Acessibilidade / Reportar erro

INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO DE GRUPOS ECOLÓGICOS, ESPAÇAMENTO E ARRANJO DE PLANTIO NA RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES EM MARGEM DE RESERVATÓRIO

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do espaçamento, arranjo e composição de grupos ecológicos das mudas plantadas no processo de restauração de margem de reservatório artificial no sudeste do Brasil. As avaliações foram realizadas 12 anos após a implantação do experimento em que cinco modelos de plantios mistos foram testados. Primeiramente, fez-se uma avalição geral do povoamento por meio de levantamentos do estrato arbóreo, regenerante, banco de sementes e de análise química e textural do solo. Em seguida, lançou-se mão dos indicadores de recuperação sobrevivência das árvores plantadas, área basal e densidade da comunidade arbórea, acúmulo de serapilheira sobre o solo e índice de fechamento do dossel para comparar os modelos e checar a influência dos fatores experimentais nestes parâmetros. Como resultado da análise geral, obteve-se que o povoamento encontra-se em situação de baixa diversidade, com regeneração deficiente e banco de sementes dominado majoritariamente por uma espécie arbórea exótica utilizada no plantio e espécies herbáceas invasoras, o que pode comprometer a automanutenção do povoamento no futuro. O fator que mais influenciou os modelos foi a composição de grupos ecológicos com os melhores resultados apresentados pelos modelos em que se usaram ambos os grupos das pioneiras e não pioneiras. Provavelmente, o arranjo e o espaçamento de plantio não tiveram muita influência devido à mortalidade das mudas e à regeneração natural que se desenvolveu até esta idade. Assim, recomenda-se que na implantação de povoamentos para reconstituição de matas ciliares não sejam utilizadas apenas espécies pioneiras e sugere-se que a proporção de 50% de espécies pioneiras e 50% de não pioneiras, com o maior número possível de espécies, seja utilizada em áreas com deficiência da regeneração natural.

Palavras-chave:
Reflorestamentos ambientais; indicadores de recuperação; usinas hidrelétricas.

Universidade Federal de Santa Maria Av. Roraima, 1.000, 97105-900 Santa Maria RS Brasil, Tel. : (55 55)3220-8444 r.37, Fax: (55 55)3220-8444 r.22 - Santa Maria - RS - Brazil
E-mail: cienciaflorestal@ufsm.br