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Que empowerment, qual Promoção da Saúde?Convergências e divergências conceituais em práticas preventivas em saúde

Os múltiplos sentidos conferidos ao empowerment podem aproximá-lo de abordagens tanto conservadoras quanto críticas de Promoção da Saúde. Em roupagem conservadora, empowerment é tomado como fenômeno essencialmente individual, baseado na provisão de informação, e como transferência externa de poder em nome do bem comum. Nessa perspectiva, não são consideradas as relações entre "empowerment psicológico" e "comunitário". Em abordagem crítica, empowerment é visto como fenômeno relacional, que só se manifesta no jogo dialético de conflitos de interesses entre sujeitos, grupos e classes sociais. Nessa perspectiva, "empowerment psicológico" e "comunitário" são tomados como níveis micro e macro de análise, e as transformações sociais como resultado de mudanças simultâneas nestes níveis. O uso da noção de empowerment sem reflexões críticas e análises políticas das relações de poder na sociedade dissemina visões vagas, românticas e homogêneas de comunidade. Portanto, assumir o caráter relacional do empowerment significa aceitar sua interdependência com a noção de participação, sem a qual não há transformação social. Sendo assim, deve-se adotar postura vigilante acerca das múltiplas formas que o empowerment pode assumir nos discursos da Promoção da Saúde.

Promoção da Saúde; Participação Social; Prática de Saúde Pública


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