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A epistemologia do poder no management clássico/racionalista

Resumo

Este texto analisa os fundamentos epistemológicos do poder no management clássico-racionalista, descreve-os com base nas abordagens de diversos de seus principais expoentes - Barnard, Simon, Drucker, Crozier e Mintzberg - e, ademais, destaca as racionalidades e os valores que sustentam esse management, levando em conta, sobretudo, que as reflexões sobre o poder em relação a objetivos organizacionais foram pouco elaboradas pelos teóricos do management, especialmente os norte-americanos. Para isso, realiza-se a revisão da corrente filosófica do vitalismo, cujo pensador mais influente foi Vilfredo Pareto. A análise da racionalidade instrumental como base epistemológica do management estratégico permite mostrar como se estabelecem as interações entre o humano e o não humano e a presença da arte, da técnica e da ciência, incluindo, em sua etapa posterior, a cibernética social em termos da oscilação equilíbrio/desequilíbrio social e organizacional. Dessa maneira, observa-se que o discurso gerencial supõe umas formas de racionalidade humana e, por isso, constrói sistemas de saberes que são transversais numa lógica técnico-instrumental. Mais do que questionar-se pelas agudas assimetrias do poder organizacional, o management se voltou a orientar e capacitar os gerentes, empresas e organizações no uso de tecnologias de dominação, sob emblemas de autoridade funcional com apoio do aparato comunicacional e, num período recente, em redes inter e transorganizacionais. Aí reside sua força e legitimidade, mais do que em sua fundamentação num plano explicitamente político.

Palavras-chave:
Management; Racionalidade instrumental; Poder; Epistemologia; Vitalismo

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