Programas de educação sobre saúde óssea para idosos: uma revisão integrativa

Ribeiro, Emerson Moura; Silva, Elzivânia de Carvalho; Sera, Eduardo Aoki Ribeiro; Borges, Thais Araújo; Dias, Matheus Freire; Travassos, Andreia; Osório, Neila Barbosa; Silva Neto, Luiz Sinésio

doi:10.1590/1413-81232023287.10602022

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Sumário

REVISÃO • Ciênc. saúde coletiva 28 (7) • Jul 2023 • https://doi.org/10.1590/1413-81232023287.10602022 copiar

Programas de educação sobre saúde óssea para idosos: uma revisão integrativa

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Resumo

A osteoporose é uma doença sistêmica caracterizada pela redução da densidade mineral óssea. A difusão do conhecimento sobre à doença, pode ser uma alternativa viável para atitudes preventivas e de autocuidado. Dessa forma, esse artigo procura identificar como são os programas sobre saúde óssea para idosos. Trata-se de uma revisão integrativa de estudos publicados entre 2011 e 2022 nas bases de dados Periódicos Capes, Web of Science, PubMed e Google Scholar em inglês. Foram encontrados 10.093 estudos, sendo selecionados 7 depois dos critérios de inclusão. Foi possível verificar que os programas de educação para saúde óssea possuem o objetivo de empoderar o idoso pelo aumento do conhecimento sobre a doença, conscientizar sobre o consumo de cálcio e vitamina D ou de medicamentos para osteoporose, mudanças de hábitos e a prática de exercícios físicos. Os programas geralmente são realizados com reuniões em grupo ou individualizados, com sessões de 50 a 60 minutos, podendo ou não, delimitar o número de indivíduos em cada uma delas. Nota-se que acompanhar a evolução do processo educativo também é importante. A contextualização dos temas junto a realidade e interesse dos idosos, parece ser outra forma positiva para despertar atitudes de autocuidado.

Palavras-chave:
Promoção da saúde; Educação em saúde; Saúde óssea; Osteoporose

Autores/Ano/ Revista/ Nível de evidência	Desenho do Estudo	Objetivos	Características da amostra	Principais resultados
Wang et al. ²²/ 2016/ ETM/I	Ensaio clínico controlado randomizado	Avaliar o efeito do clube de OP e discutir o modelo de educação em saúde e gestão na prevenção da OP	n=436 (297 M/139 H) *Idade: M 68,85±9,01/H 66,55±10,98 anos	- Maior conhecimento e nível de crença sobre OP (P=0,01); - Melhor comportamento de vida (P=0,01); - Permanência da terapia medicamentosa, menor nível de dor e melhora da qualidade de vida (P=0,01)
Jo et al. ²³/ 2018/ JBM/III	Estudo multicêntrico	Determinar o impacto do programa de educação sobre OP pelo compartilhamento de informações sobre o risco de fratura e fatores de risco modificáveis em idosos com OP	n=179 (164 M/15 H) *Idade: 70,5±9,3 anos	- Menor risco médio de fratura (de 28,0% para 25,7%); - Aumento do conhecimento sobre OP (P=0,001)
Rezaei et al. ²⁵/ 2019/ CCNCC/I	Ensaio clínico controlado randomizado	Avaliar o efeito do programa de empoderamento baseado no HBM na autoeficácia e prevenção da OP	n=38 (M/H) *Idade: ≥60 anos	- Melhor adesão ao exercício regular (P=0,01), ingestão de cálcio (P=0,03); e saúde motivação (P=0,02)
Babatunde et al. ²⁴/ 2011/ JNEB/III	Ensaio clínico controlado randomizado	Avaliar a eficácia da educação sobre OP na ingestão de cálcio, conhecimento e autoeficácia em idosos negros da comunidade	n=110 (M/H) *Idade: ≥65 anos	- Melhor conhecimento, autoeficácia e ingestão de cálcio e suscetibilidade à OP (P=0,001)
Qi et al. ²⁶/ 2011/ NR/III	Ensaio clínico controlado randomizado	Avaliar a eficácia da educação baseada na teoria da autoeficácia para aumentar o conhecimento sobre OP e de comportamentos preventivos	n=83 (M/H) *Idade: 64,08±9,48 anos	- Melhor conhecimento sobre OP (P=0,01) - Autoeficácia para o exercício e adesão à medicação (P=0,01); - Aumento do tempo gasto com exercício (P=0,05)
Yu et al. ²⁷/ 2020/ JHND/IV	Estudo qualitativo com abordagem descritiva	Examinar as percepções do consumo de cálcio e vitamina D em relação às recomendações da RDA	n=45 (43 M/2 H) *Idade: ≥58 anos	O conhecimento prévio de educação em saúde óssea não foi fator implicante em modificações no uso ou suplementação de cálcio
Park et al. ²⁸/ 2017/ BMCPH/III	Coorte prospectivo	Avaliar as mudanças no conhecimento e autoeficácia sobre OP, queda, exercício físico e padrão alimentar após educação em OP	n=199 (156 M/43 H) *Idade: M 76,6/H 74,9 anos	- Melhor conhecimento e autoeficácia em OP, quedas, consumo de cálcio e vitamina D (P= 0,0001)

Temas abordados	Periodicidade	Estratégias educacionais dos programas
- Conhecimento e compreensão dos fatores de riscos para a OP; - Medidas preventivas, e orientação dietética; - Treinamentos de exercícios; - Terapias medicamentosa.	4 anos: palestras 1 vez ao mês e confraternizações 1 vez ao ano.	- Acompanhamento psicológico; - Uso de brochuras; - Retirada de dúvidas com especialistas; - Clube de OP²².
- O que é a OP e seus fatores de risco; - Educação nutricional: ingestão de cálcio e vitamina D; - Modificações no estilo de vida	10 meses: acompanhamento na segunda visita e 3 meses após a coleta.	- Foram acompanhados individualmente - Entrega de materiais educacionais sobre OP; - Apresentação em PowerPoint ou vídeo²³.
- OP: sintomas, evolução, diagnóstico e tratamentos; - Consequências físicas, psicossociais e econômicas; - Estratégias de prevenção da OP; - Modificação do estilo de vida.	8 sessões de capacitação: 4 semanas de educação em grupo; 4 semanas de acompanhamento individual por telefonema 2x por semana.	- Palestras, discussões em grupo, relato de idosos com histórico de fratura; - Perguntas e respostas; - Pôster, panfletos e cartilhas; -Inclusão dos familiares; - Apresentação em PowerPoint²⁵.
- Gravidade da OP; - Suscetibilidade à OP; - Benefícios da ingestão de cálcio; - Barreiras para reduzir os fatores de risco e melhorar a vitamina D; - Fatos, falácias e considerações sobre ingestão dietética, medicamentosa e densitometria óssea.	6 sessões: com no máximo 15 participantes por período.	- Programa educacional adaptado do RHBM e HBM e, a teoria de autoeficácia para prevenção da OP; - Práticas e demonstrações com os participantes; - Entrega de apostila ao final da sessão²⁴.
- Saúde óssea e OP: um guia para mulheres asiáticas com 50 anos ou mais; - Aprimore a saúde do sistema cerebrovascular e mantenha o seu cérebro.	Coletou-se dados no início e 2 semanas após intervenção.	- Apresentações com PowerPoint em mandarim; - Livreto da aula e folheto sobre exercício; - Metas e estratégias individuais com base na DMO, fatores de risco, preferências de dieta e atividade²⁶.
- Fundamento dos ossos; - Diagnóstico/avaliação de risco de fratura; - Nutrição, exercício e queda; - Medicamento para prevenção; - Autogestão; - Tratamento da OP; - Gerenciando a OP para uma vida plena e ativa.	Idosos já participavam de um programa de educação. 1 mês após, receberam uma entrevista semiestruturada.	- Seguiu-se recomendações de um site especializado, com sessão em grupo ou individual; - Entrega de uma cartilha de autogestão; - Entrevista telefônica para coleta das percepções²⁷.
- Compreensão da OP, - Autoeficácia da OP; - Fatores de risco de autoeficácia para queda; - Educação nutricional para ingestão de cálcio e vitamina D.	10 meses de intervenção	- Educação individualizada com folheto da Sociedade Coreana para Pesquisa de ossos e minerais; - Programas de exercícios de alongamento; - Acompanhamento para incentivo permanecerem com as ações de forma independente²⁸.

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[1] Editores-chefes:

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