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Violências nas trajetórias afetivo-sexuais de jovens gays: “novas” configurações e “velhos” desafios

Resumo

Este artigo aborda o fenômeno da violência nas trajetórias afetivo-sexuais de jovens gays cisgênero, pertencentes a camadas populares da região metropolitana do Rio de Janeiro, Brasil. A literatura brasileira sobre violência contra homens gays, geralmente, tem como foco a discriminação sofrida por esta população, mas pouco se problematiza a violência que eles sofrem nas relações familiares devido à sua orientação sexual, ou ainda, em suas relações ditas como “namoro” ou “ficar”. Com o objetivo de discutir a presença de violências durante a trajetória afetivo-sexual dos jovens, este estudo qualitativo realizou entrevistas em profundidade a partir de um roteiro semiestruturado. Os resultados mostraram que há múltiplas faces de violência que ocorrem durante a infância e adolescência nas relações familiares, perpassando nos seus relacionamentos afetivo-sexuais na adolescência e juventude, incluindo violências sexuais, físicas, psicológicas e institucionais. As redes de apoio dos jovens são limitadas, como exemplo, a poucos amigos e ao acesso de blogs na internet. Nenhum profissional de saúde foi citado pelos jovens como fonte de ajuda. Destaca-se também a necessidade de debater a prevenção da violência e promoção da saúde destes jovens, ampliando o olhar para as várias formas contemporâneas de se relacionar intimamente.

Palavras-chave:
Juventude; Violência; Trajetórias; Masculinidades; Gay

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