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Uso clínico e controle sobre a dispensação de talidomida em Brasília-DF, Brasil, de 2001 a 2012

O uso da talidomida nunca foi interrompido no Brasil, sendo prescrita para tratar a reação tipo 2 da hanseníase. Crianças com defeitos congênitos compatíveis com o fenótipo da embriopatia causada pela talidomida nasceram após 1965, evidenciando que o controle do uso e da dispensação do medicamento falhou no país. O artigo relata dados sobre a dispensação e usos clínicos da talidomida no Distrito Federal em 2011/12, quando a nova regulamentação passou a vigorar, e dados sobre a dispensação e uso do medicamento 10 anos antes. Os resultados mostraram que o número de pacientes que usaram talidomida decresceu de 819 em 2001 para 369 em 2011/12. A hanseníase foi a indicação clínica para mais de 70% das prescrições nos períodos analisados no estudo. No mesmo período, entretanto, o uso para lupus eritematoso reduziu de 13,7 para 4,9%, enquanto o uso para mieloma múltiplo cresceu de 2.9 para 20,3% de todas as prescrições. A prescrição de talidomida para as outras indicações aprovadas foi muito menor, enquanto para indicações não aprovadas correspondeu a < 1% das prescrições em 2001 e 2011/12. O cadastro dos prescritores, pacientes e unidades dispensadoras na secretaria estadual de saúde, aparentemente tornou esse controle mais eficiente e confiável.

Talidomida; Uso para indicações não aprovadas; Hanseníase; Controle de medicamentos; Mieloma múltiplo; Lupus eritematoso


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