Resumo
Este estudo teve como objetivo reunir evidências sobre a adequação do Questionário de Saúde Geral (QSG-12) no Brasil, considerando uma amostra aleatória de médicos brasileiros. Especificamente, objetivou-se: (1) testar uma estrutura bifactor em comparação com modelos alternativos, (2) verificar invariância fatorial em relação ao gênero e ao diagnóstico de transtornos mentais e comportamentais, e (3) conhecer a associação com indicadores de saúde precária (por exemplo: pensamentos suicidas, diminuição da libido e uso de medicamentos). Participaram do estudo 1.085 médicos, com média de idade de 45,7 (DP = 10,6), maioria de sexo masculino (61,5%), casados (72,6%) e católicos (59,2%). Eles responderam ao QSG-12, ao Inventário de Ideação Suicida Positiva e Negativa e a questões demográficas. O modelo de melhor ajuste foi a estrutura bifactor (composta por ansiedade, depressão e uma dimensão geral), que apresentou alfa de Cronbach, ômega de McDonald e confiabilidade composta superior a 0,70 apenas para o fato geral. Pontuações de sofrimento psicológico se correlacionaram a ideação suicida e indicadores negativos de saúde e satisfação sexual. O instrumento foi psicometricamente adequado e pode ser utilizado em termos de sua pontuação total, mas seus fatores específicos precisam ser utilizados com cautela.
Palavras-chave:
Médicos; Saúde; Sofrimento psíquico; Ansiedade; Depressão