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Administração tópica per-operatória da mitomicina C, em diferentes concentrações, sobre a cicatrização de mioplastias do reto dorsal de coelhos

Mioplastias da musculatura extra-ocular podem ensejar aderências entre o músculo operado e os tecidos adjacentes, produzindo, não raro, estrabismos cicatriciais. Com intuito de se minimizar a ocorrência de aderências, investigaram-se os efeitos da mitomicina C, como agente antifibrótico, em concentrações ascendentes de 0,008, 0,02 e 0,04%, aplicada no per-operatório de mioplastias do reto superior do bulbo do olho de coelhos. Operaram-se 56 animais, que compuseram cinco grupos. No pós-operatório, instituíram-se limpeza com solução fisiológica das áreas operadas e profilaxia antimicrobiana e antiinflamatória, na forma de colírio. Avaliações clínica, histológica e imunoistoquímica, em que se estudou o fator de crescimento fibroblástico-básico (FGF-2), e estatística compuseram os métodos de análise dos resultados. Encontraram-se, clinicamente, mais aderências nos olhos-controle, comparativamente aos tratados, embora sem diferença estatística (P>0,05). À histologia, verificou-se que a mitomicina C ensejou retardo da cicatrização junto às áreas das mioplastias, notadamente no grupo que a recebeu, à concentração de 0,02%. A imunoistoquímica revelou marcação do FGF-2 em fibroblastos e macrófagos indistintamente entre os grupos. Com base nos resultados, permite-se admitir que a mitomicina C, nas concentrações em que foi empregada, retardou a cicatrização e, por conseguinte, o estrabismo secundário, sem ensejar efeitos colaterais.

aderência; mitomicina C; mioplastia; olho


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