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A posição socioeconômica influencia as desigualdades raciais na ocorrência de miomas uterinos? Evidências do Estudo Pró-Saúde

Nós investigamos se posição socioeconômica ao longo da vida medeia a associação entre cor/raça e ocorrência de mioma uterino. Analisamos 1.475 funcionárias públicas com dados na linha de base (1999-2001) do Estudo Pró-Saúde no Rio de Janeiro, Brasil. A posição socioeconômica ao longo da vida foi determinada pela escolaridade dos pais (posição socioeconômica precoce), escolaridade da participante (posição socioecônomica no inicio da vida adulta) e suas combinações (posição socioeconômica acumulada). Exames ginecológicos/mama e plano de saúde foram considerados marcadores de acesso à saúde. Razão de hazards (RH) e intervalos de 95% de confiança (IC95%) foram estimados por modelos de riscos proporcionais de Cox. Comparadas às mulheres brancas, as de cor preta e parda tiveram maior risco de relatarem mioma uterino (RH: 1,6, IC95%: 1,2-2,1; RH: 1,4, IC95%: 0,8-2,5, respectivamente). As estimativas foram praticamente idênticas nos modelos que incluíram as diferentes variáveis de posição socioeconômica ao longo da vida. Este estudo corrobora evidências prévias de maior risco de mioma uterino entre mulheres de cor da pele mais escura e também sugere que a posição socioeconômica ao longo da vida não influencia esta associação.

Leiomioma; Relações Raciais; Fatores Socioeconômicos


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