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Morbidade, utilização de cuidados curativos e preferências de ponto de entrada aos serviços na área metropolitana de Centro Habana, Cuba

Resumo:

Os serviços de saúde de primeira linha, ou aqueles com uma abordagem de atenção primária, servem como indutor forte de comportamentos de busca de cuidados de saúde. Estudos sobre a associação entre a prevalência de doenças crônicas e problemas agudos e o uso de serviços enfatizam a importância dos determinantes socioeconômicos desses padrões de utilização. Como parte de um estudo transversal de 408 famílias em Centro Habana, Cuba, foram realizadas entrevistas domiciliares entre abril e junho de 2010 para analisar os determinantes sócio-demográficos dos problemas de saúde agudos e crônicos e do uso de serviços de saúde. Foram utilizados modelos bivariados e de regressão logística. Quinhentas e vinte e nove pessoas relatavam história de doença crônica. Durante o mês anterior, 155 delas relataram uma exacerbação da doença crônica e 50 tiveram algum problema agudo, não relacionado à doença crônica. Cento e sete pessoas sem doença crônica referiram problemas agudos. Idade era o principal determinante da presença de doença crônica. As mulheres adultas e os idosos apresentavam probabilidade maior de relatar problemas agudos. Pacientes com doença crônica utilizavam os serviços de saúde com maior frequência. Nenhuma variável sociodemográfica esteve associada à utilização dos serviços ou à consulta com o médico de família. Embora o médico de família seja definido como a porta de entrada ao sistema de saúde, isso ocorria em apenas 54% dos pacientes que contataram os serviços de saúde, portanto comprometendo o papel do médico como conselheiro e ponto focal das questões de saúde das pessoas. A importância das doenças crônicas enfatiza a necessidade de fortalecer o papel essencial do médico de família. Novas políticas econômicas em Cuba, com estímulo para a autonomia laboral e a iniciativa privada, poderão aumentar a tensão sobre o sistema de saúde exclusivamente público. No entanto, o sistema de saúde cubano já mostrou ser capaz de se adaptar a novos desafios, e espera-se que as premissas básicas da política de saúde cubana sejam preservadas.

Palavras-chave:
Doença Crônica; Serviços de Saúde; Medicina de Família e Comunidade

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