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Experiência em fístula artério-venosa para hemodiálise crônica em crianças: detalhes e refinamentos técnicos

OBJETIVO: Relatar a experiência dos autores na execução de fístulas artério-venosas em crianças, com a utilização dos recursos da microcirurgia vascular, com especial ênfase aos detalhes de técnica cirúrgica. MÉTODOS: Os pacientes foram operados entre julho de 1997 e março de 2004. Foram utilizadas lupas cirúrgicas (aumento de 3,5 vezes). Após a dissecção da veia e da artéria, a anastomose veno-arterial foi realizada de forma término-lateral, com quatro suturas contínuas de fio 7/0 ou 8/0. RESULTADOS: Vinte e nove crianças foram operadas para a realização de 33 fístulas - 21 rádio-cefálicas, 6 bráquio-cefálicas, 4 bráquio-basílicas e 2 safeno-femorais. Obteve-se permeabilidade em 17/21 (80,9%) fístulas rádio-cefálicas, 5/6 (83,3%) bráquio-cefálicas, 3/4 (75,0%) bráquio-basílicas e 2/2 (100%) safeno-femorais. 2 pacientes apresentaram obstrução da fístula e da artéria radial e 2 outras fístulas rádio-cefálicas obstruíram-se entre a primeira e segunda semana de pós-operatório. Tardiamente, verificou-se que as fístulas safeno-femorais causaram edema do membro inferior correspondente e houve formação de aneurisma em uma fístula bráquio-cefálica. Quanto à permeabilidade, verificou-se que as fístulas bráquio-cefálicas e bráquio-basílicas apresentaram a mesma incidência de permeabilidade em comparação com as fístulas rádio-cefálicas (p>0,05). CONCLUSÃO: A presente casuística demonstra que as fístulas artério-venosas persistem como um bom acesso vascular para hemodiálise em crianças. A utilização de microcirurgia e alguns detalhes técnicos aqui descritos permitem a obtenção de bons índices de permeabilidade das fístulas.

Acesso vascular; Fístula artério-venosa; Hemodiálise; Veias


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