A apnéia obstrutiva do sono é um problema médico cujo reconhecimento tem aumentado. As últimas pesquisas mostrando sua freqüência na população em geral e seu importante papel metabólico, vascular e comportamental aumentou o número e a natureza das investigações revelando, assim, novos aspectos que abrem caminhos para estudos. Embora a apnéia obstrutiva do sono seja um fenômeno bem conhecido acompanhando diabetes e obesidade, novas descobertas sugerem que esta relação causal pode também ser verdadeira no sentido inverso. Na realidade, a apnéia obstrutiva do sono pode ser o marco inicial ou primário que induz ou agrava uma série de distúrbios vasculares e metabólicos que se aproximam da síndrome metabólica. Esta revisão discutirá mecanismos estabelecidos e potenciais responsáveis por estas mudanças. A apnéia obstrutiva do sono parece realmente juntar todos os elementos necessários para induzir resistência à insulina, hipertensão e possivelmente insuficiência cardíaca. Após análise cuidadosa destas modificações, considerando que as mesmas são interligadas, propomos que a microcirculação, como ocorre nos casos de síndrome metabólica e diabetes, poderia representar o denominador comum que mediaria a progressão desta patologia. Esta hipótese é discutida em detalhe e deve ser verificada em estudos pré-clínicos e clínicos apropriados que são atualmente possíveis usando técnicas não-invasivas em humanos.
Apnéia obstrutiva do sono; Resistência à insulina; Hypoxia; Síndrome metabólica; Microcirculação