RESUMO:
Bactérias da Classe Mollicutes estão associadas à infecção intramamária e diminuição da produção leiteira. O objetivo deste estudo foi investigar a ocorrência de Mollicutes e elucidar seus fatores de risco em rebanhos leiteiros do sudeste brasileiro. Para isso, amostras de leite de 387 vacas em lactação dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo foram submetidas à reação em cadeia da polimerase (PCR) para detectar Mollicutes. Espécies de Mycoplasma foram investigadas nas amostras positivas por PCR, incluindo Mycoplasma bovis, M. alkalescens, M. bovigenitalium, M. bovirhinis, M. arginini e A. laidlawii. Foi aplicado um questionário epidemiológico para a coleta de dados sobre possíveis fatores de risco, que foram avaliados pelo teste de Qui-Quadrado de Pearson seguido de odds ratio (P≤0.05). Mollicutes foram detectados em 21% (4/19) dos rebanhos e 4% (16/387) dos animais, enquanto 1% (5/387) destes foram positivos para m. bovis, 3% (11/387) para m. arginini, sendo todas as amostras negativas para os demais agentes. Rebanhos com mais de 150 animais [OR=3,51 (95% IC 1,11-11,08)], ordenha manual [OR=9,97 (95% IC 2,80-35,49)] e ausência de linha de ordenha [OR=6,54 (95% IC 1,92-22,29)] foram considerados fatores de risco. A presença dessas condições pode favorecer a infecção intramamária por Mollicutes em rebanhos leiteiros no sudeste do Brasil. Este é o primeiro relato de M. bovis no Rio de Janeiro e M. arginini nos estados estudados.
Palavras-chave:
leite bovino; Mycoplasma bovis; Mycoplasma arginini; tamanho do rebanho; ordenha