Os fatores de risco para hospitalização infantil foram estudados por inquérito domiciliar transversal, em amostra aleatória por conglomerados em múltiplos estágios de 596 crianças de um a quatro anos de idade, em São Luís, Maranhão, Brasil, em 1994. A taxa de hospitalização foi de 24,4%, sendo as maiores por pneumonia (7,3%) e diarréia (7,1%). A maioria das internações foi custeada pelo SUS (78,1%) e apenas 18,2% pelo seguro-saúde. Após o ajuste para fatores de confusão pela regressão de Cox modificada para estudos transversais, crianças de famílias de renda familiar de até um salário mínimo e as que possuíam seguro-saúde tiveram maior risco de serem hospitalizadas em relação às demais. A maioria das hospitalizações em São Luís ocorreu por causas evitáveis ou sensíveis à atenção ambulatorial. O padrão de hospitalização em U levanta questões acerca da baixa qualidade da atenção ambulatorial para os segmentos mais pobres da população e indica, provavelmente, a ocorrência de internações desnecessárias e iatrogênicas entre os usuários de seguro-saúde.
Saúde Infantil; Risco; Hospitalização; Morbidade; Epidemiologia