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“Eu não sou um anjo azul”: a sexualidade na perspectiva de adolescentes autistas

Resumo

Apesar das dificuldades enfrentadas na vivência de suas sexualidades, a educação sexual de pessoas autistas costuma ser negligenciada. Neste sentido, esta pesquisa objetiva identificar as demandas de autistas sobre sua sexualidade, alinhando-se ao paradigma da neurodiversidade. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa realizada de setembro de 2017 a outubro de 2018, com 14 autistas oralizados, com idades de 15 a 17 anos, matriculados em escolas regulares. A coleta dos dados foi realizada por entrevistas semiestruturadas e avaliadas segundo a análise temática de conteúdo. Identificaram-se 2 categorias analíticas: “processos discursivos e a imagética do ‘anjo azul’” e “diversidade na diversidade: a sexualidade de autistas como processos singulares”. Os resultados que embora pessoas autistas se desenvolvam fisicamente e sexualmente de acordo com os estágios típicos de desenvolvimento, existem singularidades que não deveriam ser ignoradas. Todavia, a construção de falsas crenças fomenta a negação da sexualidade de pessoas autistas. Conclui-se que o estabelecimento de ações efetivas de educação sexual e de suporte à sexualidade da pessoa autista requer uma mudança paradigmática, que ancore-se no modelo social de deficiência.

Palavras-chave:
Educação sexual; Sexualidade; Autismo

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