Acessibilidade / Reportar erro

Varicela-zóster em crianças que frequentam creches

OBJETIVO: Descrever a morbidade associada à varicela nas crianças usuárias de creches. MÉTODOS: Estudo descritivo, realizado através de inquérito com pais ou responsáveis por 664 crianças que contraíram varicela após admissão às creches Municipais de Taubaté, SP. RESULTADOS: A mediana de idade das crianças acometidas por varicela foi de 36 meses (6 meses a 7 anos); 8,4% tiveram a doença antes dos 12 meses. As principais manifestações foram: exantema (100,0%), febre (85,4%), anorexia (39,6%) e cefaléia (15,3%). Quinhentas e dezessete crianças (77,9%) tiveram pelo menos uma avaliação médica, 80,6% receberam algum tipo de medicamento; 73 (11,0%) receberam antiinflamatórios não-hormonais e 52 (7,8%) receberam antibióticos. Trinta e oito crianças (5,7%) tiveram complicações (intervalo de confiança de 95%: 3 - 8%), oito (1,2%) foram hospitalizadas e cinco (0,7%) ficaram com seqüelas. Em comparação com crianças com mais de um ano, as menores de um ano apresentaram risco 3 vezes maior para complicações e hospitalizações. Mais da metade das crianças e dos pais que trabalhavam ficou mais de uma semana afastada de suas atividades. CONCLUSÕES: A varicela acometeu crianças de baixa idade, causou complicações em mais de 5% e deixou seqüelas em 0,7% dos casos. Mais de 10% das crianças foram tratadas com antiinflamatórios não-hormonais, sendo necessário esclarecer a população sobre os riscos do uso desses fármacos. As autoridades de saúde deveriam estar atentas a essa questão e oferecer a vacina às crianças matriculadas em creches.

Varicela-zóster; Crianças; Creches; Antiinflamatórios não hormonais


Faculdade de Medicina / USP Rua Dr Ovídio Pires de Campos, 225 - 6 and., 05403-010 São Paulo SP - Brazil, Tel.: (55 11) 2661-6235 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: clinics@hc.fm.usp.br