Durante a última década, consolidou-se no Chile um modelo de gestão das vulnerabilidades a partir do qual a família foi posicionada como agente central da política social. Um estudo qualitativo sobre as práticas de intervenção domiciliar e sobre as formas de administração da assistência nos lares sustenta a indagação de como essas políticas de vulnerabilidade transformam e estruturam de forma sexuada as dinâmicas familiares. Analisando três atos-dispositivos característicos desse tipo de políticas - focar, transferir e visitar - , mostro como a intervenção produz e induz valorações do lugar atribuído aos gêneros a partir do qual as famílias organizam suas relações sociais "com as portas fechadas".
família; gênero; cuidado; política social