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O contexto da hanseníase na fronteira Brasil/Paraguai

Resumo

A hanseníase no Brasil é endêmica em três regiões: norte, nordeste e centro-oeste. As cidades com áreas urbanas contíguas entre o Brasil e Paraguai têm como característica intenso fluxo de pessoas, bens e serviços, cuja mobilidade favorece a transmissão de doenças e influencia no perfil epidemiológico da hanseníase. O objetivo do estudo é analisar as diferenças territoriais relacionadas aos casos de hanseníase, considerando os municípios da linha de fronteira com e sem áreas urbanas contiguas e demais municípios de Mato Grosso do Sul. Cada município foi tratado como unidade de informação para os casos de hanseníase notificados no período de 2001 a 2011, sendo os dados obtidos a partir da base de dados composta pelas fichas de notificação originais da Secretaria de Estado de Saúde. Em municípios com áreas urbanas contiguas, a detecção de casos mostra tendência de aumento, maior coeficientes da forma clínica virchowiana e grau de incapacidade II, em relação aos grupos II e III, que apresentaram 0,64 e 0,54/100.000 da forma clínica virchowiana, respectivamente, e 0,14 e 0,27/100.000, respectivamente, para o grau II de incapacidade. Situação que implica no aumento da transmissão da doença e configura o território de fronteira como cidade urbana contigua importante na manutenção da hanseníase como endêmica.

Palavras-chave
Hanseníase; Doença de área de fronteira; Epidemiologia

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