus colaboradores. Sem prejuízo dos parceiros comerciais (clientes e fornecedores), os consumidores ou outros intervenientes, para as empresas objeto de estudo parece haver evidência que as práticas de responsabilidade social estão mais focadas na contratação de pessoas portadoras de deficiência. Pelos incentivos fiscais que as empresas têm nessas contratações de recursos humanos ficou por identificar se a razão da contratação se deve meramente a uma atitude de assistência social ou interesse econômico. Outra medida latente é a remuneração acima da média, que pode causar estímulo e maior vínculo à instituição. Pode inclusivamente levar os colaboradores a investir parte do seu tempo livre dedicado a proteger os interesses das empresas para as quais trabalham. Essa ação social também pode não ser totalmente desinteressada em termos financeiros pelas empresas praticantes, pois trabalhadores mais motivados proporcionam melhores desempenhos. Outra ação levada a cabo pelas empresas é a proteção do meio ambiente. Seja pelo cumprimento da legislação em vigor, com medo de multas ou outras penalizações mais pesadas, as empresas em estudo mostraram-se com elevada aptidão ao respeito ambiental. Suas preocupações ambientais são detalhadas no Quadro 7.

Quadro 7
Indicadores usados para comunicação de informação

Quadro 7
Continuação

Com base no Quadro 7, percebe-se que, no campo de ação ambiental, as empresas estão mais preocupadas com a redução dos consumos de água, energia, de emissões atmosféricas, papel e resíduos produzidos no exercício de sua atividade. Como constatação, identifica-se que essas medidas, além de agradar ao meio ambiente, também são economicamente mais viáveis para o negócio das empresas observadas.

No nível social, as empresas parecem, pelos resultados encontrados nas páginas web, que estão preocupadas com a saúde e segurança no trabalho, o número de acidentes de trabalho, o desempenho do pessoal, a forma como os recursos humanos são contratados e o número de contratados, os vínculos permanentes na contratação dos empregados, as horas de formação proporcionadas aos trabalhadores, o cumprimento das normas da igualdade de gênero, as horas de voluntariado praticadas, o reforço por um estilo de vida ativo no nível social etc.

Quer no nível ambiental, quer no nível social, as empresas deste estudo parecem notar que a transmissão de informação é um ponto importante para seus Stakeholders. Por isso, não é de surpreender que a esmagadora maioria relata informação nas páginas web de forma aglutinadora, já que nestas se encontram informação interna e externa e financeira e não financeira. No tópico outro tipo de informação a veicular nas páginas web, observou-se a enumeração de elementos relativos aos indicadores do GRI que se colocaram nesse item à parte dos demais para que se percebesse o número de empresas nacionais cotadas em bolsa que seguem as diretrizes desse organismo na conceção de seus relatórios de sustentabilidade.

Quadro 8
Tipos de informação disponíveis nas páginas web das empresas

Como as empresas em estudo têm valores admitidos à cotação, elas são obrigadas a relatar um elevado volume de informação nos mais diferentes níveis: econômico, social, humano, financeiro e não financeiro. Do total de informação produzida pelas empresas, aparentemente, nessa amostra há indícios, como mostra o Quadro 8, que em suas páginas web privilegiam o uso dos relatórios e contas/relatório de gestão, os relatórios de sustentabilidade, os relatórios de responsabilidade social e utilizam alguns indicadores e índices sociais e ambientais.

De notar que o balanço social, apesar de ser obrigatório, não parece para essas empresas estudadas ser um elemento relevante a colocar disponível aos interessados na informação da empresa. Em sentido oposto, pela não obrigatoriedade de elaboração, o sustainability balance scorecard também não consta nas páginas web dessas empresas, exceto no setor das telecomunicações, que de todos os setores de atividade, mostrou ser aquele em que as empresas que o compõem providenciam maior número de informação.

Quando examinadas as páginas web foi possível verificar que a maioria das empresas aproveita esse meio de comunicação para divulgar outra informação de responsabilidade social para além da citada, como, por exemplo, informação relativa à sua visão empresarial, missão, estratégias de atuação, campanhas publicitárias usadas em outros meios de comunicação, como rádio, televisão, outdoors etc. Igualmente, encontramos condições privilegiadas para compras on-line de produtos/serviços, adesão a campanhas comerciais de curta duração, fóruns de debate, possibilidades de recrutamento on-line, contatos diretos com as empresas e, ainda, permitir aos utilizadores das páginas web a permissão para inserir sugestões sobre elas, sobre o negócio ou outras propostas em geral. No caso da banca e dos seguros foi possível encontrar alguns elementos sobre o relato integrado, obrigatório para a banca nacional desde 2015 e para as seguradoras desde 2016.

Limitações do estudo

A principal limitação do estudo reside na análise da comunicação da informação de responsabilidade social, pois poderia abarcar outros elementos da responsabilidade social, além da forma de divulgação das ações de responsabilidade social. Por outro lado, é importante vincar que apenas foram estudadas as empresas com valores admitidos à cotação presentes na bolsa de valores de Lisboa no 1º semestre de 2016, pelo que outras empresas estudadas poderiam levar a outros resultados. Seria interessante que futuras pesquisas contrastassem resultados entre empresas cotadas e não cotadas, realizando alternativamente uma análise comparativa entre empresas do mesmo setor de atividade ou entre diferentes países.

Conclusões

Foi perceptível, com base na bibliografia consultada, que a prática da responsabilidade social evoluiu ao longo do tempo de acordo com a sociedade e os impactos do homem sobre ela.

Sua prática está ligada a interesses de grupos de Stakeholders, que necessitam uns mais do que outros de informação de responsabilidade social, que é providenciada pelas empresas. No entanto, quando nos debruçamos no estudo da comunicação veiculada pelas empresas, encontramos alguns obstáculos à sua realização: pequeno apoio da normalização, modelos acadêmicos que servem apenas em casos isolados, formas qualitativas que não acompanham as demonstrações financeiras tradicionais e dificuldades da informação econômica e financeira para exprimir a imagem verdadeira e fiel sem comprometer as restantes características (objetividade, neutralidade, comparabilidade, clareza etc.).

A comunicação da responsabilidade social pode ser feita em nível interno e externo da empresa variando nas dimensões a relatar em cada um dos casos. Em nível interno, segundo a bibliografia consultada, é evidenciada informação no nível dos recursos humanos, da saúde, da higiene e segurança no trabalho, da adaptação à mudança, dos impactos ambientais e dos recursos naturais que o exercício da atividade empresarial implica. Em nível externo, o relato da responsabilidade social incide nas ações sobre as comunidades locais, nas relações com os parceiros comerciais e consumidores, no respeito pelos direitos humanos e nas preocupações ambientais globais.

O relato dessa informação de responsabilidade social (interna e externa) é feito de forma escrita e não escrita, sendo que em cada um desses modos de comunicação podemos ter informação financeira e não financeira. A informação financeira necessita de medidas mais apuradas para o relato dos itens sociais e ambientais, em sua maioria intangíveis, sendo a não financeira (qualitativa) mais fácil de concretizar. Segundo Cabral (2011CABRAL, E. H. S. Valores e espaço público: referenciais e instrumentos para a avaliação de projetos sociais. Rev. Adm. Pública, v. 45, n. 6, p. 1915-1941, 2011.), o elemento intangível no setor público não apresenta um valor econômico imediato e, por isso, exige um exercício de apuramento de valor refletido como fato/valor. No entanto, quer no setor público ou privado, escasseia uma metodologia de valorização das ações sociais, o que dificulta a divulgação de informação (CABRAL, 2011CABRAL, E. H. S. Valores e espaço público: referenciais e instrumentos para a avaliação de projetos sociais. Rev. Adm. Pública, v. 45, n. 6, p. 1915-1941, 2011.). A informação não financeira é aquela que, pela sua falta de padronização e de uma configuração universalmente aceita, torna-se mais difícil garantir comparabilidade e providenciar garantias de que é a melhor forma de quantificar determinada ação ou impacto de práticas socialmente responsáveis.

O levantamento dos itens usados para comunicação da informação de responsabilidade social foi muito diversificado desde documentos contabilísticos de prestação de contas, ao relatório de gestão, balanço social, páginas web, relato integrado, redes sociais, correio eletrônico, atas, memorandos, circulares, boletins informativos, brochuras, cartazes, índices e indicadores sociais e ambientais, balanced scorecard, sustainability balance scorecard, relatório de responsabilidade social, relatório de sustentabilidade, manual de acolhimento, código de ética e código de conduta, carta do presidente, gráficos e esquemas, gestos e expressões faciais, rádio e televisão e símbolos em rótulos de produtos (sociais e ecológicos).

Cada um desses formatos de divulgação de informação de responsabilidade social tem vantagens e desvantagens que foram apontadas em sua singularidade no artigo. Não obstante, vale frisar alguns benefícios e inconvenientes comuns. No nível das vantagens, destacam-se as respostas às exigências informativas dos Stakeholders, contribuir para uma melhor imagem da empresa, equilibrar a informação qualitativa e quantitativa e proporcionar o conhecimento das ações de responsabilidade social efetuadas. As desvantagens residem na falta de comparabilidade de algumas das informações produzidas, deter muita informação que pode levar a interpretações contraditórias, a erros de comunicação ou a notícias falsas, maior foco no âmbito qualitativo da informação do que no quantitativo, dificuldade em apurar retornos de ações sociais ou ambientais para a empresa, multiplicidade de medidas etc.

Tendo em conta tudo isso, procedeu-se a uma análise exploratória realizada em empresas portuguesas com valores admitidos para cotação na bolsa de valores de Lisboa listadas no primeiro semestre de 2016. Foram analisadas as páginas web de 77 empresas, tendo-se verificado que o ambiente, a segurança, a saúde, a educação, a higiene, a cultura e a ecologia estão presentes no léxico dessas empresas particularmente no nível social e ambiental. As ações de responsabilidade social mais praticadas por essas empresas são a contratação de pessoas portadoras de deficiência, a remuneração acima da média, o voluntariado e a proteção do meio ambiente.

Para informar sobre as práticas de responsabilidade social que realizam essas empresas no nível social estão mais preocupadas em informar sobre a redução dos consumos de água e energia, de emissões atmosféricas, papel e resíduos produzidos no exercício de sua atividade. No nível ambiental, estão preocupadas com a saúde e segurança no trabalho, o número de acidentes de trabalho, o desempenho do pessoal, a forma como os recursos humanos são contratados e o número de contratados, os vínculos permanentes na contratação dos empregados, as horas de formação providenciadas, o cumprimento das normas da igualdade de gênero, as horas de voluntariado praticadas, o reforço de um estilo de vida ativo no nível social etc.

Finalmente, nas páginas web das empresas examinadas foi possível encontrar mais formatos de certo tipo de informação do que outro. Vale notar que se encontram mais vezes o uso dos relatórios e contas/relatório de gestão, os relatórios de sustentabilidade, os relatórios de responsabilidade social e alguns indicadores e índices sociais e ambientais. Com muito menor frequência, o balanço social e o sustainability balance scorecard. Destaca-se que as páginas web, por sua falta de padronização proporcionam às empresas um volume elevado de informação sobre variadíssimos itens, como publicidade, recrutamento de recursos humanos, visão, missão, sugestões, contatos diretos com a empresa etc.

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  • 2
    Fonte da Imagem: Pixabay. Disponivel em: <https://pixabay.com/pt/an%C3%A1lise-agar-empres%C3%A1rios-reuni%C3%A3o-680572/>. Data de acesso: 14 jul. 2017.
  • 1
    Earnings before interest, taxes, depreciation, and amortization; em português: Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Set 2017

Histórico

  • Recebido
    11 Mar 2016
  • Aceito
    31 Out 2016
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