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Prevalência e fatores associados ao uso de surfactante em unidades de Terapia Intensiva Neonatais brasileiras: análise multinível

Resumo

O tratamento com surfactante exógeno reduz a mortalidade e o risco de complicações em recém-nascidos com Síndrome de Angústia Respiratória. Maiores níveis de utilização dessa tecnologia têm sido associados tanto a fatores individuais como institucionais. O estudo teve como objetivo identificar esses fatores em 16 unidades neonatais públicas brasileiras usando análise multinível. De 630 recém-nascidos, 82,6% usaram a tecnologia em algum momento. Apenas 24,7% fizeram uso até duas horas após o nascimento. Uma correlação intraclasse de 0,30 mostrou que 30% da variação no uso podem ser atribuídos ao nível contextual. No modelo final, um escore de gravidade maior (SNAPPE-II) foi associado com aumento do uso de surfactante (OR = 2,64), enquanto que ser pequeno para a idade gestacional (PIG) (OR = 0,59) foi associado a um menor uso dessa tecnologia. No nível contextual o número de leitos na unidade > 15 (OR = 5,86), as unidades com mais alta complexidade (OR = 1,73) ou unidades com Método Canguru implementado (OR = 2,91), especialmente unidades no estado do Rio de Janeiro (OR = 16,17), foram associados com uma maior utilização de surfactante. Embora características individuais tenham explicado a maior parte da variação no uso desta tecnologia, fatores ligados à instituição também foram de extrema importância.

Recém-nascido; Surfactantes pulmonares; Análise multinível

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